quarta-feira, dezembro 27, 2006

8 - As Marcas do Genuíno Amor

Como é difícil definir o amor! É tão difícil quanto definir Deus, e isso, porque Deus é Amor. A melhor maneira de entendê-lo seria enumerar as suas características. E é isso que Paulo faz em 1 Coríntios 13. Ele escreve:

“O amor é paciente, é benigno. O amor não inveja, não se vangloria, não se ensoberbece. Não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.” I AOS CORÍNTIOS 13:4-8a

Após demonstrar o valor do amor, Paulo nos aponta algumas caracte-rísticas que vêm autenticar o amor verdadeiro. Neste estudo, nós vamos examiná-las uma a uma.

1. O Amor é Paciente - A palavra usada aqui pode significar “constância”, “tolerância” ou “longanimidade”. Quando dizemos que o amor é constante, estamos descrevendo-o como um sentimento que não está propenso a altos e baixos. Ele é tolerante porque se dispõe a suportar muitos deslizes da pessoa amada. Ele é longânimo tendo em vista o fato de ele ser lento em irar-se. O amor sabe esperar; sabe refrear a ira na hora em que ela está prestes a despontar.

2. O Amor é Benigno
- O vocábulo grego usado aqui significa “gentil”, e aponta para o fato de que o amor está sempre disposto a ser demonstrado. O amor não apenas aproveita as oportunidades para fazer o bem, como também as busca. Quem ama não teme demonstrar o que sente. Podemos afirmar que a bondade é a evidência da presença do amor no coração do cristão. Enquanto ser paciente denota uma atitude passiva, ser benigno denota uma atitude ativa. Enquanto esperamos pacientemente, nos dispomos a agir em favor daquele a quem amamos.

3. O Amor não tem inveja - Uma vez que o amor nos faz favoráveis ao próximo, jamais poderíamos nos sentir incomodados com o sucesso e a felicidade alheias. Pelo contrário, ver um irmão em uma situação melhor do que a nossa, deverá suscitar em nós um sentimento de gratidão a Deus. Uma pessoa despeitada não está vivendo em amor. Não devemos invejar cargos, posições, bens materiais, dons espirituais ou qualquer outra coisa. A inveja faz mais mal ao invejoso do que ao invejado. Não cremos que a inveja em si possa prejudicar quem quer que seja, pois não possui poder algum. O problema da inveja são as atitudes que ela pode produzir por parte de quem a nutre.

4. O Amor não se vangloria - Quem ama não se deixa levar pela vanglória, por um motivo muito simples: reconhece que não possui nada que não tenha recebido de outrem. Vangloriar-se é se auto-exaltar, achando que possui algum bem cuja origem é seu próprio ser. Vangloriar-se é achar-se diferente dos demais, gozando de privilégios a que nenhum outro tem direito. Alguns se vangloriam no que têm, e outros no que fazem. Paulo escreve aos Coríntios: “Pois quem tem faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras re-cebido?” (1 Co.4:7). Quem ama não se vangloria nem do amor que possui, pois sabe que a origem desse amor é Deus, e não o seu próprio ser. Ao invés de vangloriar-se, quem vive em amor gloria-se no Senhor. Isto é, reconhece-O como a fonte de todo o bem. No dizer de Paulo, “aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Co.1:31).

5. O Amor não se ensoberbece - No original, ensoberbecer-se significa literalmente “inchar-se”, e tem a conotação de atribuir grande importância a si mesmo. Ao invés disse, as Escrituras nos instruem a considerarmos os outros superiores a nós mesmos (Fp.2:3). Quem está cheio de amor próprio, só se preocupa em se auto-afirmar, em provar o seu valor aos outros. Toda pessoa soberba vive fazendo propaganda de si mesmo. Paulo, ainda que fosse o maior dos apóstolos, não se ufanava disso. Ele mesmo escreveu aos Coríntios: “...que ninguém pense de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve” (2 Co.12:6). Quem ama está preocupado em valorizar o próximo, e não a si mesmo.

6. O Amor não se porta inconvenientemente - Em outras palavras, o amor preza pelas boas maneiras. Cada atitude a ser tomada, deve ser pautada pelo bom senso. Jamais se deve agir de maneira arrogante, ferindo ou incomodando a outros. Aquele que não vive em amor, não se importa com o incômodo que suas ações poderão produzir ao próximo. Quando se vive em amor, preocupa-se com o decoro, com a decência, com os bons modos. Ainda que tenhamos que sacrificar a nossa liberdade, não podemos visar o nosso próprio bem-estar. É isso que dita a nossa conduta. Escrevendo aos Romanos, Paulo diz: “Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come, e o que come não julgue o que come, pois Deus o recebeu por seu (...) quem come, para o Senhor come, pois dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Pois nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor (...) Portanto, não nos julguemos mais uns aos outros. Antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão (...) Se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu (...) Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Não destruas por causa da comida a obra de Deus (...) Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça (...) Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Pois também Cristo não agradou a si mesmo...” (Rm.14:2-3,6-8,13,15,19-20a,21; 15:1-3a).

7. O Amor não busca seus próprios interesses - Numa outra tradução, o amor não insiste sobre os seus próprios direitos. Os que vivem em amor não buscam tirar vantagem em cima dos outros. “Que lucro essa pessoa pode me dar? Como posso usá-la para meus próprios benefícios?” Perguntas como estas surgem na mente de quem não sabe o que é o amor. Quem vive o amor de Deus pergunta a si mesmo: “Como posso beneficiar o meu irmão?” Ainda que isso signifique sofrer algum prejuízo. Um exemplo disso, encontramos na epístola de Paulo a Filemon. Este era um homem proeminente na sociedade, e havia se convertido à fé cristã. Quando Paulo estava preso, conheceu na prisão um homem chamado Onésimo, que havia sido escravo de Filemon, mas tinha fugido, dando prejuízo ao seu senhor. Paulo o evangelizou, e o conduziu a Cristo. Logo após, Onésimo foi solto. Paulo, então, escrevendo ao a Filemon, pede que este o receba como se estivesse recebendo o próprio apóstolo, “não já como escravo, antes mais do que escravo, como irmão amado (...) Portanto” roga Paulo, “se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, lança-a na minha conta. Eu, Paulo, escrevo de meu próprio punho, o pagarei” (Fm.16-19a). Assim age quem ama. Ainda que se tenha de sacrificar em favor de seu semelhante.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabens pelo comentario,estarei sempre vizitando,que Deus lhe abençoe e lhe de sabedoria para ajudar muitas almas aqui,Fique na Paz. :)

WiLL disse...

muito bom, parabens'