Não é difícil dizer que se ama alguém mais do que a própria vida. Difícil é demonstrar esse amor de forma prática.
Em sua primeira epístola, João, conhecido como apóstolo do amor, nos aconselha:
“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.”
I JOÃO 3:18.
O amor que Deus tem derramado em nosso coração, não deve ser ocultado. Este amor precisa ser expressado, e não só com palavras, mas também com atitudes. Qualquer sentimento que não nos leve à ação, pode ser chamado de tudo, menos de amor. O amor não é retórico, é prático.
Logo após ter dito que devemos dar a vida pelos irmãos, João nos oferece um exemplo do que seja isso. Ele diz: “Quem tiver bens no mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o seu coração, como estará nele o amor de Deus?” (v.17). Tiago faz semelhante comentário, ao perguntar: “Se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz; aquentai-vos e fartai-vos, mas não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?” (Tg.2:15-16).
Quem ama se dá. Quem ama se expõe. Quem ama age em favor da pessoa amada. Jesus diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que DEU o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16).
O amor que temos pelos irmãos é o eco do amor de Deus por nós. Ele nos amou a ponto de Se dar por nós; nós devemos amar a ponto de nos dar por eles.
Escrevendo aos Coríntios, Paulo dá testemunho do amor que os Macedônios demonstraram a ele, e aos seus companheiros. Ele testifica: “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus” (2 Co.8:5).
De acordo com o testemunho do apóstolo, as igrejas da Macedônia estavam em aperto, passando por uma dura tribulação. Porém isso não as impediu de demonstrar o seu amor pela causa do mestre, enviando ofertas para o ministério de Paulo e para os cristãos de Jerusalém que estavam em maior aperto que eles. Isso sim é amor! Amor que dá ao invés de reter. Amor que se expõe ao invés de escusar-se. Amor que visa o bem de outrem, ao invés de visar o seu próprio bem.
· Amor Real versus Pseudo-amor
O amor próprio às vezes se camufla tão bem, que se faz passar por amor cristão. É preciso que estejamos atentos a isso.
O amor próprio pode produzir obras tais que venham iludir-nos. Por exemplo: Paulo diz em seu famoso capítulo 13 de 1 Coríntios, que é possível manifestar “dons espirituais” sem com isso ter amor. A carne é capaz de imitar muitas manifestações espirituais. Falar em línguas, por exemplo, não é o verdadeiro sinal de que alguém tenha recebido o Espírito Santo. O sinal real que comprova a presença do Espírito Santo em alguém é o amor. Se não houver amor, as línguas não vão passar de barulho. Nada mais serão do que palavras desconexas, fluindo “como o metal que soa, ou como o sino que tine” (v.1). Profetizar, conhecer os mistérios, aprofundar-se na ciência, tudo isso é acessório. O essencial é o amor ! Profecia sem amor não cumpre o seu papel, pois só exorta, mas não edifica, não consola. Tudo que o profeta quer é ser visto, ser notado. O outro é apenas o ouvinte. O profeta sim é que o “importante” ! Ele é o portador da mensagem divina! Isso tudo é vaidade! Quando há amor, o profeta entende que ele é apenas veículo de Deus, que visa o bem do outro. Conhecer os mistérios sem amor não passa de gnosticismo. Quando somos movidos pelo amor, queremos conhecer os mistérios para compartilhá-los, e não para deleitar-nos, ou sentir-nos superiores aos demais.
E o que dizer da fé? E se tivermos toda a fé do mundo, a ponto de transportarmos os montes? Paulo diz que se não tivéssemos amor, nada sería-mos. Isso quer dizer que fé sem amor não é nada. É puro sensacionalismo ! É truque. Ou talvez, força da mente. “O que importa” diz Paulo, “é a fé que opera pelo amor” (Gl.5:6). O que passar disso é exibicionismo.
· FILANTROPIA SEM AMOR
Paulo vai mais longe ainda. Ele desmascara o amor próprio que se faz passar por amor verdadeiro. Ele diz que é possível que o indivíduo distribua toda a sua fortuna para os pobres sem ser movido pelo amor. Nós estamos cansados de ver isso na época de política. Muita gente sai por aí distribuindo comida, roupa, e até dinheiro, apenas para se promover. Isso não é amor, é marketing ! Amor é uma coisa, auto-promoção é outra totalmente diferente. Tanto é verdade que, o nome de tais indivíduos sempre vai estampado nos caminhões, nas camisetas e etc. A verdadeira filantropia é aquela que Jesus apresenta, quando diz: “Guardai-vos de praticar vossos atos de justiça diante dos homens, para serdes vistos por eles. Se o fizerdes, não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus. Portanto, quando deres esmolas, não façais tocar trombeta diante de ti, como os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas quando tu deres esmola, não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola seja dada secretamente. Então teu Pai, que vêm em secreto, te recompensará” (Mt.6:1-4).
· MÁRTIR ou HERÓI ?
Paulo também diz que é possível entregar-se para ser queimado como um mártir sem ser movido por amor. Infelizmente há pessoas que amam mais o seu nome do que a sua própria vida. Isso também é uma variação do amor próprio. Por isso, desejosos de terem seus nomes na história, são capazes de atos heróicos, como morrer por uma causa. As páginas dos livros de História estão cheia de exemplos disso. O verdadeiro mártir é aquele que morrer por amor ao seu semelhante, ou por amor à causa do Mestre, e não em função de uma posição política, ou ideológica. Uns dizem: - Morro, mas não abro mão das minhas idéias, dos meus sonhos. Isso também não passa de amor próprio. O verdadeiro mártir é aquele que morre desejando a salvação dos seus semelhantes. Até na hora da morte, seu foco está direcionado em seus semelhantes. Um exemplo clássico disso foi a morte de Estêvão. Enquanto estava sendo apedrejado, “pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu” (At.7:60). Com o coração tomado pelo amor de Deus, podemos afirmar que na hora de sua morte, houve em Estêvão o mesmo sentimento que houve em Cristo. Foi em Jesus que Estêvão inspirou-se para fazer aquela oração. Do alto da cruz, esvaindo-Se em sangue, Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc.23:34). Isso é que é amor ! Amor de verdade é aquele que perdoa. Amor real é aquele que nos faz esquecer de nosso próprio sofrimento, para preocupar-nos com o sofrimento alheio.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
6 - Um Novo Mandamento
Estamos entrando na parte prática de nosso discipulado. A pergunta é: Como devemos lidar com as questões práticas do nosso cotidiano? Áreas como os relacionamentos familiares, conduta profissional, submissão às autoridades constituídas, amizades e muitas outras estarão sendo tratadas nesta nova fase de nosso estudo.
Não podemos nos esquecer de que agora somos novas criaturas, cidadãos do Reino de Deus, e que não devemos mais andar como antes.
Em sua epístola aos Efésios, Paulo entra no aspecto prático da vida cristã dizendo:
“Não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade do seu pensamento, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração”.
Efésios 4:17-19.
E como andam os outros gentios? Na vaidade do seu pensamento. A vida de quem não conhece a Deus é centrada em seu próprio “eu”. Paulo diz que o “deus” deles é o seu ventre (Fp.3:19). Em outras palavras, eles estão voltados para o seu próprio umbigo. “Os tais” afirma o apóstolo, “não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre” (Rm.16:18). Por isso, sua conduta é ditada pela sua própria vaidade.
Pessoas assim se justificam do erro que cometem dizendo: - Eu me sinto bem, assim. Não quero mudar. Eu só quero é ser feliz e me sentir bem comigo mesmo.
Porém nós, ao nos convertermos a Cristo, convertemo-nos também ao nosso próximo, de forma que nossa conduta é ditada por aquilo que vai ou não agradar a Deus, ou ferir o nosso próximo. Entendemos que Cristo morreu por nós, para que não vivamos mais para nós mesmos (2 Co.5:15).
Quem realmente deseja tornar-se discípulo de Jesus, precisa experimentar a morte do seu ego. Se isso não acontecer, ele jamais vai compreender o novo mandamento de nosso Senhor Jesus Cristo.
· O NOVO MANDAMENTO
Na Antiga Aliança, o mandamento de Deus acerca do amor que deveríamos dispensar ao nosso próximo era: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv.19:18).
Para que o ser humano compreendesse o que era amor, Deus estabeleceu como parâmetro o “amor próprio”, isto é, o amor que cada pessoa tem por si mesma. Se alguém perguntasse: Como devo amar ao meu próximo? Deus responderia: Como você ama si mesmo.
Depois da Queda, o homem encheu-se de amor próprio, fruto do seu orgulho, e da quebra de sua comunhão com Deus. O homem morreu espiritualmente. Nesse estado, ele não tinha condição sequer de amar a Deus, quanto mais ao seu próximo. Então, por que Deus exigiu do homem algo que ele não poderia fazer? Para que o homem aprendesse a depender da graça e da misericórdia divinas. Através da Lei, Deus quis mostrar ao homem a sua total inabilidade em alcançar o grau de retidão exigido por Deus, para que sua comunhão com Ele fosse reatada. Entretanto, Deus prometeu que um dia isso mudaria, quando o Seu Espírito fosse derramado sobre o homem, possibilitando-o de cumprir os Seus mandamentos. Ele disse:
“O Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração dos teus descendentes, a fim de ames ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda alma, para que vivas.”
DEUTERONÔMIO 30:6.
Como até aquele momento, a maior referência de amor de que dis-punha era o amor próprio, Deus o utilizou como parâmetro, para que o homem pudesse ter uma vaga idéia do que era o amor.
Quando Jesus veio a este mundo, Ele nos revelou a vontade de Deus de forma muito clara ao estabelecer um Novo Mandamento.
Primeiro, Ele afirmou que “quem ama a sua vida, perdê-la-á, mas quem odeia a sua vida neste mundo, guardá-la-á para a vida eterna” (Jo.12:25). Esse foi o primeiro golpe diferido por Jesus no amor próprio. A partir daí, os discípulos já puderam compreender que o que Deus queria não era que eles amassem os outros como a si mesmos, pelo simples motivo de que, eles já não deveriam amar a sua própria vida. E agora? Que tipo de amor eles deveriam dispensar ao seu semelhante? Afinal, até aquele momento, eles não conheciam nenhum outro tipo de amor, senão aquele.
Após ter lavado os pés dos Seus discípulos, Jesus lhes disse:
“Novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei a vós, assim também deveis amar uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
JOÃO 13:34-35.
Antes de proferir estas palavras, Jesus deu uma pequena demonstração do que era o Seu amor. Ele não estava preocupado com o que as pessoas iriam pensar d’Ele, vendo-O ajoelhado perante os Seus subalternos, lavando os seus pés. Sua preocupação era revelar-lhes o mais profundo sentido do Amor. A partir da Nova Aliança, o amor próprio já não nos serve de parâmetro do amor que devemos dispensar aos outros. O novo parâmetro é o amor de Deus por nós. Devemos amar ao semelhante assim como Ele nos amou.
