O Dízimo é o piso e não o teto das contribuições; é o ponta-pé inicial, o ponto de partida. Entretanto, nossa justiça deve exceder à dos fariseus, que davam o dízimo das mínimas coisas, mas paravam por aí. Devemos ir além do dízimo. Devemos ser ofertantes generosos.
Se o Dízimo expressa nossa fidelidade, a oferta expressa nossa generosidade. E a promessa de Deus é que “a alma generosa, esta prosperará” (Pv.11:25).
Há vários tipos de ofertas que devem ser praticadas por aqueles que buscam o Reino de Deus e a sua justiça.
· Ofertas Voluntárias
Há a oferta voluntária, que damos de acordo com nossas possibilidades, mas sem qualquer planejamento. Simplesmente nos sentimos tocados, e expontaneamente abrimos o coração para dar. Davi orou, dizendo:
“Bem sei eu, meu Deus, que tu sondas os corações, e que te agradas da integridade. Eu também na integridade de meu coração voluntariamente dei todas estas coisas. E agora vi com alegria que o teu povo que se acha aqui, ofereceu voluntariamente. Senhor, Deus de nossos pais Abraão, Isaque e Israel, conserva para sempre no coração do teu povo estas disposições e estes pensamentos, e encaminha o seu coração para ti”. 1 Crônicas 29:17-18
A oferta voluntária tem como objetivo manifestar a integridade de nosso coração. Como disse Jesus, onde estiver nosso tesouro, ali estará nosso coração. Deve haver sempre em nós a disposição para dar espontaneamente, sem que haja a necessidade de qualquer pressão ou propósito especial, senão o de honrar a Deus.
· Votos
Há também aquelas ofertas revestidas de propósito, também chamadas de votos. Um voto é uma oferta especial em que o ofertante se compromete com Deus e a Sua obra.
“Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo”. Salmos 116:12-14
Quando fazemos um voto, estamos demonstrando que nossa expectativa está inteiramente em Deus, e não em nossos próprios recursos. Nos convertemos dos recursos materiais a Deus. Colocamo-nos totalmente na dependência do Senhor Todo-poderoso.
“Se te converteres ao Todo-poderoso, serás restaurado: Se afastares a iniqüidade da tua tenda, e deitares o teu ouro no pó, o teu ouro de Ofir entre as pedras dos ribeiros, então o Todo-poderoso te será por ouro, e por prata escolhida. Certamente então te deleitarás no Todo-poderoso, e levantarás o teu rosto para Deus. Orarás a ele, e ele te ouvirá, e pagarás os teus votos. Determinando tu algum negócio, ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos”. Jó 22:23-28
Temos que “deitar nosso ouro no pó”, e “levantar nosso rosto para Deus”. Ele é o nosso ouro, nossa única riqueza. É d’Ele que virá todos os recursos de que necessitamos para levar avante nossos projetos.
Diferente da oferta voluntária que é dada espontaneamente, quem faz um voto, deve pagá-lo, pois assumiu um compromisso com Deus.
“Fazei votos, e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes, os que estão ao redor dele, àquele que é tremendo”. Salmos 76:11
Ficamos sob os votos que fazemos. O Rei Davi declarou: “Estou sob os votos que fiz, ó Deus; eu te oferecerei ações de graça” (Sl.56:12).
Por isso, o voto deve ser feito de maneira consciente. Salomão, sabiamente, nos aconselha: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo. Ele não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues” (Ec.5:4-5). E mais: “Laço é para o homem o dizer precipitadamente: É santo, e só refletir depois de fazer o voto” (Pv.20:25).
Às vezes, na hora da angústia, as pessoas fazem votos, e depois se esquecem de cumprí-los. Mesmo Davi, homem segundo o coração de Deus, não estava desobrigado a cumprir seus votos: “Te pagarei os meus votos; votos que haviam pronunciado os meus lábios, e dito a minha boca, quando eu estava na angústia” (Sl.66:13b-14).
· Ofertas Alçadas
A mesma passagem que fala do dízimo, também fala da oferta alçada, conferindo-lhe o mesmo peso. Só para relembrar: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais, vós, a nação toda” (Ml. 3:8-9).
E o que é “oferta alçada”? É uma oferta cujo valor é maior do que o dízimo. É, por assim dizer, a melhor parte daquilo que recebemos: “De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do Senhor; de tudo o melhor deles, a sua santa parte” (Nm. 18:29).
