8. O Amor Não Se Irrita - Quem ama não perde a compostura quando vê os seus direitos ameaçados. Ninguém há que possa provocar àquele que vive em amor. Esse não revida, não se irrita, antes, segue as pisadas de Cristo, que “quando foi injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava. Antes, entregava-se àquele que julga justamente” (1 Pe.2:23). Aquele que anda em amor, procura manter a calma, mesmo nos momentos de provocação, de escárnio, de zombaria.
9. O Amor Não Suspeita Mal - Há muita gente que enxerga o mal onde ele não existe. Tais pessoas se vangloriam de ter um faro aguçado para perceber quando alguém está intentando fazer-lhes mal. Vivem em busca de indicações, indícios, pistas para desmascarar quem lhe esteja tramando uma emboscada. Porém, aquele que é dotado de amor verdadeiro está sempre atento ao lado bom das pessoas, procurando realçá-lo, em vez de enxergar somente o seu lado ruim. Embora estejamos cientes de que ninguém é perfeito, devemos procurar enxergar os traços que cada pessoa conserva da imagem e semelhança de Deus. Ainda que o pecado tenha maculado a imagem de Deus nos homens, eles possuem algum traço divino que a graça divina manteve intacto. É esse traço divino que deve ser realçado quando nos relacionamos com as pessoas. Ele é como uma assi-natura deixada por Deus em uma obra Sua. Se enfatizarmos os defeitos uns dos outros, estaremos sempre esperando o pior do nosso semelhante, e isso não condiz com o amor que devemos dispensar uns aos outros. Suspeitar mal é esperar somente o pior de alguém. Mesmo quando a pessoa já tenha dado motivo para isso, devemos relevar, passando uma borracha no que passou, permitindo que na folha corrida do nosso coração nada conste contra ela.
10. Não Se Regozija Com A Injustiça, Mas Se Regozija Com A Verdade - O amor jamais se dá por satisfeito vendo alguém sendo injustiçado, ou comento alguma injustiça. Quem é movido pelo amor se sente chocado diante de um quadro de injustiça. Ver nosso semelhante passando fome, escravizado, caído, deveria fazer com que nos sentíssemos incomodados. Infelizmente, nossa sociedade perdeu o hábito de chocar-se diante das injustiças. Os jornais sensacionalistas fizeram com que a mais brutal das violências se tornasse algo banal. E o pior de tudo é que tem gente que aprecia esse tipo de coisa. Porém, os que praticam o Novo Mandamento de Deus não se acostumam com nada disso. Pelo contrário, aprecia o que Deus aprecia, e detesta o que Deus detesta. “Vós, que amais ao Senhor, detestai o mal” exorta Davi (Sl.97:10a). E Paulo diz: “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal, e apegai-vos ao bem” (Rm.12:9). Quem diz que tem o amor de Deus e não detesta o que é mal aos Seus olhos, está vivendo uma farsa religiosa, um amor fingido. “Pois eu, o Senhor, amo a justiça; odeio o roubo e a iniqüidade”(Is.61:8a). Alegrar-se diante do que é errado é contrariar o coração de Deus. Nosso coração precisa bater no compasso do coração de Cristo. O que Ele ama, deve ser o que nós amamos. O que Ele abomina, deve ser o que nós abominamos. Quando experimentamos isso, a promessa de Deus para Cristo é estendida a nós também. Eis a promessa: “Amaste a justiça, e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” (Hb.1:9). E como devemos agir para com aqueles que praticam coisas abomináveis a Deus? Devemos amá-los, porém, reprovando e detestando o seu pecado. Muitos cristãos se sentem bem por não praticarem alguns pecados. Entretanto, o simples fato de apreciarem tais práticas (ainda que não as pratiquem), os faz cúmplices daqueles que as cometem. Paulo nos aconselha a não sermos cúmplices das obras infrutuosas das trevas, antes porém, devemos condená-las (Ef. 5:11). Deveríamos sentir nojo de tudo aquilo que desagrada ao nosso Pai Eterno. Ao mesmo tempo, deveríamos desejar e amar a tudo quanto trás alegria ao coração de Deus.
11. O Amor Tudo Sofre - A palavra traduzida neste texto por “sofre” deriva de um termo grego que significa “telhado”. Pra que serve o telhado? Para cobrir, proteger, suportar a tempestade, promovendo o bem-estar de quem se acolhe no interior da casa. É nesse sentido que o amor se dispõe a sofrer todas as coisas. Não se trata aqui de sofrer por sofrer. O amor não é masoquista! Trata-se sim da disposição de quem ama em, se necessário, dar sua própria vida pela pessoa amada. O importante é oferecer cobertura à pessoa amada, a fim de poupar-lhe do sofrimento. Preferimos ser atingidos a ver nosso semelhante atingido. Isso nada mais é do que amor.
12. O Amor Tudo Crê - Ao invés de nutrir qualquer desconfiança acerca do seu semelhante, quem ama prefere arriscar, e confiar, ainda que as evidências sejam desfavoráveis. As pessoas que nos cercam têm defeitos, assim como nós. Porém, para que suas qualidades sejam manifestadas, elas precisam de encorajamento, através de alguém que ouse crer em seu potencial. Nada é mais estimulante do que saber que há alguém torcendo por nós, e crendo no nosso êxito. É sobre isso que o escritor de Hebreus fala aos seus leitores: “Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb.10:24).
13. O Amor Tudo Espera - E quando a pessoa em quem acreditamos não corresponde às nossas expectativas, e nos decepciona? A resposta é: O amor tudo espera. A certeza acerca da obra que Deus está por concluir na vida de alguém, é que nos mantém esperançosos. Paulo escreve aos Filipenses: “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus” (1:6). Portanto, vale a pena esperar. A Bíblia diz que há um tempo para todo o propósito debaixo dos céus. Não precisamos ficar afobados, ansiosos e inquietos. Se toda a expectativa que investimos em quem amamos não for correspondida agora, não devemos simplesmente desistir de amá-lo, mas continuar esperando que o propósito de Deus se cumpra em sua vida.
14. O Amor Tudo Suporta - O amor nunca cede lugar a qualquer outro sentimento. Ele resiste até o fim, suportando as afrontas, os deslizes, as falhas humanas. Ele tolera as perseguições, e até o martírio, se necessário. Como diz o sábio Salomão: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo” (Cant.8:7).
15. O Amor Jamais Acaba - É realmente uma fonte inesgotável. Todas as coisas chegam ao fim um dia, porém, o amor existirá enquanto Deus existir. Ele é co-eterno com Deus. Afinal, “Deus é amor”. Até as manifestações dos dons espirituais hão de cessar um dia. “Havendo profecias, cessarão; havendo línguas, desaparecerão; havendo ciência, passará”. Tudo é transitório, com exceção do amor. “Agora” conclui o apóstolo, “permanecem estes três: a fé, a esperança e o amor, mais o maior destes é o amor” (1 Co.13:13). Esse é o caminho mais excelente que Paulo se propusera a mostrar-nos. Nada supera o amor; nem mesmo a fé, ou qualquer outro dom. Quando tudo houver chegado ao fim, o amor prevalecerá.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
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