Alguém poderá relutar: - Mas se nós não temos sequer condição de amar ao próximo como a nós mesmos, quanto mais amá-lo como Deus nos amou! Realmente, não temos condição de amar como Deus nos amou. É por isso que temos que experimentar a morte do “eu”, para que, então, Cristo possa viver Sua vida através de nós, amando, perdoando e aceitando as pessoas de uma maneira como nós jamais conseguiríamos fazê-lo.
O apóstolo Paulo chegou à conclusão que era simplesmente impossível alcançar o nível de retidão e santidade exigido por Deus. Foi então que ele descobriu que só havia uma saída. Ele a expressou da seguinte maneira:
“Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” GÁLATAS 2:20.
Que descoberta tremenda! Enquanto as pessoas teimarem em tentar alcançar esse nível de amor por esforços próprios, elas se frustrarão. É importante que o homem admita a sua incapacidade, e reconheça que o seu velho “eu” não merece outra punição senão a cruz. A conclusão de Paulo é que se Cristo “morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu” (2 Co.5:14-15).
Quando reconhecemos “que o nosso velho homem foi com ele crucificado”, e passamos a nos considera como mortos para o pecado, a vida de Cristo passa a fluir através de nós (Rm.6:6,11). Desta maneira, passamos a amar como Ele amou. Já não vivemos para nós mesmos. Nosso “deus” não é mais o nosso ventre. Tudo o que fizermos, a partir daí, terá como propósito a glória de Deus, e o bem-estar de nosso semelhante.
É na morte do “eu” que experimentamos a verdadeira vida abundante. João afirma que o meio pelo qual sabemos que já passamos da morte para vida é o fato de amarmos os irmãos. “Quem não ama” adverte o apóstolo, “permanece na morte (...) Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 Jo.3:14,16).
O quê? Dar vida pelos irmãos? Será que Deus está nos convidando ao martírio? É claro que não! Dar a vida pelos irmãos é viver em função do seu próximo, e não em função do seu próprio bem-estar.
Foi assim que Cristo agiu. Ele não pensou em Si mesmo em momento algum. Antes, Ele dispôs-Se a morrer por nós; não por merecermos Seu amor, e sim, porque Ele mesmo é amor.
A Bíblia diz que deve haver em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fp.2:5). Se tivermos que morrer por alguém, não nos negaremos a fazê-lo. É este tipo de amor que nos faz vencer a contínua oposição de Satanás. Em Apocalipse 12:11 lemos que nós o vencemos por causa de três fatores:
Primeiro - Por causa do sangue do Cordeiro. Isto é, o fato de haver Cristo nos amado a ponto de dar Sua vida por nós, torna-nos mais que vencedores. Paulo disse que nós somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou (Rm.8: 37).
Segundo - Nós vencemos o diabo por causa da palavra do nosso testemunho. Quando confessamos Jesus como nosso Senhor e Salvador, esse testemunho nos faz imunes às acusações de Satanás.
Terceiro - Nós o vencemos por não amarmos a nossa vida até a morte! O fato de termos a disposição de morrermos por nosso Senhor, e pelo nosso semelhante nos coloca em vantagem contra o diabo. Enquanto ele encontrar em nós algum resquício de amor próprio, ele terá um ponto de apoio para atuar em nossa vida. O amor próprio constitui-se a base de operação para o adversário. Quando nos consideramos mortos, e vivemos em função do reino de Deus, as fortalezas usadas pelo inimigo são dinamitadas, e em seu lugar, é erigido um altar de adoração a Deus.
É bom frisar que a obediência ao Novo Mandamento de Jesus não depende de nosso esforço pessoal. É Cristo habitando em nós pelo Seu Espírito que produz em nós esse nível de amor. Paulo diz que “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm.5:5). Portanto, não se trata de um produto humano, mas divino. Antes de partir deste mundo, Jesus orou ao Pai, pedindo para que o amor com que o Pai O amou estivesse em Seus discípulos, através de Sua presença neles (Jo.17:26).
Não podemos nos esquecer de que agora somos novas criaturas, cidadãos do Reino de Deus, e que não devemos mais andar como antes.
Em sua epístola aos Efésios, Paulo entra no aspecto prático da vida cristã dizendo:
“Não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade do seu pensamento, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração”.
Efésios 4:17-19.
E como andam os outros gentios? Na vaidade do seu pensamento. A vida de quem não conhece a Deus é centrada em seu próprio “eu”. Paulo diz que o “deus” deles é o seu ventre (Fp.3:19). Em outras palavras, eles estão voltados para o seu próprio umbigo. “Os tais” afirma o apóstolo, “não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre” (Rm.16:18). Por isso, sua conduta é ditada pela sua própria vaidade.
Pessoas assim se justificam do erro que cometem dizendo: - Eu me sinto bem, assim. Não quero mudar. Eu só quero é ser feliz e me sentir bem comigo mesmo.
Porém nós, ao nos convertermos a Cristo, convertemo-nos também ao nosso próximo, de forma que nossa conduta é ditada por aquilo que vai ou não agradar a Deus, ou ferir o nosso próximo. Entendemos que Cristo morreu por nós, para que não vivamos mais para nós mesmos (2 Co.5:15).
Quem realmente deseja tornar-se discípulo de Jesus, precisa experimentar a morte do seu ego. Se isso não acontecer, ele jamais vai compreender o novo mandamento de nosso Senhor Jesus Cristo.
· O NOVO MANDAMENTO
Na Antiga Aliança, o mandamento de Deus acerca do amor que deveríamos dispensar ao nosso próximo era: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv.19:18).
Para que o ser humano compreendesse o que era amor, Deus estabeleceu como parâmetro o “amor próprio”, isto é, o amor que cada pessoa tem por si mesma. Se alguém perguntasse: Como devo amar ao meu próximo? Deus responderia: Como você ama si mesmo.
Depois da Queda, o homem encheu-se de amor próprio, fruto do seu orgulho, e da quebra de sua comunhão com Deus. O homem morreu espiritualmente. Nesse estado, ele não tinha condição sequer de amar a Deus, quanto mais ao seu próximo. Então, por que Deus exigiu do homem algo que ele não poderia fazer? Para que o homem aprendesse a depender da graça e da misericórdia divinas. Através da Lei, Deus quis mostrar ao homem a sua total inabilidade em alcançar o grau de retidão exigido por Deus, para que sua comunhão com Ele fosse reatada. Entretanto, Deus prometeu que um dia isso mudaria, quando o Seu Espírito fosse derramado sobre o homem, possibilitando-o de cumprir os Seus mandamentos. Ele disse:
“O Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração dos teus descendentes, a fim de ames ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda alma, para que vivas.”
DEUTERONÔMIO 30:6.
Como até aquele momento, a maior referência de amor de que dis-punha era o amor próprio, Deus o utilizou como parâmetro, para que o homem pudesse ter uma vaga idéia do que era o amor.
Quando Jesus veio a este mundo, Ele nos revelou a vontade de Deus de forma muito clara ao estabelecer um Novo Mandamento.
Primeiro, Ele afirmou que “quem ama a sua vida, perdê-la-á, mas quem odeia a sua vida neste mundo, guardá-la-á para a vida eterna” (Jo.12:25). Esse foi o primeiro golpe diferido por Jesus no amor próprio. A partir daí, os discípulos já puderam compreender que o que Deus queria não era que eles amassem os outros como a si mesmos, pelo simples motivo de que, eles já não deveriam amar a sua própria vida. E agora? Que tipo de amor eles deveriam dispensar ao seu semelhante? Afinal, até aquele momento, eles não conheciam nenhum outro tipo de amor, senão aquele.
Após ter lavado os pés dos Seus discípulos, Jesus lhes disse:
“Novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei a vós, assim também deveis amar uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
JOÃO 13:34-35.
Antes de proferir estas palavras, Jesus deu uma pequena demonstração do que era o Seu amor. Ele não estava preocupado com o que as pessoas iriam pensar d’Ele, vendo-O ajoelhado perante os Seus subalternos, lavando os seus pés. Sua preocupação era revelar-lhes o mais profundo sentido do Amor. A partir da Nova Aliança, o amor próprio já não nos serve de parâmetro do amor que devemos dispensar aos outros. O novo parâmetro é o amor de Deus por nós. Devemos amar ao semelhante assim como Ele nos amou.
Alguém poderá relutar: - Mas se nós não temos sequer condição de amar ao próximo como a nós mesmos, quanto mais amá-lo como Deus nos amou! Realmente, não temos condição de amar como Deus nos amou. É por isso que temos que experimentar a morte do “eu”, para que, então, Cristo possa viver Sua vida através de nós, amando, perdoando e aceitando as pessoas de uma maneira como nós jamais conseguiríamos fazê-lo.
O apóstolo Paulo chegou à conclusão que era simplesmente impossível alcançar o nível de retidão e santidade exigido por Deus. Foi então que ele descobriu que só havia uma saída. Ele a expressou da seguinte maneira:
“Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” GÁLATAS 2:20.
Que descoberta tremenda! Enquanto as pessoas teimarem em tentar alcançar esse nível de amor por esforços próprios, elas se frustrarão. É importante que o homem admita a sua incapacidade, e reconheça que o seu velho “eu” não merece outra punição senão a cruz. A conclusão de Paulo é que se Cristo “morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu” (2 Co.5:14-15).
Quando reconhecemos “que o nosso velho homem foi com ele crucificado”, e passamos a nos considera como mortos para o pecado, a vida de Cristo passa a fluir através de nós (Rm.6:6,11). Desta maneira, passamos a amar como Ele amou. Já não vivemos para nós mesmos. Nosso “deus” não é mais o nosso ventre. Tudo o que fizermos, a partir daí, terá como propósito a glória de Deus, e o bem-estar de nosso semelhante.
É na morte do “eu” que experimentamos a verdadeira vida abundante. João afirma que o meio pelo qual sabemos que já passamos da morte para vida é o fato de amarmos os irmãos. “Quem não ama” adverte o apóstolo, “permanece na morte (...) Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 Jo.3:14,16).
O quê? Dar vida pelos irmãos? Será que Deus está nos convidando ao martírio? É claro que não! Dar a vida pelos irmãos é viver em função do seu próximo, e não em função do seu próprio bem-estar.
Foi assim que Cristo agiu. Ele não pensou em Si mesmo em momento algum. Antes, Ele dispôs-Se a morrer por nós; não por merecermos Seu amor, e sim, porque Ele mesmo é amor.
A Bíblia diz que deve haver em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fp.2:5). Se tivermos que morrer por alguém, não nos negaremos a fazê-lo. É este tipo de amor que nos faz vencer a contínua oposição de Satanás. Em Apocalipse 12:11 lemos que nós o vencemos por causa de três fatores:
Primeiro - Por causa do sangue do Cordeiro. Isto é, o fato de haver Cristo nos amado a ponto de dar Sua vida por nós, torna-nos mais que vencedores. Paulo disse que nós somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou (Rm.8: 37).
Segundo - Nós vencemos o diabo por causa da palavra do nosso testemunho. Quando confessamos Jesus como nosso Senhor e Salvador, esse testemunho nos faz imunes às acusações de Satanás.