Dízimo e oferta alçada são os dois elementos que compõem nossas primícias. Ezequiel profetizou acerca do Novo Israel, que é a Igreja de Cristo:
“Pois no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor Deus, ali me servirá toda a casa de Israel, toda ela naquela terra. Ali me deleitarei neles, e ali demandarei as vossas ofertas alçadas, e as primícias das vossas dádivas, com todas as vossas coisas santas. Com cheiro suave me deleitarei em vós, quando eu vos tirar dentre os povos e vos congregar das terras em que andais espalhados, e serei santificado em vós ante os olhos das nações.” Ezequiel 20:40-41
Enquanto o Dízimo deve ser entregue periodicamente, isso é, com a mesma freqüência com que recebemos, a oferta alçada pode ser entregue esporadicamente. Há pessoas que entregam a oferta alçada, toda vez que entregam o dízimo. Mas há outras que a entregam algumas vezes durante o ano. Nossa sugestão é que a oferta alçada seja dada pelo menos uma vez no ano. Se possível, no primeiro mês, para que seja caracterizada como primícias, isto é, como os primeiros frutos do ano.
E aonde devem ser levados nossos dízimos e nossas ofertas ao Senhor?
“Buscareis o lugar que o Senhor vosso Deus escolher entre todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome e a sua habitação. E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas (...) Dentro das tuas portas não poderás comer o dízimo do teu grão, nem do teu mosto, nem do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas; nem nenhum dos teus votos, que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão.” Deuteronômio 12:6,17
Na Nova Aliança, o lugar escolhido por Deus para fazer habitar o Seu nome para sempre é a Sua Igreja. É a ela que devemos trazer nossos dízimos e ofertas. Não devemos tocar no que é de Deus, mas sermos fiéis Àquele que nos confiou o Seu Nome e a Sua Palavra.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
14 - As Primícias do Senhor
Já vimos que todas as coisas pertencem a Deus, e que somos apenas mordomos, isto é, administradores das obras de Suas mãos. Ele não apenas nos confia o cuidado de tais coisas, mas também nos dá o direito de desfrutá-las.
Para que demonstrássemos nosso reconhecimento de que tudo pertence a Ele, Deus instituiu o princípio das primícias.
O termo “primícias” significa “primeiros frutos”, e era empregado originalmente para designar os frutos iniciais de uma colheita.
Veja o que diz o mandamento:
“Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, e a possuíres, e nela habitares, tomarás das PRIMÍCIAS de todos os frutos do solo, que colheres da terra que o Senhor teu Deus te dá, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o Senhor teu DEUS escolher para ali fazer habitar o seu nome. Apresentar-te-ás ao sacerdote em exercício, e lhe dirás: Hoje declaro perante o Senhor teu Deus que entrei na terra que o Senhor prometeu a nossos pais que nos daria. O sacerdote receberá o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do Senhor teu Deus.” Deuteronômio 26:1-4
Antes de desfrutar de sua colheita, o trabalhador deveria dedicar os primeiros frutos a Deus. Esta era a forma de reconhecer que Ele, e não apenas os esforços pessoais, foi quem garantiu o sucesso da colheita.
Esse princípio é claramente esboçado em Deuteronômio 8:17-18:
“Não digas no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me proporcionaram esta riqueza. Antes te lembrarás de que o Senhor teu Deus é que te dá força para adquirires riquezas, confirmando a aliança que jurou a teus pais, como hoje se vê.”
É a este mesmo princípio que Jesus Se refere, ao declarar: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo.15:5b).
Jamais podemos nos estribar em nossos esforços pessoais, achando que foram eles que nos proporcionaram qualquer bem. Se Ele não abrir uma porta, onde encontraremos oportunidade de trabalho? Se Ele não nos fizer cair na graça de nosso empregador, como alcançaremos a tão desejada promoção? Se Ele não nos der aptidões profissionais, como prosperaremos em nosso ramo de atividade? Portanto, Ele é que nos dá força para adquirirmos riquezas. Por isso, devemos colocá-Lo sempre em primeiro lugar. Foi isso que Jesus afirmou, ao declarar: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt.6:33).
Este é o princípio por trás do mandamento das primícias.
Talvez alguém argumente, dizendo que tal mandamento só faria sentido em uma sociedade agrícola, onde as pessoas vivessem da colheita. Entretanto, tal ordenança se aplica em qualquer sociedade. De tudo aquilo que Deus faz chegar às nossas mãos, devemos separar as primícias, e entregá-las na Casa de Deus. E há uma maravilhosa promessa para aqueles que dedicam suas primícias ao Senhor:
“Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda; então se encherão os teus celeiros abundantemente e transbordarão de vinho os teus lagares.” Provérbios 3:9-10
* O que é o Dízimo?
É a décima parte daquilo que recebemos, e compõe parte das primícias que devemos dedicar a Deus.
As Escrituras são claras quanto ao nosso dever de entregar os dízimos na Casa de Deus.
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. Malaquias 3:10
O Dízimo não apenas expressa nosso reconhecimento da Soberania de Deus em nossas vidas, mas também provê sustento para Sua Casa.
