O ser humano não é produto do acaso. Ao criar o homem, Deus tinha um propósito em mente. E enquanto o homem não descobrir o propósito para o qual foi criado, sua vida não terá sentido, e seu interior experimentará um enorme vazio.
E qual será este propósito?
Paulo nos oferece uma resposta sucinta em Romanos 8:28-29. Ali lemos: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Pois os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
Antes mesmo de nascermos, Deus estabeleceu um propósito para a nossa vida. Ele nos predestinou para sermos conformes à imagem de Seu Filho Jesus Cristo. Predestinar é estabelecer um alvo, traçando a rota pela qual este alvo deverá ser atingido. Quando um avião decola, seus passageiros já sabem de antemão para onde estão indo. Aquele avião está com o seu destino traçado. Porém, caberá ao piloto mantê-lo na rota, a fim de que seu destino seja alcançado. Uma vez que o Espírito Santo é o nosso piloto, certamente alcançaremos o nosso alvo.
E que alvo é esse? Tornarmo-nos semelhantes ao Senhor Jesus.
Em Efésios, Paulo afirma que Deus “nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos, irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor e glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (Ef.1:4-6).
Trocando em miúdos, Paulo está dizendo que Deus nos escolheu em Cristo, e estabeleceu o propósito de sermos santos, e irrepreensíveis diante d’Ele. Tudo isso Ele fez por Sua própria vontade, para Seu louvor e glória, sem que para isso tivesse que consultar alguém.
E por que deveríamos ser santos e irrepreensíveis diante d’Ele?
Há pelo menos duas razões para isso:
A primeira é para que sejamos aceitáveis em Sua santa presença.
Um dia haveremos de comparecer diante d’Ele, e nossa vida será submetida à avaliação do Justo Juiz. Se nossa vida houver cumprido o eterno propósito de sua existência, então seremos recebidos por Ele em Sua glória eternal.
João diz em sua primeira epístola que “nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo” (1 Jo.4:17).
O que nos dará confiança diante do juízo divino? A certeza de que se cumpriu em nós o eterno propósito de Deus, e por isso, tornamo-nos semelhantes ao Seu Filho Jesus. Portanto, o desejo de Deus é que tal qual Ele é, nós sejamos neste mundo.
Eis a segunda razão. Devemos revelar Deus ao Mundo, para que isso resulte em glória para o Seu Nome.
Paulo continua: “Nele ( em Cristo ), digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória...” (Ef.1:11-12a).
O propósito de Deus para nós é sermos semelhantes a Seu Filho, e assim, nossa vida produzirá louvor e glória para Deus, o Pai.
O Mundo glorificará a Deus, ao ver em nós o esplendor de Seu Filho. Jesus advertiu-nos: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt.5:16).
E como saberemos se estamos nos assemelhando a Cristo? Ora, “aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou”(1 Jo.2:6). Na medida em que nos assemelhamos a Cristo, nosso estilo de vida se conforma ao de Jesus. Paulo diz que estava certo de que “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus”(Fp.1:6). Este processo é guiado pelo Espírito Santo. É Ele quem completa em nós a obra começada.
E como se dá este processo? Paulo diz que “todos nós, com o rosto descoberto refletindo, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co.3:18).
Cabe ao Espírito Santo nos conduzir de um grau a outro de glória, fazendo-nos cada dia mais semelhantes a Cristo, cumprindo assim o eterno propósito de Deus para o ser humano. E quanto a nós? Qual o nosso papel nisso tudo? Devemos ter o nosso rosto descoberto, isto é, devemos estar inteiramente expostos à atuação do Espírito Santo.
1.1. O Objetivo do Discipulado
Já sabemos qual o propósito de Deus para nós. Já sabemos que há um processo de transformação pelo qual temos de passar, e que esse processo é guiado pelo Espírito. Agora, precisamos saber qual o meio usado pelo Espírito para promover esta transformação.
Deus decreta os fins, e estabelece os meios.
O meio pelo qual o Espírito nos leva de glória em glória, reproduzindo em nós a imagem de Cristo é o DISCIPULADO.
Jesus deixou bem claro que “o discípulo não é superior a seu mestre, mas todo aquele que for bem instruído será como o seu mestre” (Lucas 6:40).
“Deus decreta os fins, e estabelece os meios”.
Se quisermos cumprir o propósito de Deus para nossa vida, precisaremos ser discipulados. Somente através da instrução dada no discipulado poderemos ser como nosso Mestre.