Terceiro - Nós o vencemos por não amarmos a nossa vida até a morte! O fato de termos a disposição de morrermos por nosso Senhor, e pelo nosso semelhante nos coloca em vantagem contra o diabo. Enquanto ele encontrar em nós algum resquício de amor próprio, ele terá um ponto de apoio para atuar em nossa vida. O amor próprio constitui-se a base de operação para o adversário. Quando nos consideramos mortos, e vivemos em função do reino de Deus, as fortalezas usadas pelo inimigo são dinamitadas, e em seu lugar, é erigido um altar de adoração a Deus.
É bom frisar que a obediência ao Novo Mandamento de Jesus não depende de nosso esforço pessoal. É Cristo habitando em nós pelo Seu Espírito que produz em nós esse nível de amor. Paulo diz que “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm.5:5). Portanto, não se trata de um produto humano, mas divino. Antes de partir deste mundo, Jesus orou ao Pai, pedindo para que o amor com que o Pai O amou estivesse em Seus discípulos, através de Sua presença neles (Jo.17:26).
5 - A Recompensa do Discípulo
Não podemos nos esquecer de que há uma recompensa reservada para aqueles que O seguirem. Um dia, Pedro resolveu desabafar-se com Jesus, dizendo:
“Nós tudo deixamos, e te seguimos. Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, JÁ NO PRESENTE, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida eterna.”
MARCOS 10:28-30.
Esta é uma promessa ainda válida para os dias de hoje! Embora o preço pago por um discípulo seja alto, a recompensa é ainda maior. Portanto, vale a pena seguir a Jesus.
O fato é que aquele que segue a Jesus, tem sua vida assumida por Ele.
Ao enviar, de uma só vez, setenta discípulos ao campo missionário, Jesus lhes orientou a não levarem bolsa, bagagem, dinheiro ou qualquer outra provisão. A princípio, os discípulos podem não ter compreendido aquela instrução. Porém, mais tarde, Jesus lhes perguntou:
“Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou sandálias, faltou-vos alguma coisa? Responderam eles: NADA.”
LUCAS 22:35.
Que lição Jesus queria dar aos Seus discípulos, afinal? Ele queria demonstrar-lhes que Deus os havia assumido, a fim de poupar-lhes de toda e qualquer preocupação com sua subsistência.
Quando Deus exige que coloquemos n’Ele todo o nosso coração, é para que não sejamos consumidos pela ansiedade. Assim como não deixou faltar absolutamente nada àqueles setenta, Ele jamais vai permitir que falte qualquer coisa àqueles que, obstinadamente, deixaram tudo para segui-lO. A promessa é que receberemos cem vezes mais daquilo que deixamos para nos tornarmos discípulos de Jesus.
· BÊNÇÃO PARA OS OUTROS
Não somos chamados apenas para sermos abençoados, mas para sermos bênçãos para aqueles que nos cercam.Tornamo-nos herdeiros da bênção de Abraão, o primeiro a deixar tudo para trás para seguir a orientação de Deus. Nesse sentido, podemos dizer que Abraão foi o primeiro discípulo, mesmo tendo vivido milhares de anos antes do nascimento do Filho de Deus.
Quando Deus o chamou, Ele ordenou que Abraão deixasse a sua terra, sua parentela e seus pais. Este foi o preço que Abraão teve que pagar. Porém, Deus prometeu que ele haveria de ser uma bênção. O Senhor Deus lhe disse:
“Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.”
Gênesis 12:3a
Todo crente em Jesus é um abençoado, mas somente os discípulos são uma bênção.
Esta é a bênção de Abraão, da qual todo discípulo de Cristo é herdeiro. Paulo diz que Cristo nos resgatou para que a bênção de Abraão pudesse chegar a nós (Gl.3:14).
Todo cristão é um abençoado, porém, somente os verdadeiros discípulos podem dizer que são uma bênção. E o que é ser uma bênção? É ser um veículo para abençoar a outros.
Qualquer pessoa que nos abençoar, será abençoada. Isto quer dizer que, qualquer que nos beneficiar, será beneficiado. Foi o próprio Jesus quem disse que “quem der a beber ainda que seja um copo d’água fria a um destes pequeninos, POR SER MEU DISCÍPULO, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão” (Mt. 10:42).
E quanto aos que nos perseguem? Serão eles amaldiçoados?
Embora isso fizesse parte da promessa de Deus a Abraão, não podemos nos esquecer de que vivemos numa Nova Aliança, onde o interesse de Deus é abençoar, e não amaldiçoar. Até porque, muitos dos que nos perseguem hoje, poderão se converter amanhã, tornando-se também uma bênção. Que o diga Paulo!
Pedro nos aconselha, dizendo:
“Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria. Pelo contrário, abençoai, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênçãos por herança.”
I Pedro 3:9.
Por isso, não podemos sair por aí amaldiçoando a quem quer seja. Paulo que havia sido um perseguidor da Igreja antes de se converter, nos admoesta:
“Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis.”
Romanos 12:14.
Devemos encarar isso como um mandamento de Deus para nós. Veja ainda o que diz Tiago, irmão carnal do Senhor Jesus:
“Com ela ( a língua ) bendizemos ao Senhor e Pai, e também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja assim.”
TIAGO 3:9-10.
Portanto, fica claro que devemos buscar beneficiar a todos os homens, até mesmo àqueles que procuram prejudicar-nos. Deixemos que Deus julgue a nossa causa, e dê aos nossos inimigos o que Ele achar justo. “Se for possível” diz Paulo, “quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber (...) Não te deixes vencer do mal, mas VENCE O MAL COM O BEM” (Rm.12:18-21).
· A PRINCIPAL RECOMPENSA
A principal recompensa que o discípulo recebe é ter a certeza da presença de Cristo. O discípulo compreende que, mediante a comunhão do Espírito e da Palavra, ele está em Cristo, e Cristo está nele. É por estar em Cristo, que, onde quer que Cristo esteja, lá está o Seu discípulo. Jesus expressou a Sua vontade quanto a isso, quando disse em oração:
“Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade (...) Pai, quero que onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória, a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo.”
JOÃO 17:23a, 24.
Esta unidade perfeita já é real para nós, pois, de acordo com Paulo, estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus, tendo-nos tornado um só espírito com Ele (Ef.2:6 e 1 Co.6:17).
João teve uma visão gloriosa acerca disso. Segundo o relato encontrado em Apocalipse 14:1,4b-5, João viu “o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai (...) Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o Cordeiro. Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis.”
É claro que o número 144.000 é figurativo, e simboliza a totalidade daqueles em cujas vidas cumpriu-se o eterno propósito de Deus. Veja que João diz que eles são irrepreensíveis. São de fato, discípulos do Senhor Jesus. Portanto, onde quer que o Senhor esteja, ali também estarão eles.
Um dia teremos o privilégio de vê-lO tal qual Ele é. Sua presença será usufruída em toda a Sua plenitude, e teremos toda a eternidade para admi-rarmos a formosura do nosso Rei. Quando isso acontecer, teremos a certeza de que terá valido a pena toda a renúncia que fizemos a fim de segui-lO. Esse, de fato, há de ser o maior de todos os galardões.
“Nós tudo deixamos, e te seguimos. Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, JÁ NO PRESENTE, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida eterna.”
MARCOS 10:28-30.
Esta é uma promessa ainda válida para os dias de hoje! Embora o preço pago por um discípulo seja alto, a recompensa é ainda maior. Portanto, vale a pena seguir a Jesus.
O fato é que aquele que segue a Jesus, tem sua vida assumida por Ele.
Ao enviar, de uma só vez, setenta discípulos ao campo missionário, Jesus lhes orientou a não levarem bolsa, bagagem, dinheiro ou qualquer outra provisão. A princípio, os discípulos podem não ter compreendido aquela instrução. Porém, mais tarde, Jesus lhes perguntou:
“Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou sandálias, faltou-vos alguma coisa? Responderam eles: NADA.”
LUCAS 22:35.
Que lição Jesus queria dar aos Seus discípulos, afinal? Ele queria demonstrar-lhes que Deus os havia assumido, a fim de poupar-lhes de toda e qualquer preocupação com sua subsistência.
Quando Deus exige que coloquemos n’Ele todo o nosso coração, é para que não sejamos consumidos pela ansiedade. Assim como não deixou faltar absolutamente nada àqueles setenta, Ele jamais vai permitir que falte qualquer coisa àqueles que, obstinadamente, deixaram tudo para segui-lO. A promessa é que receberemos cem vezes mais daquilo que deixamos para nos tornarmos discípulos de Jesus.
· BÊNÇÃO PARA OS OUTROS
Não somos chamados apenas para sermos abençoados, mas para sermos bênçãos para aqueles que nos cercam.Tornamo-nos herdeiros da bênção de Abraão, o primeiro a deixar tudo para trás para seguir a orientação de Deus. Nesse sentido, podemos dizer que Abraão foi o primeiro discípulo, mesmo tendo vivido milhares de anos antes do nascimento do Filho de Deus.
Quando Deus o chamou, Ele ordenou que Abraão deixasse a sua terra, sua parentela e seus pais. Este foi o preço que Abraão teve que pagar. Porém, Deus prometeu que ele haveria de ser uma bênção. O Senhor Deus lhe disse:
“Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.”
Gênesis 12:3a
Todo crente em Jesus é um abençoado, mas somente os discípulos são uma bênção.
Esta é a bênção de Abraão, da qual todo discípulo de Cristo é herdeiro. Paulo diz que Cristo nos resgatou para que a bênção de Abraão pudesse chegar a nós (Gl.3:14).
Todo cristão é um abençoado, porém, somente os verdadeiros discípulos podem dizer que são uma bênção. E o que é ser uma bênção? É ser um veículo para abençoar a outros.
Qualquer pessoa que nos abençoar, será abençoada. Isto quer dizer que, qualquer que nos beneficiar, será beneficiado. Foi o próprio Jesus quem disse que “quem der a beber ainda que seja um copo d’água fria a um destes pequeninos, POR SER MEU DISCÍPULO, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão” (Mt. 10:42).
E quanto aos que nos perseguem? Serão eles amaldiçoados?
Embora isso fizesse parte da promessa de Deus a Abraão, não podemos nos esquecer de que vivemos numa Nova Aliança, onde o interesse de Deus é abençoar, e não amaldiçoar. Até porque, muitos dos que nos perseguem hoje, poderão se converter amanhã, tornando-se também uma bênção. Que o diga Paulo!
Pedro nos aconselha, dizendo:
“Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria. Pelo contrário, abençoai, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênçãos por herança.”
I Pedro 3:9.
Por isso, não podemos sair por aí amaldiçoando a quem quer seja. Paulo que havia sido um perseguidor da Igreja antes de se converter, nos admoesta:
“Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis.”
Romanos 12:14.
Devemos encarar isso como um mandamento de Deus para nós. Veja ainda o que diz Tiago, irmão carnal do Senhor Jesus:
“Com ela ( a língua ) bendizemos ao Senhor e Pai, e também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja assim.”