De acordo com a Palavra de Deus, sonegar os dízimos é o mesmo que roubar de Deus, ou privá-lO de algo que Lhe é de direito:
“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais, vós, a nação toda”. Malaquias 3:8-9
Assim como pagamos nossos impostos ao Estado, como cidadãos do Reino de Deus, devemos entregar fielmente nossos dízimos. Foi Jesus quem ordenou: “Dai a César, o que é de César, e a Deus, o que é de Deus” (Mt.22:21).
O dízimo não é pagamento, nem doação. O dízimo é uma devolução. Na verdade, a Deus pertence 100% do que temos. Mas Ele nos dá o direito de usufruir de 90%, devolvendo-Lhe apenas 10%.
Toda vez que entregamos o dízimo, devemos ter o mesmo espírito que houve em Davi, ao oferecer a Deus o que o povo de Israel entregava para a construção do Templo em Jerusalém:
“Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, pois teu é tudo o que há nos céus e na terra. Teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. Riquezas e glória vêm de ti; tu dominas sobre tudo. Nas tuas mãos há força e poder para engrandecer e dar força a tudo (...) Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Tudo vem de ti, e somente devolvemos o que veio das tuas mãos”. I Crônicas 29:11-12,14
Lembre-se que todas as coisas são d’Ele, por Ele e para Ele. Ele tem depositado grande confiança em nós, ao permitir que administremos Sua obra. Não podemos trair Sua confiança.
Paulo diz que “requer-se dos despenseiros (mordomos) que cada um se ache fiel” (1 Co.4:2).
E a promessa de Jesus é que os forem fiéis no pouco, sobre o muito serão colocados.
Devemos entragar o dízimo de tudo, como fez Abraão (Gn.14:20b). Tanto das pequenas coisas, como das grandes.
Jesus disse que os fariseus de Seu tempo, davam o dízimo até dos temperos usados na comida, como hortelã, endro e cominho. Mas infelizmente, eles eram fiéis nos dízimos, mas negligenciavam outras coisas importantes, como a justiça, a misericórdia e a fé. Jesus os advertiu, dizendo: “Devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas”(Mt.23:23). De fato, na questãos dos dízimos, eles eram extremamente zelosos. E Jesus nos adverte: “Pois vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt.5:20). Portanto, não podemos ser menos zelosos do que eles.
O Dízimo foi instituído por Deus antes da Lei, e deve ser observado ainda hoje, pelos que vivem sob a Nova Aliança. Na Antiga Aliança, sob a Lei, os dízimos eram recebidos por sacerdotes mortais, mas agora, sob a Aliança da Graça, “os recebe aquele de quem se testifica que vive” (Hb.7:8), isto é, Jesus Cristo, nosso Sumo-Sacerdote.
Para que demonstrássemos nosso reconhecimento de que tudo pertence a Ele, Deus instituiu o princípio das primícias.
O termo “primícias” significa “primeiros frutos”, e era empregado originalmente para designar os frutos iniciais de uma colheita.
Veja o que diz o mandamento:
“Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, e a possuíres, e nela habitares, tomarás das PRIMÍCIAS de todos os frutos do solo, que colheres da terra que o Senhor teu Deus te dá, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o Senhor teu DEUS escolher para ali fazer habitar o seu nome. Apresentar-te-ás ao sacerdote em exercício, e lhe dirás: Hoje declaro perante o Senhor teu Deus que entrei na terra que o Senhor prometeu a nossos pais que nos daria. O sacerdote receberá o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do Senhor teu Deus.” Deuteronômio 26:1-4
Antes de desfrutar de sua colheita, o trabalhador deveria dedicar os primeiros frutos a Deus. Esta era a forma de reconhecer que Ele, e não apenas os esforços pessoais, foi quem garantiu o sucesso da colheita.
Esse princípio é claramente esboçado em Deuteronômio 8:17-18:
“Não digas no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me proporcionaram esta riqueza. Antes te lembrarás de que o Senhor teu Deus é que te dá força para adquirires riquezas, confirmando a aliança que jurou a teus pais, como hoje se vê.”
É a este mesmo princípio que Jesus Se refere, ao declarar: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo.15:5b).
Jamais podemos nos estribar em nossos esforços pessoais, achando que foram eles que nos proporcionaram qualquer bem. Se Ele não abrir uma porta, onde encontraremos oportunidade de trabalho? Se Ele não nos fizer cair na graça de nosso empregador, como alcançaremos a tão desejada promoção? Se Ele não nos der aptidões profissionais, como prosperaremos em nosso ramo de atividade? Portanto, Ele é que nos dá força para adquirirmos riquezas. Por isso, devemos colocá-Lo sempre em primeiro lugar. Foi isso que Jesus afirmou, ao declarar: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt.6:33).
Este é o princípio por trás do mandamento das primícias.