Escrevendo aos Colossenses, Paulo declara que anunciava a Cristo “admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Col.1:28). Este é o caminho escolhido por Deus para que alcancemos o objetivo de nossa existência.
Por isso mesmo, Jesus ordenou aos Seus discípulos: “Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E certamente estou convosco todos os dias, até à consumação do século”(Mt.28:19-20).
Fazer discípulos é uma tarefa árdua, porém, suprema para a Igreja de Cristo. Não é opcional. Trata-se de uma ordem do próprio Jesus. Se não a cumprirmos, então a vida de Cristo não poderá ser reproduzida em nós.
E o que é “discipular”, afinal?
Discipular é ensinar os princípios que regem o Reino de Deus, no qual fomos introduzidos por meio do Novo Nascimento.
Estes princípios são encontrados na Bíblia Sagrada, principalmente nos ensinos de Jesus, e nas Epístolas. Precisamos compreender que fomos tirados “do império das trevas” e transportados “para o reino do Filho do seu amor” (Col.1:13). Por isso, precisamos aprender a viver de acordo com os princípios deste reino.
Paulo diz aos Gálatas que Jesus Cristo “se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl.1:4).
Ora, se fomos desarraigados do mundo, e transportados para o reino de Cristo, precisamos aprender a viver de acordo com este novo mundo .
“Outrora” escreve Paulo, “andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe as potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre eles todos nós também andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”. Até que Cristo “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus” (Ef.2:2-3,6).
Mais adiante, Paulo complementa: “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz”(5:8). Jamais podemos esquecer-nos de que não pertencemos mais a este mundo. Fomos transferidos para um novo mundo. Portanto, temos de nos comportar de maneira diferente daquela como nos comportávamos. “Se alguém está em Cristo” conclui Paulo, “nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo” (2 Co. 5:17).
O velho mundo já passou! Vivemos em uma nova criação; isto é, vivemos em uma nova ordem.
Ao recebermos a Cristo, o velho mundo é crucificado para nós. Paulo fala sobre isso. Ele afirma: “O mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl. 6:14b). Chamamos de mundo o velho sistema pecaminoso implantado pelo diabo, também chamado de “império das trevas”. Esse sistema já não pode contar conosco, pois estamos crucificados para ele. Para o mundo, estamos mortos, porém para Deus estamos mais vivos do que nunca. O apóstolo nos admoesta:“Considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm.6:11).
Assim também, não devemos esperar nada deste mundo, pois o mesmo está crucificado para nós. Infelizmente, ainda temos que conviver com este sistema caído, pelo menos por algum tempo. Porém, a Bíblia orienta “os que usam deste mundo, como se dele não abusassem. Pois a aparência deste mundo passa” (1 Co.7:31). Embora sejamos cidadãos de um Novo Mundo (o Reino de Deus), no qual já vivemos por fé, temos que saber nos relacionar com este presente século de forma correta, sem comprometer a nossa nova vida em Cristo.
“A graça de Deus” afirmam as Escrituras, “nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões MUNDANAS, para que vivamos NESTE PRESENTE SÉCULO sóbria, justa e piedosamente” (Tt.2:11-12). Temos que andar neste presente século como Jesus andou, sem nos contaminar com aquilo que ele nos oferece. Não devemos adotar as formas e padrões que o mundo nos impõe. Pedro nos deixa a seguinte admoestação: “Como filhos obedientes, não vos CONFORMEIS com as concupiscências que antes tínheis na vossa ig-norância. Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento” (1 Pe. 1:14-15).
Este é o papel do discipulado: produzir em nós a santidade prescrita por Deus para aqueles que desejam refletir no mundo a luz da Sua glória.
quinta-feira, novembro 23, 2006
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2 comentários:
achei muito interessante e gratificante este estudo ...fale mais sobre esse assunto.....como podemos crescer ...e termos o espirito santo...vcs são de qual igreja .....
Gostei muito da reflexão, estou lendo uma vida com proposito de Rick Warren
e fala sobre o proposito de Deus para nossas vidas realmente a reflexão esta de acordo com o livro.
Buscamos muitas coisas neste mundo, sem procurar saber qual é o verdadeiro proposito de Deus ou seja o que o Senhor que de nós, e essa reflexão juntamente com o livro que estou lendo ajuda bastante a nos encontrar e busca a vontade do Pai.
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