TIAGO 3:9-10.
Portanto, fica claro que devemos buscar beneficiar a todos os homens, até mesmo àqueles que procuram prejudicar-nos. Deixemos que Deus julgue a nossa causa, e dê aos nossos inimigos o que Ele achar justo. “Se for possível” diz Paulo, “quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber (...) Não te deixes vencer do mal, mas VENCE O MAL COM O BEM” (Rm.12:18-21).
· A PRINCIPAL RECOMPENSA
A principal recompensa que o discípulo recebe é ter a certeza da presença de Cristo. O discípulo compreende que, mediante a comunhão do Espírito e da Palavra, ele está em Cristo, e Cristo está nele. É por estar em Cristo, que, onde quer que Cristo esteja, lá está o Seu discípulo. Jesus expressou a Sua vontade quanto a isso, quando disse em oração:
“Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade (...) Pai, quero que onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória, a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo.”
JOÃO 17:23a, 24.
Esta unidade perfeita já é real para nós, pois, de acordo com Paulo, estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus, tendo-nos tornado um só espírito com Ele (Ef.2:6 e 1 Co.6:17).
João teve uma visão gloriosa acerca disso. Segundo o relato encontrado em Apocalipse 14:1,4b-5, João viu “o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai (...) Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o Cordeiro. Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis.”
É claro que o número 144.000 é figurativo, e simboliza a totalidade daqueles em cujas vidas cumpriu-se o eterno propósito de Deus. Veja que João diz que eles são irrepreensíveis. São de fato, discípulos do Senhor Jesus. Portanto, onde quer que o Senhor esteja, ali também estarão eles.
Um dia teremos o privilégio de vê-lO tal qual Ele é. Sua presença será usufruída em toda a Sua plenitude, e teremos toda a eternidade para admi-rarmos a formosura do nosso Rei. Quando isso acontecer, teremos a certeza de que terá valido a pena toda a renúncia que fizemos a fim de segui-lO. Esse, de fato, há de ser o maior de todos os galardões.
4 - As Marcas do Discípulo II
· VIDA FRUTÍFERA
A terceira característica do discípulo é a vida frutífera. Foi Jesus quem afirmou que o Pai é glorificado quando damos “muito fruto”, e assim nos tornamos Seus discípulos (Jo.15:8). E que frutos são estes? São as boas obras que produzimos através do Espírito Santo. O discípulo compreende que as suas boas obras não são a causa da sua salvação, mas são a conseqüência dela. Por estarmos em Cristo, enxertados na Videira Verdadeira, devemos dar muitos frutos. É nossa comunhão com Deus, por meio do Seu Espírito, que vai gerar tais frutos. Eles não resultam da nossa própria natureza caída e pecaminosa, mas da natureza divina da qual somos participantes (2 Pe.1:4)
Paulo escreve aos Colossenses:
“E oramos para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, FRUTIFICANDO em toda a boa obra...”
Colossenses 1:10a.
Estes frutos, repito, não são a causa da nossa salvação. Por isso, são chamados frutos. Nós, de nós mesmos, não temos condição de darmos frutos para Deus. Somente quem está enxertado na Videira, que é Cristo, pode frutificar para Deus. Paulo diz que desejava que os seus discípulos de Filipos fossem “cheios do fruto da justiça, o qual vem POR MEIO de Jesus Cristo” ( Fp.1:11a).
Já o escritor de Hebreus termina a sua epístola orando para que os seus discípulos fossem aperfeiçoados em toda a boa obra, a fim de fazerem a vontade de Deus, que operaria neles o que perante Ele é agradável por meio de Jesus Cristo (Hb.13:21).
O verdadeiro discípulo do Senhor Jesus tem prazer de dar frutos que glorifiquem a Deus. Ele não entende isso como dever apenas, e sim, como seu maior prazer!
Suas boas obras não têm como pretensão fazê-lo merecedor de coisa alguma da parte de Deus, pois ele entende que tudo quanto Deus nos dá é pela graça, e não por seus méritos. Entretanto, suas boas obras têm como objetivo agradar a Deus, e render glórias ao Seu nome.
Quando estamos em comunhão com Cristo, através do Seu Espírito Santo, os frutos aparecem naturalmente, ou melhor, sobrenaturalmente. Podemos dizer que os frutos vêm de uma forma naturalmente sobrenatural. E o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade (inclusive nos dízimos), mansidão, domínio próprio (Gl.5:22-23). Repara que o Espírito Santo produz um único fruto em nós, mas que está dividido em diversos gomos. Esse único fruto do Espírito é multiplicado através dos nossos atos. Cabe ao Espírito fazer-nos par-ticipantes da seiva da Videira Verdadeira, produzindo em nós a capacidade de frutificar. Porém, cabe a nós aproveitar cada oportunidade que se nos apresente para manifestarmos esses frutos, agradando a Deus, e levando os homens a glorificá-lO.
Afinal, foi para isso que Ele nos escolheu e nos designou:
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda. Isto vos ordeno: Amai-vos uns aos outros”.
João 15:16-17.
· DESPRENDIMENTO
Além de “aluno”, “aprendiz”, a palavra discípulo também traz o significado de “seguidor”. Seguir Jesus implica em uma postura de desprendimento. Podemos perceber isto nitidamente nas passagens que narram a chamada dos primeiros discípulos de Jesus.
Em Mateus lemos que “andando Jesus junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. IMEDIATAMENTE ELES DEIXARAM AS REDE, E O SEGUIRAM. Indo um pouco mais longe, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Estavam num barco em companhia de seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou, e eles, deixando o barco e seu pai, imediatamente o seguiram” (Mt.4:18-22).
Se quisermos ser discípulos qualificados para seguirmos o Mestre, não podemos estar presos a nada desta vida. Temos que estar sempre disponíveis a atender ao Seu chamado.
Deus não tem tempo a perder! Se não nos dispusermos a atender ao Seu chamado de imediato, estaremos correndo o risco de sermos repreendidos, ou até reprovados.
Paulo diz que não devemos embaraçar-nos com os negócios desta vida, a fim de agradar àquele que nos alistou (2 Tm.2:4).
Lucas relata que certo dia aproximou-se de Jesus um homem que queria tornar-se Seu discípulo. Eufórico, aquele homem disse: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc.9:57-58). Não sabemos se aquele homem desistiu daquela idéia após ter ouvido tal declaração. Sou tentado a achar que sim. Não havia sido Jesus Quem o chamara; ele mesmo se havia oferecido para seguí-lO.
Quando Jesus desejava recrutar novos discípulos, Ele mesmo os chamava. Toda vez que alguém se oferecia, Ele logo advertia ao pretendente quanto ao alto preço que deveria ser pago. Desta forma, a maioria daqueles que se ofereciam desistia no meio do caminho.
Segundo Lucas, assim que Jesus mostrou àquele homem que segui-lO requeria desprendimento, Ele disse a outro: “Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá enterrar meu pai. Respondeu Jesus: Deixa os mortos o enterrar os seus mortos, porém tu vai e anuncia o reino de Deus. Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me primeiro despedir dos que estão em minha casa. Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lc.9:59-62).
É interessante notarmos que dos três, apenas um foi chamado por Jesus a segui-lO, os outros dois se ofereceram. No primeiro e no terceiro caso, Jesus não insistiu que eles O acompanhassem, pois sabia que não estariam dispostos a pagarem o preço do desprendimento e da renúncia. Porém, o segundo, embora tenha pedido que fosse enterrar seu pai antes de segui-lO, Jesus ordenou que ele fosse e anunciasse o reino de Deus. Veja que Jesus não o impediu de ir ao enterro do seu pai. O que Jesus pretendia era mostrar-lhe que, muito mais importante do que enterrar um ente querido, era anunciar o reino de Deus aos que estavam vivos.
A prova dos nove para que saibamos se fomos ou não chamados por Cristo a segui-lO é verificarmos onde está o nosso coração. Se não estivermos dispostos a abrir mão de qualquer coisa para segui-lO, então, provavelmente não compreendemos o chamado do discipulado, e talvez, nem ao menos tenhamos sido chamados.
E quem são os chamados? Os que foram escolhidos. Não fomos nós que O escolhemos, e sim, Ele escolheu-nos, conforme lemos em João 15:16. Diz o Apóstolo Paulo: “Aos que predestinou, a estes também chamou” (Rm.8:30).
Se o seu coração está em Jesus, e não se prende a coisa alguma, então, você pode considerar-se um escolhido e chamado por Deus a seguir o Mestre.
A terceira característica do discípulo é a vida frutífera. Foi Jesus quem afirmou que o Pai é glorificado quando damos “muito fruto”, e assim nos tornamos Seus discípulos (Jo.15:8). E que frutos são estes? São as boas obras que produzimos através do Espírito Santo. O discípulo compreende que as suas boas obras não são a causa da sua salvação, mas são a conseqüência dela. Por estarmos em Cristo, enxertados na Videira Verdadeira, devemos dar muitos frutos. É nossa comunhão com Deus, por meio do Seu Espírito, que vai gerar tais frutos. Eles não resultam da nossa própria natureza caída e pecaminosa, mas da natureza divina da qual somos participantes (2 Pe.1:4)
Paulo escreve aos Colossenses:
“E oramos para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, FRUTIFICANDO em toda a boa obra...”
Colossenses 1:10a.
Estes frutos, repito, não são a causa da nossa salvação. Por isso, são chamados frutos. Nós, de nós mesmos, não temos condição de darmos frutos para Deus. Somente quem está enxertado na Videira, que é Cristo, pode frutificar para Deus. Paulo diz que desejava que os seus discípulos de Filipos fossem “cheios do fruto da justiça, o qual vem POR MEIO de Jesus Cristo” ( Fp.1:11a).
Já o escritor de Hebreus termina a sua epístola orando para que os seus discípulos fossem aperfeiçoados em toda a boa obra, a fim de fazerem a vontade de Deus, que operaria neles o que perante Ele é agradável por meio de Jesus Cristo (Hb.13:21).
O verdadeiro discípulo do Senhor Jesus tem prazer de dar frutos que glorifiquem a Deus. Ele não entende isso como dever apenas, e sim, como seu maior prazer!
Suas boas obras não têm como pretensão fazê-lo merecedor de coisa alguma da parte de Deus, pois ele entende que tudo quanto Deus nos dá é pela graça, e não por seus méritos. Entretanto, suas boas obras têm como objetivo agradar a Deus, e render glórias ao Seu nome.
Quando estamos em comunhão com Cristo, através do Seu Espírito Santo, os frutos aparecem naturalmente, ou melhor, sobrenaturalmente. Podemos dizer que os frutos vêm de uma forma naturalmente sobrenatural. E o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade (inclusive nos dízimos), mansidão, domínio próprio (Gl.5:22-23). Repara que o Espírito Santo produz um único fruto em nós, mas que está dividido em diversos gomos. Esse único fruto do Espírito é multiplicado através dos nossos atos. Cabe ao Espírito fazer-nos par-ticipantes da seiva da Videira Verdadeira, produzindo em nós a capacidade de frutificar. Porém, cabe a nós aproveitar cada oportunidade que se nos apresente para manifestarmos esses frutos, agradando a Deus, e levando os homens a glorificá-lO.