Talvez alguém argumente, dizendo que tal mandamento só faria sentido em uma sociedade agrícola, onde as pessoas vivessem da colheita. Entretanto, tal ordenança se aplica em qualquer sociedade. De tudo aquilo que Deus faz chegar às nossas mãos, devemos separar as primícias, e entregá-las na Casa de Deus. E há uma maravilhosa promessa para aqueles que dedicam suas primícias ao Senhor:
“Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda; então se encherão os teus celeiros abundantemente e transbordarão de vinho os teus lagares.” Provérbios 3:9-10
* O que é o Dízimo?
É a décima parte daquilo que recebemos, e compõe parte das primícias que devemos dedicar a Deus.
As Escrituras são claras quanto ao nosso dever de entregar os dízimos na Casa de Deus.
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. Malaquias 3:10
O Dízimo não apenas expressa nosso reconhecimento da Soberania de Deus em nossas vidas, mas também provê sustento para Sua Casa.
De acordo com a Palavra de Deus, sonegar os dízimos é o mesmo que roubar de Deus, ou privá-lO de algo que Lhe é de direito:
“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais, vós, a nação toda”. Malaquias 3:8-9
Assim como pagamos nossos impostos ao Estado, como cidadãos do Reino de Deus, devemos entregar fielmente nossos dízimos. Foi Jesus quem ordenou: “Dai a César, o que é de César, e a Deus, o que é de Deus” (Mt.22:21).
O dízimo não é pagamento, nem doação. O dízimo é uma devolução. Na verdade, a Deus pertence 100% do que temos. Mas Ele nos dá o direito de usufruir de 90%, devolvendo-Lhe apenas 10%.
Toda vez que entregamos o dízimo, devemos ter o mesmo espírito que houve em Davi, ao oferecer a Deus o que o povo de Israel entregava para a construção do Templo em Jerusalém:
“Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, pois teu é tudo o que há nos céus e na terra. Teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. Riquezas e glória vêm de ti; tu dominas sobre tudo. Nas tuas mãos há força e poder para engrandecer e dar força a tudo (...) Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Tudo vem de ti, e somente devolvemos o que veio das tuas mãos”. I Crônicas 29:11-12,14
Lembre-se que todas as coisas são d’Ele, por Ele e para Ele. Ele tem depositado grande confiança em nós, ao permitir que administremos Sua obra. Não podemos trair Sua confiança.
Paulo diz que “requer-se dos despenseiros (mordomos) que cada um se ache fiel” (1 Co.4:2).
E a promessa de Jesus é que os forem fiéis no pouco, sobre o muito serão colocados.
Devemos entragar o dízimo de tudo, como fez Abraão (Gn.14:20b). Tanto das pequenas coisas, como das grandes.
Jesus disse que os fariseus de Seu tempo, davam o dízimo até dos temperos usados na comida, como hortelã, endro e cominho. Mas infelizmente, eles eram fiéis nos dízimos, mas negligenciavam outras coisas importantes, como a justiça, a misericórdia e a fé. Jesus os advertiu, dizendo: “Devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas”(Mt.23:23). De fato, na questãos dos dízimos, eles eram extremamente zelosos. E Jesus nos adverte: “Pois vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt.5:20). Portanto, não podemos ser menos zelosos do que eles.
O Dízimo foi instituído por Deus antes da Lei, e deve ser observado ainda hoje, pelos que vivem sob a Nova Aliança. Na Antiga Aliança, sob a Lei, os dízimos eram recebidos por sacerdotes mortais, mas agora, sob a Aliança da Graça, “os recebe aquele de quem se testifica que vive” (Hb.7:8), isto é, Jesus Cristo, nosso Sumo-Sacerdote.
13 - O Dono do Mundo
As relações comerciais existem desde que os seres humanos começaram a partilhar seus pertences. Tais relações se davam, inicialmente, à base de trocas. Se alguém dispunha de grãos, enquanto seu vizinho dispunha de carne, trocava-se alguns punhados de grão, por um pedaço de carne.
Mais tarde, surgiria a moeda, que aos poucos, passaria a ser largamente usada na aquisição de bens.
No início, as pessoas trabalhavam para si mesmas. Caçavam, pescavam, cultivavam a terra, e produziam suas próprias vestimentas. Mas com o tempo, as pessoas se ofereceriam para trabalhar para outras, por comida, por estadia, e mais tarde, por dinheiro. Surgia, então, a remuneração.
Encontramos nas Escrituras casos como o de Esaú, que trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas.
Depois encontramos Jacó, que trabalhou de graça por 14 anos para seu tio Labão em troca de Raquel, com quem desejava se casar.
Tais relações comerciais são permitidas por Deus, tendo em vista o fato de que ninguém é auto-suficiente. Todos precisamos uns dos outros. O que um produz, alimenta a outros. O trabalho de um, beneficia a outros, e assim por diante.
Porém, acima de tudo, dependemos de Deus.
