quinta-feira, dezembro 07, 2006

3 - As Marcas do Discípulo I

Como podemos reconhecer um autêntico discípulo de Jesus? Vivemos em um tempo difícil, quando muitos se introduzem no meio da igreja com fins malignos e interesseiros. Será que há uma maneira pela qual possamos reco-nhecer os verdadeiros seguidores de Cristo? Que características os fazem destinguir dos demais?

· Relacionamento Com Deus

A primeira característica que gostaríamos de ressaltar é o profundo relacionamento que o discípulo tem com o seu Senhor, por meio da Sua Palavra e de uma vida de oração.
Jesus disse aos judeus que haviam crido nEle:

“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.”
João 8:31.

O genuíno discípulo é aquele que ama a Palavra do Seu Mestre. Ela é a sua regra de fé e de vida. Ele nada faz sem consultá-la antes.
Há muitos que até gostam de ouvir a Palavra, porém, não permanecem nela. Eles a ouvem como puro entretenimento. Acham-na interessante, porém, não a praticam.
Tiago nos aconselha a recebermos com mansidão a palavra em nós implantada, pois ela é poderosa para salvar as nossas almas (Tg.1:21).
Nem sempre a Palavra que ouvimos vai de encontro àquilo que acreditamos ser o certo. Muitas vezes acontece exatamente o contrário: ouvimos algo que vai contra tudo o que imaginávamos ser correto. Neste momento, precisamos acatar com mansidão a Palavra, pois ela nos é dirigida visando o bem de nossa alma.
Quando recebemos a Cristo, nosso espírito renasceu, e fomos salvos. Porém, nossa mente trouxe uma série de pensamentos que não coadunam com a verdade do Evangelho. Paulo diz que muitos desses pensamentos formam verdadeiras fortalezas espirituais que necessitam ser destruídas. A Palavra de Deus é a dinamite usada pelo Espírito Santo para derrubar tais fortalezas. Paulo declara que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas. Derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co. 10:4-5).
Muito daquilo que recebemos da tradição religiosa dos nossos pais constitui-se em verdadeiras fortalezas contra o conhecimento de Deus. Muitos dizem: Mas foi assim que eu aprendi, e não estou disposto a abrir mão disso! Quem pensa assim não está apto a ser discípulo de Jesus.
Jamais podemos ouvir a Palavra de Deus com um espírito armado. Temos que recebê-la com mansidão. Qualquer raciocínio que se levantar contra a Palavra deve ser levado cativo à obediência de Cristo.
Tiago também nos admoesta, dizendo:

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.
Tiago 1:22.

Isto é o que significa permanecer na Palavra. Ouvir é bom demais, porém, cumprir é melhor ainda. Qualquer que ouve, mas não cumpre, Jesus o compara ao homem que constrói sua casa sobre a areia; logo que vem o vento, a chuva, sua casa cai. Mas aquele que ouve e cumpre a Palavra de Deus é como o homem que constrói sua casa sobre bases firmes. Pode vir a tempestade que ele não se atemorizará, pois sua casa foi edificada sobre a rocha !

Além de firmar-se na Palavra, o discípulo precisa cultivar uma vida de oração. Aliás, uma coisa está estreitamente ligada a outra. Se a Palavra está em nós, ele deseja ser expressada. Quando oramos, temos a oportunidade de expressar diante de Deus aquilo que a Sua Palavra imprimiu em nós. Através da oração, a Palavra proferida pela boca de Deus ecoa em nossos lábios. Desta forma, demonstramos que estamos em perfeita sintonia com a vontade revelada por Deus. Fica patente que, de fato, a Palavra está em nós, e nós estamos nela. João diz que se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos fará (1 Jo.5:14). E onde é que a vontade de Deus está revelada? Na Palavra, é claro. Jesus diz que se a Palavra estiver em nós, podemos pedir o que quisermos, que Ele nos atende.

A Palavra nos aponta os parâmetros para que saibamos pedir como convém. Desta forma, nossa comunhão com Deus se torna estreita e íntima. Além de Seus discípulos, tornamo-nos também Seus amigos ( Jo.15:15).

· O AMOR


A segunda característica pela qual se destingue o verdadeiro discípulo é o amor.
Jesus disse:

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
João 13:35

Esta é, sem dúvida, a principal marca de um discípulo de Cristo.
Não estamos falando de um amor carnal, ou de amor só de palavras, mas do verdadeiro amor. O Apóstolo João recomenda:

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E DEVEMOS DAR A NOSSA VIDA PELOS IRMÃOS. Quem tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. Nisto conheceremos que somos da verdade”
I João 3:16-19a

Não somos reconhecidos pelos dons que temos, ou pela roupa que usamos, ou pelo uso de jargões e chavões religiosos; somos reconhecidos pelo amor que dispensamos uns aos outros.


· Conhecimento X Amor

Ainda que tenhamos um profundo conhecimento da Palavra, se não tivermos amor, todo o conhecimento que tivermos será vão. Paulo afirma que o conhecimento incha, mas o amor edifica (1 Co.8:1). Conhecimento sem amor só serve para manter o homem preso por seu próprio orgulho e vaidade.
Quem ama deseja estar sempre ao lado da pessoa amada. Quem ama, não evita. Portanto, o verdadeiro discípulo deseja estar sempre à companhia de outros discípulos. Não há amor onde não há comunhão, companheirismo e afeto.
O escritor sagrado nos exorta, dizendo:

“Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns”.
Hebreus 10:24-25a.

Portanto, deixemos de lado o amor retórico, e comecemos a amar de fato e de verdade, estimulando-nos e considerando-nos mutuamente.

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