Afinal, foi para isso que Ele nos escolheu e nos designou:
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda. Isto vos ordeno: Amai-vos uns aos outros”.
João 15:16-17.
· DESPRENDIMENTO
Além de “aluno”, “aprendiz”, a palavra discípulo também traz o significado de “seguidor”. Seguir Jesus implica em uma postura de desprendimento. Podemos perceber isto nitidamente nas passagens que narram a chamada dos primeiros discípulos de Jesus.
Em Mateus lemos que “andando Jesus junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. IMEDIATAMENTE ELES DEIXARAM AS REDE, E O SEGUIRAM. Indo um pouco mais longe, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Estavam num barco em companhia de seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou, e eles, deixando o barco e seu pai, imediatamente o seguiram” (Mt.4:18-22).
Se quisermos ser discípulos qualificados para seguirmos o Mestre, não podemos estar presos a nada desta vida. Temos que estar sempre disponíveis a atender ao Seu chamado.
Deus não tem tempo a perder! Se não nos dispusermos a atender ao Seu chamado de imediato, estaremos correndo o risco de sermos repreendidos, ou até reprovados.
Paulo diz que não devemos embaraçar-nos com os negócios desta vida, a fim de agradar àquele que nos alistou (2 Tm.2:4).
Lucas relata que certo dia aproximou-se de Jesus um homem que queria tornar-se Seu discípulo. Eufórico, aquele homem disse: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc.9:57-58). Não sabemos se aquele homem desistiu daquela idéia após ter ouvido tal declaração. Sou tentado a achar que sim. Não havia sido Jesus Quem o chamara; ele mesmo se havia oferecido para seguí-lO.
Quando Jesus desejava recrutar novos discípulos, Ele mesmo os chamava. Toda vez que alguém se oferecia, Ele logo advertia ao pretendente quanto ao alto preço que deveria ser pago. Desta forma, a maioria daqueles que se ofereciam desistia no meio do caminho.
Segundo Lucas, assim que Jesus mostrou àquele homem que segui-lO requeria desprendimento, Ele disse a outro: “Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá enterrar meu pai. Respondeu Jesus: Deixa os mortos o enterrar os seus mortos, porém tu vai e anuncia o reino de Deus. Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me primeiro despedir dos que estão em minha casa. Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lc.9:59-62).
É interessante notarmos que dos três, apenas um foi chamado por Jesus a segui-lO, os outros dois se ofereceram. No primeiro e no terceiro caso, Jesus não insistiu que eles O acompanhassem, pois sabia que não estariam dispostos a pagarem o preço do desprendimento e da renúncia. Porém, o segundo, embora tenha pedido que fosse enterrar seu pai antes de segui-lO, Jesus ordenou que ele fosse e anunciasse o reino de Deus. Veja que Jesus não o impediu de ir ao enterro do seu pai. O que Jesus pretendia era mostrar-lhe que, muito mais importante do que enterrar um ente querido, era anunciar o reino de Deus aos que estavam vivos.
A prova dos nove para que saibamos se fomos ou não chamados por Cristo a segui-lO é verificarmos onde está o nosso coração. Se não estivermos dispostos a abrir mão de qualquer coisa para segui-lO, então, provavelmente não compreendemos o chamado do discipulado, e talvez, nem ao menos tenhamos sido chamados.
E quem são os chamados? Os que foram escolhidos. Não fomos nós que O escolhemos, e sim, Ele escolheu-nos, conforme lemos em João 15:16. Diz o Apóstolo Paulo: “Aos que predestinou, a estes também chamou” (Rm.8:30).
Se o seu coração está em Jesus, e não se prende a coisa alguma, então, você pode considerar-se um escolhido e chamado por Deus a seguir o Mestre.
3 - As Marcas do Discípulo I
Como podemos reconhecer um autêntico discípulo de Jesus? Vivemos em um tempo difícil, quando muitos se introduzem no meio da igreja com fins malignos e interesseiros. Será que há uma maneira pela qual possamos reco-nhecer os verdadeiros seguidores de Cristo? Que características os fazem destinguir dos demais?
· Relacionamento Com Deus
A primeira característica que gostaríamos de ressaltar é o profundo relacionamento que o discípulo tem com o seu Senhor, por meio da Sua Palavra e de uma vida de oração.
Jesus disse aos judeus que haviam crido nEle:
“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.”
João 8:31.
O genuíno discípulo é aquele que ama a Palavra do Seu Mestre. Ela é a sua regra de fé e de vida. Ele nada faz sem consultá-la antes.
Há muitos que até gostam de ouvir a Palavra, porém, não permanecem nela. Eles a ouvem como puro entretenimento. Acham-na interessante, porém, não a praticam.
Tiago nos aconselha a recebermos com mansidão a palavra em nós implantada, pois ela é poderosa para salvar as nossas almas (Tg.1:21).
Nem sempre a Palavra que ouvimos vai de encontro àquilo que acreditamos ser o certo. Muitas vezes acontece exatamente o contrário: ouvimos algo que vai contra tudo o que imaginávamos ser correto. Neste momento, precisamos acatar com mansidão a Palavra, pois ela nos é dirigida visando o bem de nossa alma.
Quando recebemos a Cristo, nosso espírito renasceu, e fomos salvos. Porém, nossa mente trouxe uma série de pensamentos que não coadunam com a verdade do Evangelho. Paulo diz que muitos desses pensamentos formam verdadeiras fortalezas espirituais que necessitam ser destruídas. A Palavra de Deus é a dinamite usada pelo Espírito Santo para derrubar tais fortalezas. Paulo declara que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas. Derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co. 10:4-5).
Muito daquilo que recebemos da tradição religiosa dos nossos pais constitui-se em verdadeiras fortalezas contra o conhecimento de Deus. Muitos dizem: Mas foi assim que eu aprendi, e não estou disposto a abrir mão disso! Quem pensa assim não está apto a ser discípulo de Jesus.
Jamais podemos ouvir a Palavra de Deus com um espírito armado. Temos que recebê-la com mansidão. Qualquer raciocínio que se levantar contra a Palavra deve ser levado cativo à obediência de Cristo.
Tiago também nos admoesta, dizendo:
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.
Tiago 1:22.
Isto é o que significa permanecer na Palavra. Ouvir é bom demais, porém, cumprir é melhor ainda. Qualquer que ouve, mas não cumpre, Jesus o compara ao homem que constrói sua casa sobre a areia; logo que vem o vento, a chuva, sua casa cai. Mas aquele que ouve e cumpre a Palavra de Deus é como o homem que constrói sua casa sobre bases firmes. Pode vir a tempestade que ele não se atemorizará, pois sua casa foi edificada sobre a rocha !
Além de firmar-se na Palavra, o discípulo precisa cultivar uma vida de oração. Aliás, uma coisa está estreitamente ligada a outra. Se a Palavra está em nós, ele deseja ser expressada. Quando oramos, temos a oportunidade de expressar diante de Deus aquilo que a Sua Palavra imprimiu em nós. Através da oração, a Palavra proferida pela boca de Deus ecoa em nossos lábios. Desta forma, demonstramos que estamos em perfeita sintonia com a vontade revelada por Deus. Fica patente que, de fato, a Palavra está em nós, e nós estamos nela. João diz que se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos fará (1 Jo.5:14). E onde é que a vontade de Deus está revelada? Na Palavra, é claro. Jesus diz que se a Palavra estiver em nós, podemos pedir o que quisermos, que Ele nos atende.
A Palavra nos aponta os parâmetros para que saibamos pedir como convém. Desta forma, nossa comunhão com Deus se torna estreita e íntima. Além de Seus discípulos, tornamo-nos também Seus amigos ( Jo.15:15).
· O AMOR
A segunda característica pela qual se destingue o verdadeiro discípulo é o amor.
Jesus disse:
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
João 13:35
Esta é, sem dúvida, a principal marca de um discípulo de Cristo.
Não estamos falando de um amor carnal, ou de amor só de palavras, mas do verdadeiro amor. O Apóstolo João recomenda:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E DEVEMOS DAR A NOSSA VIDA PELOS IRMÃOS. Quem tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. Nisto conheceremos que somos da verdade”
I João 3:16-19a
Não somos reconhecidos pelos dons que temos, ou pela roupa que usamos, ou pelo uso de jargões e chavões religiosos; somos reconhecidos pelo amor que dispensamos uns aos outros.
· Conhecimento X Amor
Ainda que tenhamos um profundo conhecimento da Palavra, se não tivermos amor, todo o conhecimento que tivermos será vão. Paulo afirma que o conhecimento incha, mas o amor edifica (1 Co.8:1). Conhecimento sem amor só serve para manter o homem preso por seu próprio orgulho e vaidade.
Quem ama deseja estar sempre ao lado da pessoa amada. Quem ama, não evita. Portanto, o verdadeiro discípulo deseja estar sempre à companhia de outros discípulos. Não há amor onde não há comunhão, companheirismo e afeto.
O escritor sagrado nos exorta, dizendo:
“Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns”.
Hebreus 10:24-25a.
Portanto, deixemos de lado o amor retórico, e comecemos a amar de fato e de verdade, estimulando-nos e considerando-nos mutuamente.
· Relacionamento Com Deus
A primeira característica que gostaríamos de ressaltar é o profundo relacionamento que o discípulo tem com o seu Senhor, por meio da Sua Palavra e de uma vida de oração.
Jesus disse aos judeus que haviam crido nEle:
“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.”
João 8:31.
O genuíno discípulo é aquele que ama a Palavra do Seu Mestre. Ela é a sua regra de fé e de vida. Ele nada faz sem consultá-la antes.
Há muitos que até gostam de ouvir a Palavra, porém, não permanecem nela. Eles a ouvem como puro entretenimento. Acham-na interessante, porém, não a praticam.
Tiago nos aconselha a recebermos com mansidão a palavra em nós implantada, pois ela é poderosa para salvar as nossas almas (Tg.1:21).
Nem sempre a Palavra que ouvimos vai de encontro àquilo que acreditamos ser o certo. Muitas vezes acontece exatamente o contrário: ouvimos algo que vai contra tudo o que imaginávamos ser correto. Neste momento, precisamos acatar com mansidão a Palavra, pois ela nos é dirigida visando o bem de nossa alma.
Quando recebemos a Cristo, nosso espírito renasceu, e fomos salvos. Porém, nossa mente trouxe uma série de pensamentos que não coadunam com a verdade do Evangelho. Paulo diz que muitos desses pensamentos formam verdadeiras fortalezas espirituais que necessitam ser destruídas. A Palavra de Deus é a dinamite usada pelo Espírito Santo para derrubar tais fortalezas. Paulo declara que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas. Derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co. 10:4-5).