Afinal, não podemos nos esquecer que a Terra, e tudo quanto ela produz, pertence a Deus, embora tenha sido confiada aos cuidados do homem.
Leia atentamente o que diz a Bíblia acerca disso:
“Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam”.
Salmos 24:1
Não há um único centímetro quadrado deste mundo de que o Senhor não diga: É meu!
Não só as coisas, como também as pessoas deste mundo pertencem a Ele. Até mesmo os animais:
“Pois meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de colinas. Conheço todas as aves dos montes, e é meu tudo o que se move no campo”.
Salmos 50:10-11
Nem o reino mineral escapa desta verdade:
“Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos”.
Ageu 2:8
Diante de tais afirmações, concluímos que nada que tenhamos é realmente nosso. Todas as coisas pertencem a Deus. Não somos donos de coisa alguma, nem mesmo dos nossos filhos.
“Pois todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha”.
Ezequiel 18:4a
Somos apenas mordomos, administradores daquilo que pertence ao Criador. Podemos até desfrutar das coisas deste mundo, mas jamais estabelecer uma relação de posse com elas. Por isso Paulo diz que “os que compram” deveriam se portar “como se nada possuíssem”, e “os que usam deste mundo, como se dele não abusassem” (1 Co.7:30b-31a).
Aquilo que dizemos possuir, nada verdade, nos possui, pois toda relação de posse é recíproca.
O único bem permanente que possuímos é o nosso Deus. Por isso o salmista dizia: “Não tenho outro bem além de Ti” (Sl.16:2b).
Entre nós e Deus há uma relação de posse recíproca. Podemos declarar como Sulamita: “O meu amado é meu, e eu sou dele” (Cant.2:16a). E o próprio Deus é quem afirma: “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Co.6:16b).
Quando estabelecemos uma relação de posse com alguma coisa, fazemos daquilo nosso tesouro. E de acordo com Jesus, “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt.6:21).
É aí que mora o problema!
Não há nada de errado em ser próspero. Entretanto, corremos sérios riscos quando nos deixamos seduzir pelas riquezas deste mundo.
Foi reconhecendo isso que o sábio Salomão orou:
“Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza, mas dá-me só o pão que me é necessário, para que de farto eu não te negue, e diga: Quem é o Senhor? Ou empobrecendo, não venha a furtar, e profane o nome de Deus”.
Provérbios 30:8-9
Devemos desejar ser prósperos, não ricos. E se, eventualmente, nos tornarmos ricos, devemos atentar para o conselho de Paulo: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundandemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” ( 1 Tm.6:17).
Repare bem: Deus nos dá abundantemente todas as coisas. E pra quê? Para delas gozarmos, desfrutarmos. Mas não pra que as possuamos. Desfrutar é uma coisa, possuir é outra totalmente diferente.
O salmista nos exorta: “Ainda que vossas riquezas aumentem, não ponhais nelas o coração” (Sl.62:10b).
Afinal, “nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele” (1 Tm.6:7). “Como saiu do ventre da sua mãe, assim nu voltará, indo-se com veio. Nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão” (Ec.5:15). Tudo neste mundo é passageiro, efêmero. Não vale a pena colocar o coração em tesouros que acabam corroídos pela ferrugem, ou comidas pelas traças.
E o pior de tudo isso é que “os que querem ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm.6:9-10).
A diferença entre ser próspero e ser rico está no foco. Segundo os princípios do Reino de Deus, o próspero é aquele que se torna canal de bênçãos para outros. É aquele que entende que “o proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo. O que ama o dinheiro nunca se fartará dele; quem ama a abundância nunca se farta da renda. Isto também é vaidade. Onde os bens se multiplicam, também se multiplicam os que deles comem” (Ec. 5:9-11).
O apóstolo João, escrevendo a Gaio, declarou: “Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma” (3 Jo.2).
O salmista declara que o Senhor se deleita na prosperidade do seu servo (Sl.35:27). Portanto, não há errado em querer ser próspero.
Já o “rico” é aquele que faz da riqueza um fim em si mesma, colocando nela a sua esperança. A estes, o Espírito Santo adverte: “Fitarás os olhos naquilo que não é nada? Porque certamente isso fará para si asas, e voará ao céu como a águia” (Pv.23:5).
A riqueza é circunstancial, já a prosperidade é um estado de espírito. Pode-se ser próspero, sem jamais ser rico aos olhos do mundo. O rico só pensa em si mesmo, e em como acumular cada vez mais riquezas ao seu tesouro particular. Já o próspero está mais preocupado em utilizar sua prosperidade para fazer o bem. Mesmo desfrutando dela, sua prioridade é torná-la uma bênção para outros. As Escrituras afirmam: “Sei que não há coisa melhor para eles do que se alegrarem e fazerem o bem na sua vida, e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus” (Ec.3:12-13).
