quarta-feira, dezembro 27, 2006

14 - As Primícias do Senhor

Já vimos que todas as coisas pertencem a Deus, e que somos apenas mordomos, isto é, administradores das obras de Suas mãos. Ele não apenas nos confia o cuidado de tais coisas, mas também nos dá o direito de desfrutá-las.
Para que demonstrássemos nosso reconhecimento de que tudo pertence a Ele, Deus instituiu o princípio das primícias.
O termo “primícias” significa “primeiros frutos”, e era empregado originalmente para designar os frutos iniciais de uma colheita.
Veja o que diz o mandamento:

“Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, e a possuíres, e nela habitares, tomarás das PRIMÍCIAS de todos os frutos do solo, que colheres da terra que o Senhor teu Deus te dá, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o Senhor teu DEUS escolher para ali fazer habitar o seu nome. Apresentar-te-ás ao sacerdote em exercício, e lhe dirás: Hoje declaro perante o Senhor teu Deus que entrei na terra que o Senhor prometeu a nossos pais que nos daria. O sacerdote receberá o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do Senhor teu Deus.” Deuteronômio 26:1-4

Antes de desfrutar de sua colheita, o trabalhador deveria dedicar os primeiros frutos a Deus. Esta era a forma de reconhecer que Ele, e não apenas os esforços pessoais, foi quem garantiu o sucesso da colheita.
Esse princípio é claramente esboçado em Deuteronômio 8:17-18:

“Não digas no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me proporcionaram esta riqueza. Antes te lembrarás de que o Senhor teu Deus é que te dá força para adquirires riquezas, confirmando a aliança que jurou a teus pais, como hoje se vê.”

É a este mesmo princípio que Jesus Se refere, ao declarar: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo.15:5b).
Jamais podemos nos estribar em nossos esforços pessoais, achando que foram eles que nos proporcionaram qualquer bem. Se Ele não abrir uma porta, onde encontraremos oportunidade de trabalho? Se Ele não nos fizer cair na graça de nosso empregador, como alcançaremos a tão desejada promoção? Se Ele não nos der aptidões profissionais, como prosperaremos em nosso ramo de atividade? Portanto, Ele é que nos dá força para adquirirmos riquezas. Por isso, devemos colocá-Lo sempre em primeiro lugar. Foi isso que Jesus afirmou, ao declarar: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt.6:33).
Este é o princípio por trás do mandamento das primícias.
Talvez alguém argumente, dizendo que tal mandamento só faria sentido em uma sociedade agrícola, onde as pessoas vivessem da colheita. Entretanto, tal ordenança se aplica em qualquer sociedade. De tudo aquilo que Deus faz chegar às nossas mãos, devemos separar as primícias, e entregá-las na Casa de Deus. E há uma maravilhosa promessa para aqueles que dedicam suas primícias ao Senhor:

“Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda; então se encherão os teus celeiros abundantemente e transbordarão de vinho os teus lagares.” Provérbios 3:9-10

* O que é o Dízimo?

É a décima parte daquilo que recebemos, e compõe parte das primícias que devemos dedicar a Deus.
As Escrituras são claras quanto ao nosso dever de entregar os dízimos na Casa de Deus.

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. Malaquias 3:10

O Dízimo não apenas expressa nosso reconhecimento da Soberania de Deus em nossas vidas, mas também provê sustento para Sua Casa.
De acordo com a Palavra de Deus, sonegar os dízimos é o mesmo que roubar de Deus, ou privá-lO de algo que Lhe é de direito:

“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais, vós, a nação toda”. Malaquias 3:8-9

Assim como pagamos nossos impostos ao Estado, como cidadãos do Reino de Deus, devemos entregar fielmente nossos dízimos. Foi Jesus quem ordenou: “Dai a César, o que é de César, e a Deus, o que é de Deus” (Mt.22:21).
O dízimo não é pagamento, nem doação. O dízimo é uma devolução. Na verdade, a Deus pertence 100% do que temos. Mas Ele nos dá o direito de usufruir de 90%, devolvendo-Lhe apenas 10%.
Toda vez que entregamos o dízimo, devemos ter o mesmo espírito que houve em Davi, ao oferecer a Deus o que o povo de Israel entregava para a construção do Templo em Jerusalém:

“Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, pois teu é tudo o que há nos céus e na terra. Teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. Riquezas e glória vêm de ti; tu dominas sobre tudo. Nas tuas mãos há força e poder para engrandecer e dar força a tudo (...) Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Tudo vem de ti, e somente devolvemos o que veio das tuas mãos”. I Crônicas 29:11-12,14

Lembre-se que todas as coisas são d’Ele, por Ele e para Ele. Ele tem depositado grande confiança em nós, ao permitir que administremos Sua obra. Não podemos trair Sua confiança.
Paulo diz que “requer-se dos despenseiros (mordomos) que cada um se ache fiel” (1 Co.4:2).
E a promessa de Jesus é que os forem fiéis no pouco, sobre o muito serão colocados.
Devemos entragar o dízimo de tudo, como fez Abraão (Gn.14:20b). Tanto das pequenas coisas, como das grandes.
Jesus disse que os fariseus de Seu tempo, davam o dízimo até dos temperos usados na comida, como hortelã, endro e cominho. Mas infelizmente, eles eram fiéis nos dízimos, mas negligenciavam outras coisas importantes, como a justiça, a misericórdia e a fé. Jesus os advertiu, dizendo: “Devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas”(Mt.23:23). De fato, na questãos dos dízimos, eles eram extremamente zelosos. E Jesus nos adverte: “Pois vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt.5:20). Portanto, não podemos ser menos zelosos do que eles.
O Dízimo foi instituído por Deus antes da Lei, e deve ser observado ainda hoje, pelos que vivem sob a Nova Aliança. Na Antiga Aliança, sob a Lei, os dízimos eram recebidos por sacerdotes mortais, mas agora, sob a Aliança da Graça, “os recebe aquele de quem se testifica que vive” (Hb.7:8), isto é, Jesus Cristo, nosso Sumo-Sacerdote.

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