Muito daquilo que recebemos da tradição religiosa dos nossos pais constitui-se em verdadeiras fortalezas contra o conhecimento de Deus. Muitos dizem: Mas foi assim que eu aprendi, e não estou disposto a abrir mão disso! Quem pensa assim não está apto a ser discípulo de Jesus.
Jamais podemos ouvir a Palavra de Deus com um espírito armado. Temos que recebê-la com mansidão. Qualquer raciocínio que se levantar contra a Palavra deve ser levado cativo à obediência de Cristo.
Tiago também nos admoesta, dizendo:
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.
Tiago 1:22.
Isto é o que significa permanecer na Palavra. Ouvir é bom demais, porém, cumprir é melhor ainda. Qualquer que ouve, mas não cumpre, Jesus o compara ao homem que constrói sua casa sobre a areia; logo que vem o vento, a chuva, sua casa cai. Mas aquele que ouve e cumpre a Palavra de Deus é como o homem que constrói sua casa sobre bases firmes. Pode vir a tempestade que ele não se atemorizará, pois sua casa foi edificada sobre a rocha !
Além de firmar-se na Palavra, o discípulo precisa cultivar uma vida de oração. Aliás, uma coisa está estreitamente ligada a outra. Se a Palavra está em nós, ele deseja ser expressada. Quando oramos, temos a oportunidade de expressar diante de Deus aquilo que a Sua Palavra imprimiu em nós. Através da oração, a Palavra proferida pela boca de Deus ecoa em nossos lábios. Desta forma, demonstramos que estamos em perfeita sintonia com a vontade revelada por Deus. Fica patente que, de fato, a Palavra está em nós, e nós estamos nela. João diz que se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos fará (1 Jo.5:14). E onde é que a vontade de Deus está revelada? Na Palavra, é claro. Jesus diz que se a Palavra estiver em nós, podemos pedir o que quisermos, que Ele nos atende.
A Palavra nos aponta os parâmetros para que saibamos pedir como convém. Desta forma, nossa comunhão com Deus se torna estreita e íntima. Além de Seus discípulos, tornamo-nos também Seus amigos ( Jo.15:15).
· O AMOR
A segunda característica pela qual se destingue o verdadeiro discípulo é o amor.
Jesus disse:
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
João 13:35
Esta é, sem dúvida, a principal marca de um discípulo de Cristo.
Não estamos falando de um amor carnal, ou de amor só de palavras, mas do verdadeiro amor. O Apóstolo João recomenda:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E DEVEMOS DAR A NOSSA VIDA PELOS IRMÃOS. Quem tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. Nisto conheceremos que somos da verdade”
I João 3:16-19a
Não somos reconhecidos pelos dons que temos, ou pela roupa que usamos, ou pelo uso de jargões e chavões religiosos; somos reconhecidos pelo amor que dispensamos uns aos outros.
· Conhecimento X Amor
Ainda que tenhamos um profundo conhecimento da Palavra, se não tivermos amor, todo o conhecimento que tivermos será vão. Paulo afirma que o conhecimento incha, mas o amor edifica (1 Co.8:1). Conhecimento sem amor só serve para manter o homem preso por seu próprio orgulho e vaidade.
Quem ama deseja estar sempre ao lado da pessoa amada. Quem ama, não evita. Portanto, o verdadeiro discípulo deseja estar sempre à companhia de outros discípulos. Não há amor onde não há comunhão, companheirismo e afeto.
O escritor sagrado nos exorta, dizendo:
“Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns”.
Hebreus 10:24-25a.
Portanto, deixemos de lado o amor retórico, e comecemos a amar de fato e de verdade, estimulando-nos e considerando-nos mutuamente.
quinta-feira, novembro 23, 2006
2 - O Preço do Discipulado
Embora a salvação da nossa alma seja inteiramente gratuita, o discipulado tem seu custo.
É relativamente fácil aceitar a oferta de salvação feita por Jesus, desde que a mesma não requeira nada do homem, senão crer. Porém, tornar-se discípulo é um verdadeiro desafio, e somente aqueles que converteram-se inteiramente ao Senhor são capazes de aceitá-lo.
Quando aceitamos a oferta da salvação, recebemos a Cristo como nosso Salvador pessoal. A partir daí, nossa entrada na Eternidade está garantida pelo sacrifício feito por Jesus na cruz. Sua cruz foi o preço pago pelo nosso ingresso no Reino Eterno de Deus.
Deus, entretanto, deseja ser visto, não apenas como Salvador, mas também como Senhor.
A palavra grega traduzida como “Senhor” em nossa língua é Kírios. Infelizmente, em nosso idioma a palavra “senhor’ não tem o mesmo peso que em outras línguas.
Para nós, “senhor” lembra um ancião, ou o tratamento que devemos dispensar aos mais velhos. Porém, “Senhor” na Bíblia tem um sentido muito mais forte. Quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o Senhor, ela quer dizer que Ele tem o direito de governar todas as coisas, e exercer completo domínio sobre elas.
Quando chamamos Deus de “Pai”, estamos afirmando que ocupamos a posição de filhos em relação a Ele. Quando O chamamos de “Salvador”, afirmamos que somos pecadores carentes de salvação. Quando O chamamos de “Senhor”, estamos nos posicionando como servos, sujeitando-nos à Sua vontade, em detrimento da nossa.
Como filhos, nós O amamos. Como pecadores, somos gratos a Ele por Sua salvação. Como servos, colocamos nossa vida inteira a Seu dispor.
Não é fácil abdicar-se da própria vontade, em favor da vontade de Deus.
Este é o preço do discipulado! Se não estivermos dispostos a pagá-lo, não veremos o propósito eterno de Deus cumprido em nossa vida.
Repare bem nas palavras de Jesus:
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Qualquer que não tomar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Se algum de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar... Da mesma forma, qualquer de vós que não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.”
LUCAS 14:26-33 .
Eis a “prova dos nove”. Se não houver, por parte do cristão, a disposição de renunciar a tudo, ele não estará apto a ser discipulado.
O preço do discipulado é a renúncia.
Renunciar, aqui, significa “abrir mão do que possui”, “não fazer questão de nada”.
Quando Jesus falava acerca do preço do discipulado, muitos O abandonavam. Aquele tipo de mensagem era um verdadeiro filtro, uma espécie de triagem. Quem estava apenas interessado nas bênçãos, logo batia em retirada. Porém, quem desejava uma vida aos pés de Deus continuava a seguí-lO.
Hoje em dia, há um anti-evangelho sendo pregado por aí. Um evangelho que coloca Deus a serviço do homem. Segundo este “evangelho”, ao homem cabe ordenar, decretar, cobrar de Deus, “colocá-lO na parede”. Enquanto que a Deus cabe trabalhar incessantemente pela satisfação pessoal dos Seus filhos. E ai d’Ele se não provar que realmente é Deus! Há quem se dispõe a rasgar sua Bíblia!
O verdadeiro evangelho coloca o homem a serviço de Deus.
É claro que Deus deseja a satisfação dos Seus filhos. Não é disto que descordamos. O que não aceitamos é colocar Deus na posição de servo, e o homem na posição de “Senhor”.
Através do discipulado aprendemos que o homem é chamado para o serviço de Deus. E para serví-lO, o homem deve ser capaz de abrir mão de tudo.
Jesus diz que o discípulo deve ser capaz de aborrecer a sua família, e até a sua própria vida para seguí-lO. Se não houver esta disposição, ele estará desqualificado.
Quando Jesus emprega o verbo “aborrecer”, Seu objetivo é enfatizar, reforçar o sentido da frase. Não se trata aqui de aborrecer por aborrecer, e sim, aborrecer devido à opção feita por seguir a Jesus. Ele queria deixar bem claro que a decisão por seguí-lO poderia causar enormes perdas aos Seus discípulos. Até mesmo laços familiares poderiam ser momentaneamente quebrados, caso a família não compreendesse a opção feita pelo discípulo.
Talvez alguém ache tudo isso muito radical. E na verdade é.
Optar pelo discipulado é correr o risco de ser mal interpretado, criticado e até escarnecido.
Jesus nunca intencionou enganar os Seus seguidores. Eles precisavam saber que havia um preço, e que este preço deveria ser calculado.
Felizmente, muitos aceitaram o desafio. E foi por causa desses que o evangelho chegou a nós. Veja o exemplo de Paulo. Ele abriu mão de toda uma reputação, por amor a Cristo. E isso ele fazia com alegria. Ele mesmo confessou:
“Mas em nada tenho minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.”
ATOS 20:24.
Em outra passagem Paulo diz: “Mas o que para mim era lucro, considerei-o perda por causa de Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo.” (Fp. 3:7-8).
Será que vale a pena renunciar a todas as coisas por Cristo?
Não é tão difícil renunciar a algo que nos é prejudicial. Por exemplo: renunciar a um vício. Desde que o Espírito Santo nos mostra o quão prejudicial nos é manter um vício, torna-se mais fácil abandoná-lo.
Agora, abrir mão de algo que nos é lucrativo parece bem mais difícil.
Somente o Espírito Santo pode capacitar-nos a agir assim.
Lembre-se que o eterno propósito de Deus para nossa vida é que nos assemelhemos a Cristo. E o que Cristo fez? Ele renunciou a Sua própria vida.
Paulo escreve:
“NÃO ATENTE cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”
FILIPENSES 2:4-8.
Renunciar a tudo que tem não é fazer voto de pobreza, ou dar tudo para uma instituição de caridade ou uma igreja. Renunciar é não atentar mais para aquilo possui. O foco de sua vida não é mais os seus bens, sua reputação. O foco da sua vida agora é Cristo. Não se trata de deixar de possuir bens materiais, e sim, de não mais viver em função deles, ou não deixar-se possuir por eles.
O cristianismo pregado em muitos púlpitos não passa de uma pálida imitação do verdadeiro cristianismo. Não há verdadeiro cristianismo se não houver cruz, renúncia, morte do “eu”.
Desde aquela época, já se pregava um cristianismo “água com açúcar”. Paulo mesmo reclama disso, quando diz: “Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”(Fp.2:21).
Porém, o verdadeiro evangelho propõe uma mudança radical na forma de pensar e agir do indivíduo.
Paulo expressa esta mudança ao dizer que “o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu.” (II Co. 5:14- 15).
Esta é a essência do discipulado: viver para Deus!
É relativamente fácil aceitar a oferta de salvação feita por Jesus, desde que a mesma não requeira nada do homem, senão crer. Porém, tornar-se discípulo é um verdadeiro desafio, e somente aqueles que converteram-se inteiramente ao Senhor são capazes de aceitá-lo.
Quando aceitamos a oferta da salvação, recebemos a Cristo como nosso Salvador pessoal. A partir daí, nossa entrada na Eternidade está garantida pelo sacrifício feito por Jesus na cruz. Sua cruz foi o preço pago pelo nosso ingresso no Reino Eterno de Deus.
Deus, entretanto, deseja ser visto, não apenas como Salvador, mas também como Senhor.
A palavra grega traduzida como “Senhor” em nossa língua é Kírios. Infelizmente, em nosso idioma a palavra “senhor’ não tem o mesmo peso que em outras línguas.