No conselho que Paulo dá aos “ricos deste mundo”, ele acrescenta: “Que façam o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir” (1 Tm.6:18).
O Criador nos deu o direito de comer do bem desta Terra (Is.1:19). E também nos ordenou que vivéssemos do suor do nosso rosto (Gn.3:19). O trabalho, portanto, é o meio estabelecido por Deus, para que prosperemos, e assim, possamos ser bênção para nossa família, e para nossos semelhantes. Paulo diz que todo filho de Deus deve trabalhar, “fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o necessitado” (Ef. 4:28b).
Trabalhar, desfrutar, repartir. Este é o tripé sobre o qual repousa a prosperidade do justo.
Já os que querem ficar ricos, edificam suas vidas sobre outro tripé: trabalhar, acumular, desfrutar.
Seria bom que eles lessem a parábola de Lázaro, e desde já, colocassem suas barbas de molho.
Mais tarde, surgiria a moeda, que aos poucos, passaria a ser largamente usada na aquisição de bens.
No início, as pessoas trabalhavam para si mesmas. Caçavam, pescavam, cultivavam a terra, e produziam suas próprias vestimentas. Mas com o tempo, as pessoas se ofereceriam para trabalhar para outras, por comida, por estadia, e mais tarde, por dinheiro. Surgia, então, a remuneração.
Encontramos nas Escrituras casos como o de Esaú, que trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas.
Depois encontramos Jacó, que trabalhou de graça por 14 anos para seu tio Labão em troca de Raquel, com quem desejava se casar.
Tais relações comerciais são permitidas por Deus, tendo em vista o fato de que ninguém é auto-suficiente. Todos precisamos uns dos outros. O que um produz, alimenta a outros. O trabalho de um, beneficia a outros, e assim por diante.
Porém, acima de tudo, dependemos de Deus.
Afinal, não podemos nos esquecer que a Terra, e tudo quanto ela produz, pertence a Deus, embora tenha sido confiada aos cuidados do homem.
Leia atentamente o que diz a Bíblia acerca disso:
“Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam”.
Salmos 24:1
Não há um único centímetro quadrado deste mundo de que o Senhor não diga: É meu!
Não só as coisas, como também as pessoas deste mundo pertencem a Ele. Até mesmo os animais:
“Pois meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de colinas. Conheço todas as aves dos montes, e é meu tudo o que se move no campo”.
Salmos 50:10-11
Nem o reino mineral escapa desta verdade:
“Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos”.
Ageu 2:8
Diante de tais afirmações, concluímos que nada que tenhamos é realmente nosso. Todas as coisas pertencem a Deus. Não somos donos de coisa alguma, nem mesmo dos nossos filhos.
“Pois todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha”.
Ezequiel 18:4a
Somos apenas mordomos, administradores daquilo que pertence ao Criador. Podemos até desfrutar das coisas deste mundo, mas jamais estabelecer uma relação de posse com elas. Por isso Paulo diz que “os que compram” deveriam se portar “como se nada possuíssem”, e “os que usam deste mundo, como se dele não abusassem” (1 Co.7:30b-31a).
Aquilo que dizemos possuir, nada verdade, nos possui, pois toda relação de posse é recíproca.
O único bem permanente que possuímos é o nosso Deus. Por isso o salmista dizia: “Não tenho outro bem além de Ti” (Sl.16:2b).
Entre nós e Deus há uma relação de posse recíproca. Podemos declarar como Sulamita: “O meu amado é meu, e eu sou dele” (Cant.2:16a). E o próprio Deus é quem afirma: “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Co.6:16b).
Quando estabelecemos uma relação de posse com alguma coisa, fazemos daquilo nosso tesouro. E de acordo com Jesus, “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt.6:21).
É aí que mora o problema!
Não há nada de errado em ser próspero. Entretanto, corremos sérios riscos quando nos deixamos seduzir pelas riquezas deste mundo.
Foi reconhecendo isso que o sábio Salomão orou:
“Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza, mas dá-me só o pão que me é necessário, para que de farto eu não te negue, e diga: Quem é o Senhor? Ou empobrecendo, não venha a furtar, e profane o nome de Deus”.
Provérbios 30:8-9
Devemos desejar ser prósperos, não ricos. E se, eventualmente, nos tornarmos ricos, devemos atentar para o conselho de Paulo: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundandemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” ( 1 Tm.6:17).
Repare bem: Deus nos dá abundantemente todas as coisas. E pra quê? Para delas gozarmos, desfrutarmos. Mas não pra que as possuamos. Desfrutar é uma coisa, possuir é outra totalmente diferente.
O salmista nos exorta: “Ainda que vossas riquezas aumentem, não ponhais nelas o coração” (Sl.62:10b).