Para nós, “senhor” lembra um ancião, ou o tratamento que devemos dispensar aos mais velhos. Porém, “Senhor” na Bíblia tem um sentido muito mais forte. Quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o Senhor, ela quer dizer que Ele tem o direito de governar todas as coisas, e exercer completo domínio sobre elas.
Quando chamamos Deus de “Pai”, estamos afirmando que ocupamos a posição de filhos em relação a Ele. Quando O chamamos de “Salvador”, afirmamos que somos pecadores carentes de salvação. Quando O chamamos de “Senhor”, estamos nos posicionando como servos, sujeitando-nos à Sua vontade, em detrimento da nossa.
Como filhos, nós O amamos. Como pecadores, somos gratos a Ele por Sua salvação. Como servos, colocamos nossa vida inteira a Seu dispor.
Não é fácil abdicar-se da própria vontade, em favor da vontade de Deus.
Este é o preço do discipulado! Se não estivermos dispostos a pagá-lo, não veremos o propósito eterno de Deus cumprido em nossa vida.
Repare bem nas palavras de Jesus:
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Qualquer que não tomar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Se algum de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar... Da mesma forma, qualquer de vós que não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.”
LUCAS 14:26-33 .
Eis a “prova dos nove”. Se não houver, por parte do cristão, a disposição de renunciar a tudo, ele não estará apto a ser discipulado.
O preço do discipulado é a renúncia.
Renunciar, aqui, significa “abrir mão do que possui”, “não fazer questão de nada”.
Quando Jesus falava acerca do preço do discipulado, muitos O abandonavam. Aquele tipo de mensagem era um verdadeiro filtro, uma espécie de triagem. Quem estava apenas interessado nas bênçãos, logo batia em retirada. Porém, quem desejava uma vida aos pés de Deus continuava a seguí-lO.
Hoje em dia, há um anti-evangelho sendo pregado por aí. Um evangelho que coloca Deus a serviço do homem. Segundo este “evangelho”, ao homem cabe ordenar, decretar, cobrar de Deus, “colocá-lO na parede”. Enquanto que a Deus cabe trabalhar incessantemente pela satisfação pessoal dos Seus filhos. E ai d’Ele se não provar que realmente é Deus! Há quem se dispõe a rasgar sua Bíblia!
O verdadeiro evangelho coloca o homem a serviço de Deus.
É claro que Deus deseja a satisfação dos Seus filhos. Não é disto que descordamos. O que não aceitamos é colocar Deus na posição de servo, e o homem na posição de “Senhor”.
Através do discipulado aprendemos que o homem é chamado para o serviço de Deus. E para serví-lO, o homem deve ser capaz de abrir mão de tudo.
Jesus diz que o discípulo deve ser capaz de aborrecer a sua família, e até a sua própria vida para seguí-lO. Se não houver esta disposição, ele estará desqualificado.
Quando Jesus emprega o verbo “aborrecer”, Seu objetivo é enfatizar, reforçar o sentido da frase. Não se trata aqui de aborrecer por aborrecer, e sim, aborrecer devido à opção feita por seguir a Jesus. Ele queria deixar bem claro que a decisão por seguí-lO poderia causar enormes perdas aos Seus discípulos. Até mesmo laços familiares poderiam ser momentaneamente quebrados, caso a família não compreendesse a opção feita pelo discípulo.
Talvez alguém ache tudo isso muito radical. E na verdade é.
Optar pelo discipulado é correr o risco de ser mal interpretado, criticado e até escarnecido.
Jesus nunca intencionou enganar os Seus seguidores. Eles precisavam saber que havia um preço, e que este preço deveria ser calculado.
Felizmente, muitos aceitaram o desafio. E foi por causa desses que o evangelho chegou a nós. Veja o exemplo de Paulo. Ele abriu mão de toda uma reputação, por amor a Cristo. E isso ele fazia com alegria. Ele mesmo confessou:
“Mas em nada tenho minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.”
ATOS 20:24.
Em outra passagem Paulo diz: “Mas o que para mim era lucro, considerei-o perda por causa de Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo.” (Fp. 3:7-8).
Será que vale a pena renunciar a todas as coisas por Cristo?
Não é tão difícil renunciar a algo que nos é prejudicial. Por exemplo: renunciar a um vício. Desde que o Espírito Santo nos mostra o quão prejudicial nos é manter um vício, torna-se mais fácil abandoná-lo.
Agora, abrir mão de algo que nos é lucrativo parece bem mais difícil.
Somente o Espírito Santo pode capacitar-nos a agir assim.
Lembre-se que o eterno propósito de Deus para nossa vida é que nos assemelhemos a Cristo. E o que Cristo fez? Ele renunciou a Sua própria vida.
Paulo escreve:
“NÃO ATENTE cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”
FILIPENSES 2:4-8.
Renunciar a tudo que tem não é fazer voto de pobreza, ou dar tudo para uma instituição de caridade ou uma igreja. Renunciar é não atentar mais para aquilo possui. O foco de sua vida não é mais os seus bens, sua reputação. O foco da sua vida agora é Cristo. Não se trata de deixar de possuir bens materiais, e sim, de não mais viver em função deles, ou não deixar-se possuir por eles.
O cristianismo pregado em muitos púlpitos não passa de uma pálida imitação do verdadeiro cristianismo. Não há verdadeiro cristianismo se não houver cruz, renúncia, morte do “eu”.
Desde aquela época, já se pregava um cristianismo “água com açúcar”. Paulo mesmo reclama disso, quando diz: “Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”(Fp.2:21).
Porém, o verdadeiro evangelho propõe uma mudança radical na forma de pensar e agir do indivíduo.
Paulo expressa esta mudança ao dizer que “o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu.” (II Co. 5:14- 15).
Esta é a essência do discipulado: viver para Deus!
1 - O Propósito de Deus para nossa vida
O ser humano não é produto do acaso. Ao criar o homem, Deus tinha um propósito em mente. E enquanto o homem não descobrir o propósito para o qual foi criado, sua vida não terá sentido, e seu interior experimentará um enorme vazio.
E qual será este propósito?
Paulo nos oferece uma resposta sucinta em Romanos 8:28-29. Ali lemos: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Pois os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
Antes mesmo de nascermos, Deus estabeleceu um propósito para a nossa vida. Ele nos predestinou para sermos conformes à imagem de Seu Filho Jesus Cristo. Predestinar é estabelecer um alvo, traçando a rota pela qual este alvo deverá ser atingido. Quando um avião decola, seus passageiros já sabem de antemão para onde estão indo. Aquele avião está com o seu destino traçado. Porém, caberá ao piloto mantê-lo na rota, a fim de que seu destino seja alcançado. Uma vez que o Espírito Santo é o nosso piloto, certamente alcançaremos o nosso alvo.
E que alvo é esse? Tornarmo-nos semelhantes ao Senhor Jesus.
Em Efésios, Paulo afirma que Deus “nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos, irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor e glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (Ef.1:4-6).
Trocando em miúdos, Paulo está dizendo que Deus nos escolheu em Cristo, e estabeleceu o propósito de sermos santos, e irrepreensíveis diante d’Ele. Tudo isso Ele fez por Sua própria vontade, para Seu louvor e glória, sem que para isso tivesse que consultar alguém.
E por que deveríamos ser santos e irrepreensíveis diante d’Ele?
Há pelo menos duas razões para isso:
A primeira é para que sejamos aceitáveis em Sua santa presença.
Um dia haveremos de comparecer diante d’Ele, e nossa vida será submetida à avaliação do Justo Juiz. Se nossa vida houver cumprido o eterno propósito de sua existência, então seremos recebidos por Ele em Sua glória eternal.
João diz em sua primeira epístola que “nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo” (1 Jo.4:17).
O que nos dará confiança diante do juízo divino? A certeza de que se cumpriu em nós o eterno propósito de Deus, e por isso, tornamo-nos semelhantes ao Seu Filho Jesus. Portanto, o desejo de Deus é que tal qual Ele é, nós sejamos neste mundo.
Eis a segunda razão. Devemos revelar Deus ao Mundo, para que isso resulte em glória para o Seu Nome.
Paulo continua: “Nele ( em Cristo ), digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória...” (Ef.1:11-12a).
O propósito de Deus para nós é sermos semelhantes a Seu Filho, e assim, nossa vida produzirá louvor e glória para Deus, o Pai.
O Mundo glorificará a Deus, ao ver em nós o esplendor de Seu Filho. Jesus advertiu-nos: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt.5:16).
E como saberemos se estamos nos assemelhando a Cristo? Ora, “aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou”(1 Jo.2:6). Na medida em que nos assemelhamos a Cristo, nosso estilo de vida se conforma ao de Jesus. Paulo diz que estava certo de que “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus”(Fp.1:6). Este processo é guiado pelo Espírito Santo. É Ele quem completa em nós a obra começada.
E como se dá este processo? Paulo diz que “todos nós, com o rosto descoberto refletindo, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co.3:18).
Cabe ao Espírito Santo nos conduzir de um grau a outro de glória, fazendo-nos cada dia mais semelhantes a Cristo, cumprindo assim o eterno propósito de Deus para o ser humano. E quanto a nós? Qual o nosso papel nisso tudo? Devemos ter o nosso rosto descoberto, isto é, devemos estar inteiramente expostos à atuação do Espírito Santo.
1.1. O Objetivo do Discipulado
Já sabemos qual o propósito de Deus para nós. Já sabemos que há um processo de transformação pelo qual temos de passar, e que esse processo é guiado pelo Espírito. Agora, precisamos saber qual o meio usado pelo Espírito para promover esta transformação.
Deus decreta os fins, e estabelece os meios.
O meio pelo qual o Espírito nos leva de glória em glória, reproduzindo em nós a imagem de Cristo é o DISCIPULADO.
Jesus deixou bem claro que “o discípulo não é superior a seu mestre, mas todo aquele que for bem instruído será como o seu mestre” (Lucas 6:40).
“Deus decreta os fins, e estabelece os meios”.
Se quisermos cumprir o propósito de Deus para nossa vida, precisaremos ser discipulados. Somente através da instrução dada no discipulado poderemos ser como nosso Mestre.
Escrevendo aos Colossenses, Paulo declara que anunciava a Cristo “admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Col.1:28). Este é o caminho escolhido por Deus para que alcancemos o objetivo de nossa existência.
Por isso mesmo, Jesus ordenou aos Seus discípulos: “Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E certamente estou convosco todos os dias, até à consumação do século”(Mt.28:19-20).
Fazer discípulos é uma tarefa árdua, porém, suprema para a Igreja de Cristo. Não é opcional. Trata-se de uma ordem do próprio Jesus. Se não a cumprirmos, então a vida de Cristo não poderá ser reproduzida em nós.
E o que é “discipular”, afinal?
Discipular é ensinar os princípios que regem o Reino de Deus, no qual fomos introduzidos por meio do Novo Nascimento.