Afinal, “nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele” (1 Tm.6:7). “Como saiu do ventre da sua mãe, assim nu voltará, indo-se com veio. Nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão” (Ec.5:15). Tudo neste mundo é passageiro, efêmero. Não vale a pena colocar o coração em tesouros que acabam corroídos pela ferrugem, ou comidas pelas traças.
E o pior de tudo isso é que “os que querem ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm.6:9-10).
A diferença entre ser próspero e ser rico está no foco. Segundo os princípios do Reino de Deus, o próspero é aquele que se torna canal de bênçãos para outros. É aquele que entende que “o proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo. O que ama o dinheiro nunca se fartará dele; quem ama a abundância nunca se farta da renda. Isto também é vaidade. Onde os bens se multiplicam, também se multiplicam os que deles comem” (Ec. 5:9-11).
O apóstolo João, escrevendo a Gaio, declarou: “Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma” (3 Jo.2).
O salmista declara que o Senhor se deleita na prosperidade do seu servo (Sl.35:27). Portanto, não há errado em querer ser próspero.
Já o “rico” é aquele que faz da riqueza um fim em si mesma, colocando nela a sua esperança. A estes, o Espírito Santo adverte: “Fitarás os olhos naquilo que não é nada? Porque certamente isso fará para si asas, e voará ao céu como a águia” (Pv.23:5).
A riqueza é circunstancial, já a prosperidade é um estado de espírito. Pode-se ser próspero, sem jamais ser rico aos olhos do mundo. O rico só pensa em si mesmo, e em como acumular cada vez mais riquezas ao seu tesouro particular. Já o próspero está mais preocupado em utilizar sua prosperidade para fazer o bem. Mesmo desfrutando dela, sua prioridade é torná-la uma bênção para outros. As Escrituras afirmam: “Sei que não há coisa melhor para eles do que se alegrarem e fazerem o bem na sua vida, e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus” (Ec.3:12-13).
No conselho que Paulo dá aos “ricos deste mundo”, ele acrescenta: “Que façam o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir” (1 Tm.6:18).
O Criador nos deu o direito de comer do bem desta Terra (Is.1:19). E também nos ordenou que vivéssemos do suor do nosso rosto (Gn.3:19). O trabalho, portanto, é o meio estabelecido por Deus, para que prosperemos, e assim, possamos ser bênção para nossa família, e para nossos semelhantes. Paulo diz que todo filho de Deus deve trabalhar, “fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o necessitado” (Ef. 4:28b).
Trabalhar, desfrutar, repartir. Este é o tripé sobre o qual repousa a prosperidade do justo.
Já os que querem ficar ricos, edificam suas vidas sobre outro tripé: trabalhar, acumular, desfrutar.
Seria bom que eles lessem a parábola de Lázaro, e desde já, colocassem suas barbas de molho.
12 - Mordomia Cristã
O mordomo é alguém que recebeu a responsabilidade de cuidar daquilo que pertence ao seu senhor. Embora não seja o dono, cabe ao mordomo zelar pelos bens que lhe foram confiados, como se fora seus.
Todas as coisas pertencem a Deus, e foram criadas “por Ele e para Ele”. Portanto, Ele é a razão da existência de tudo quanto há no universo, seja de ordem espiritual ou material.
Coube ao homem a incumbência de cuidar das obras das mãos de Deus. O salmista Davi escreve:
“Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.” Salmos 8:6.
Ao criar o homem, Deus outorgou-lhe autoridade sobre toda a criação. A ordem de Deus era: “enchei a terra, e sujeitai-a. Dominai...” (Gn. 1:28).
Esta autoridade veio acompanhada por uma grande responsabilidade. Recebendo o mandado de dominar, o homem também recebia a incumbência de “lavrar e guardar” a terra (Gn.2:15), sem jamais perder de vista que “do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam” (Sl.24:1). O próprio Deus é quem declara: “Meu é o mundo e tudo o que nele há” (Sl.50:12b). Portanto, o homem não é dono de coisa alguma. Somos mordomos de Deus, sobre os quais repousa a responsabilidade de cuidar da criação.
Podemos compreender melhor esta verdade através de uma das mais famosas parábolas de Jesus. Trata-se da parábola dos talentos, onde o reino dos céus é apresentado como “um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade. Então partiu(...) Muito tempo depois veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles” (Mt.25:14-15, 19). Tudo aquilo de que dispomos nesta vida pertence a Deus, embora esteja sob os nossos cuidados. Nossos filhos, nosso cônjuge, nossos bens, nosso corpo; tudo é de Deus!