Estes princípios são encontrados na Bíblia Sagrada, principalmente nos ensinos de Jesus, e nas Epístolas. Precisamos compreender que fomos tirados “do império das trevas” e transportados “para o reino do Filho do seu amor” (Col.1:13). Por isso, precisamos aprender a viver de acordo com os princípios deste reino.
Paulo diz aos Gálatas que Jesus Cristo “se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl.1:4).
Ora, se fomos desarraigados do mundo, e transportados para o reino de Cristo, precisamos aprender a viver de acordo com este novo mundo .
“Outrora” escreve Paulo, “andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe as potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre eles todos nós também andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”. Até que Cristo “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus” (Ef.2:2-3,6).
Mais adiante, Paulo complementa: “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz”(5:8). Jamais podemos esquecer-nos de que não pertencemos mais a este mundo. Fomos transferidos para um novo mundo. Portanto, temos de nos comportar de maneira diferente daquela como nos comportávamos. “Se alguém está em Cristo” conclui Paulo, “nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo” (2 Co. 5:17).
O velho mundo já passou! Vivemos em uma nova criação; isto é, vivemos em uma nova ordem.
Ao recebermos a Cristo, o velho mundo é crucificado para nós. Paulo fala sobre isso. Ele afirma: “O mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl. 6:14b). Chamamos de mundo o velho sistema pecaminoso implantado pelo diabo, também chamado de “império das trevas”. Esse sistema já não pode contar conosco, pois estamos crucificados para ele. Para o mundo, estamos mortos, porém para Deus estamos mais vivos do que nunca. O apóstolo nos admoesta:“Considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm.6:11).
Assim também, não devemos esperar nada deste mundo, pois o mesmo está crucificado para nós. Infelizmente, ainda temos que conviver com este sistema caído, pelo menos por algum tempo. Porém, a Bíblia orienta “os que usam deste mundo, como se dele não abusassem. Pois a aparência deste mundo passa” (1 Co.7:31). Embora sejamos cidadãos de um Novo Mundo (o Reino de Deus), no qual já vivemos por fé, temos que saber nos relacionar com este presente século de forma correta, sem comprometer a nossa nova vida em Cristo.
“A graça de Deus” afirmam as Escrituras, “nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões MUNDANAS, para que vivamos NESTE PRESENTE SÉCULO sóbria, justa e piedosamente” (Tt.2:11-12). Temos que andar neste presente século como Jesus andou, sem nos contaminar com aquilo que ele nos oferece. Não devemos adotar as formas e padrões que o mundo nos impõe. Pedro nos deixa a seguinte admoestação: “Como filhos obedientes, não vos CONFORMEIS com as concupiscências que antes tínheis na vossa ig-norância. Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento” (1 Pe. 1:14-15).
Este é o papel do discipulado: produzir em nós a santidade prescrita por Deus para aqueles que desejam refletir no mundo a luz da Sua glória.
E qual será este propósito?
Paulo nos oferece uma resposta sucinta em Romanos 8:28-29. Ali lemos: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Pois os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
Antes mesmo de nascermos, Deus estabeleceu um propósito para a nossa vida. Ele nos predestinou para sermos conformes à imagem de Seu Filho Jesus Cristo. Predestinar é estabelecer um alvo, traçando a rota pela qual este alvo deverá ser atingido. Quando um avião decola, seus passageiros já sabem de antemão para onde estão indo. Aquele avião está com o seu destino traçado. Porém, caberá ao piloto mantê-lo na rota, a fim de que seu destino seja alcançado. Uma vez que o Espírito Santo é o nosso piloto, certamente alcançaremos o nosso alvo.
E que alvo é esse? Tornarmo-nos semelhantes ao Senhor Jesus.
Em Efésios, Paulo afirma que Deus “nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos, irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor e glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (Ef.1:4-6).
Trocando em miúdos, Paulo está dizendo que Deus nos escolheu em Cristo, e estabeleceu o propósito de sermos santos, e irrepreensíveis diante d’Ele. Tudo isso Ele fez por Sua própria vontade, para Seu louvor e glória, sem que para isso tivesse que consultar alguém.
E por que deveríamos ser santos e irrepreensíveis diante d’Ele?
Há pelo menos duas razões para isso:
A primeira é para que sejamos aceitáveis em Sua santa presença.
Um dia haveremos de comparecer diante d’Ele, e nossa vida será submetida à avaliação do Justo Juiz. Se nossa vida houver cumprido o eterno propósito de sua existência, então seremos recebidos por Ele em Sua glória eternal.
João diz em sua primeira epístola que “nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo” (1 Jo.4:17).
O que nos dará confiança diante do juízo divino? A certeza de que se cumpriu em nós o eterno propósito de Deus, e por isso, tornamo-nos semelhantes ao Seu Filho Jesus. Portanto, o desejo de Deus é que tal qual Ele é, nós sejamos neste mundo.
Eis a segunda razão. Devemos revelar Deus ao Mundo, para que isso resulte em glória para o Seu Nome.
Paulo continua: “Nele ( em Cristo ), digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória...” (Ef.1:11-12a).
O propósito de Deus para nós é sermos semelhantes a Seu Filho, e assim, nossa vida produzirá louvor e glória para Deus, o Pai.
O Mundo glorificará a Deus, ao ver em nós o esplendor de Seu Filho. Jesus advertiu-nos: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt.5:16).
E como saberemos se estamos nos assemelhando a Cristo? Ora, “aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou”(1 Jo.2:6). Na medida em que nos assemelhamos a Cristo, nosso estilo de vida se conforma ao de Jesus. Paulo diz que estava certo de que “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus”(Fp.1:6). Este processo é guiado pelo Espírito Santo. É Ele quem completa em nós a obra começada.
E como se dá este processo? Paulo diz que “todos nós, com o rosto descoberto refletindo, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co.3:18).
Cabe ao Espírito Santo nos conduzir de um grau a outro de glória, fazendo-nos cada dia mais semelhantes a Cristo, cumprindo assim o eterno propósito de Deus para o ser humano. E quanto a nós? Qual o nosso papel nisso tudo? Devemos ter o nosso rosto descoberto, isto é, devemos estar inteiramente expostos à atuação do Espírito Santo.
1.1. O Objetivo do Discipulado
Já sabemos qual o propósito de Deus para nós. Já sabemos que há um processo de transformação pelo qual temos de passar, e que esse processo é guiado pelo Espírito. Agora, precisamos saber qual o meio usado pelo Espírito para promover esta transformação.
Deus decreta os fins, e estabelece os meios.
O meio pelo qual o Espírito nos leva de glória em glória, reproduzindo em nós a imagem de Cristo é o DISCIPULADO.
Jesus deixou bem claro que “o discípulo não é superior a seu mestre, mas todo aquele que for bem instruído será como o seu mestre” (Lucas 6:40).
“Deus decreta os fins, e estabelece os meios”.
Se quisermos cumprir o propósito de Deus para nossa vida, precisaremos ser discipulados. Somente através da instrução dada no discipulado poderemos ser como nosso Mestre.
Escrevendo aos Colossenses, Paulo declara que anunciava a Cristo “admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Col.1:28). Este é o caminho escolhido por Deus para que alcancemos o objetivo de nossa existência.
Por isso mesmo, Jesus ordenou aos Seus discípulos: “Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E certamente estou convosco todos os dias, até à consumação do século”(Mt.28:19-20).
Fazer discípulos é uma tarefa árdua, porém, suprema para a Igreja de Cristo. Não é opcional. Trata-se de uma ordem do próprio Jesus. Se não a cumprirmos, então a vida de Cristo não poderá ser reproduzida em nós.
E o que é “discipular”, afinal?
Discipular é ensinar os princípios que regem o Reino de Deus, no qual fomos introduzidos por meio do Novo Nascimento.
Estes princípios são encontrados na Bíblia Sagrada, principalmente nos ensinos de Jesus, e nas Epístolas. Precisamos compreender que fomos tirados “do império das trevas” e transportados “para o reino do Filho do seu amor” (Col.1:13). Por isso, precisamos aprender a viver de acordo com os princípios deste reino.
Paulo diz aos Gálatas que Jesus Cristo “se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl.1:4).
Ora, se fomos desarraigados do mundo, e transportados para o reino de Cristo, precisamos aprender a viver de acordo com este novo mundo .
“Outrora” escreve Paulo, “andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe as potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre eles todos nós também andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”. Até que Cristo “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus” (Ef.2:2-3,6).
Mais adiante, Paulo complementa: “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz”(5:8). Jamais podemos esquecer-nos de que não pertencemos mais a este mundo. Fomos transferidos para um novo mundo. Portanto, temos de nos comportar de maneira diferente daquela como nos comportávamos. “Se alguém está em Cristo” conclui Paulo, “nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo” (2 Co. 5:17).
O velho mundo já passou! Vivemos em uma nova criação; isto é, vivemos em uma nova ordem.
Ao recebermos a Cristo, o velho mundo é crucificado para nós. Paulo fala sobre isso. Ele afirma: “O mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl. 6:14b). Chamamos de mundo o velho sistema pecaminoso implantado pelo diabo, também chamado de “império das trevas”. Esse sistema já não pode contar conosco, pois estamos crucificados para ele. Para o mundo, estamos mortos, porém para Deus estamos mais vivos do que nunca. O apóstolo nos admoesta:“Considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm.6:11).
Assim também, não devemos esperar nada deste mundo, pois o mesmo está crucificado para nós. Infelizmente, ainda temos que conviver com este sistema caído, pelo menos por algum tempo. Porém, a Bíblia orienta “os que usam deste mundo, como se dele não abusassem. Pois a aparência deste mundo passa” (1 Co.7:31). Embora sejamos cidadãos de um Novo Mundo (o Reino de Deus), no qual já vivemos por fé, temos que saber nos relacionar com este presente século de forma correta, sem comprometer a nossa nova vida em Cristo.
“A graça de Deus” afirmam as Escrituras, “nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões MUNDANAS, para que vivamos NESTE PRESENTE SÉCULO sóbria, justa e piedosamente” (Tt.2:11-12). Temos que andar neste presente século como Jesus andou, sem nos contaminar com aquilo que ele nos oferece. Não devemos adotar as formas e padrões que o mundo nos impõe. Pedro nos deixa a seguinte admoestação: “Como filhos obedientes, não vos CONFORMEIS com as concupiscências que antes tínheis na vossa ig-norância. Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento” (1 Pe. 1:14-15).
Este é o papel do discipulado: produzir em nós a santidade prescrita por Deus para aqueles que desejam refletir no mundo a luz da Sua glória.
Um espaço dedicado ao Discipulado

É claro que não é nosso propósito substituir o discipulado téte-a-téte, mas simplesmente oferecer uma ferramente a mais, principalmente para aqueles que estão distantes, mas ainda assim desejam ser pastoreados.
Esperamos que o ambiente cibernético ofereça um aprisco seguro para todos quantos desejam ser ovelhas e discípulos de Jesus Cristo.
Qualquer pergunta, basta enviá-la para bispohermes@hotmail.com
E fique à vontade pra expressar suas opiniões, e fazer seus comentários.
Assinar:
Postagens (Atom)