São verdadeiros talentos que Deus nos confiou. Um dia, porém, Ele nos pedirá conta daquilo que fizemos com todos esses talentos. A forma como os talentos são distribuídos não compete a nós julgarmos. Deus tem os Seus próprios critérios. A uns Ele dá cinco talentos, a outros dois, e a alguns apenas um. O importante é a forma como vamos administrá-los. Tanto podemos multiplicá-los, como podemos até perdê-los. De acordo com o texto sagrado, aquele senhor distribuiu os talentos de acordo com a capacidade que cada um tinha de administrá-los. O que recebera cinco, fê-los multiplicar por dois, e alcançou mais cinco. O que ganhara dois, também os multiplicou. Porém, o que tinha apenas um, acabou perdendo-o.
O mesmo Deus que nos deu talentos, deu-nos também capacidade para geri-los e multiplicá-los. Entretanto, se formos negligentes com o que Deus nos confiou, poremos tudo a perder!
Na parábola dos talentos, os servos que receberam cinco e dois talentos foram chamados de servos bons e fiéis por terem cuidado bem daquilo que pertencia ao seu senhor. Como recompensa, os que foram fiéis no pouco foram colocados no muito. Quanto ao que recebera um talento, e o enterrara, fora chamado de servo inútil, e rejeitado pelo seu senhor.
Se quisermos que Deus deposite em nossas mãos uma confiança maior, precisamos cuidar bem daquilo que Ele já nos tem confiado. Isto é mordomia!
Se não formos fiéis no pouco, jamais Deus nos colocará no muito. Se não conseguirmos administrar algo pequeno, como poderemos administrar algo maior?
Um exemplo clássico disso é a pessoa que deseja fazer a obra de Deus, sem conseguir governar a sua própria casa. Paulo afirma que o pastor deve governar bem a sua própria casa, tendo seus filhos sob disciplina, com todo o respeito “pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” (1 Tm.3:5).
Não podemos nos esquecer que, quanto maior a confiança que Deus depositar em nós, maior a nossa responsabilidade diante dos Seus olhos. Jesus disse:
“A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá.” Lucas 12:48b.
Jamais nos esqueçamos de que haverá um dia em que todos terão que prestar contas perante o Tribunal de Cristo (2 Co.5:10). “De modo que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm.14:12).
Todas as coisas pertencem a Deus, e foram criadas “por Ele e para Ele”. Portanto, Ele é a razão da existência de tudo quanto há no universo, seja de ordem espiritual ou material.
Coube ao homem a incumbência de cuidar das obras das mãos de Deus. O salmista Davi escreve:
“Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.” Salmos 8:6.
Ao criar o homem, Deus outorgou-lhe autoridade sobre toda a criação. A ordem de Deus era: “enchei a terra, e sujeitai-a. Dominai...” (Gn. 1:28).
Esta autoridade veio acompanhada por uma grande responsabilidade. Recebendo o mandado de dominar, o homem também recebia a incumbência de “lavrar e guardar” a terra (Gn.2:15), sem jamais perder de vista que “do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam” (Sl.24:1). O próprio Deus é quem declara: “Meu é o mundo e tudo o que nele há” (Sl.50:12b). Portanto, o homem não é dono de coisa alguma. Somos mordomos de Deus, sobre os quais repousa a responsabilidade de cuidar da criação.
Podemos compreender melhor esta verdade através de uma das mais famosas parábolas de Jesus. Trata-se da parábola dos talentos, onde o reino dos céus é apresentado como “um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade. Então partiu(...) Muito tempo depois veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles” (Mt.25:14-15, 19). Tudo aquilo de que dispomos nesta vida pertence a Deus, embora esteja sob os nossos cuidados. Nossos filhos, nosso cônjuge, nossos bens, nosso corpo; tudo é de Deus!
São verdadeiros talentos que Deus nos confiou. Um dia, porém, Ele nos pedirá conta daquilo que fizemos com todos esses talentos. A forma como os talentos são distribuídos não compete a nós julgarmos. Deus tem os Seus próprios critérios. A uns Ele dá cinco talentos, a outros dois, e a alguns apenas um. O importante é a forma como vamos administrá-los. Tanto podemos multiplicá-los, como podemos até perdê-los. De acordo com o texto sagrado, aquele senhor distribuiu os talentos de acordo com a capacidade que cada um tinha de administrá-los. O que recebera cinco, fê-los multiplicar por dois, e alcançou mais cinco. O que ganhara dois, também os multiplicou. Porém, o que tinha apenas um, acabou perdendo-o.
O mesmo Deus que nos deu talentos, deu-nos também capacidade para geri-los e multiplicá-los. Entretanto, se formos negligentes com o que Deus nos confiou, poremos tudo a perder!
Na parábola dos talentos, os servos que receberam cinco e dois talentos foram chamados de servos bons e fiéis por terem cuidado bem daquilo que pertencia ao seu senhor. Como recompensa, os que foram fiéis no pouco foram colocados no muito. Quanto ao que recebera um talento, e o enterrara, fora chamado de servo inútil, e rejeitado pelo seu senhor.
Se quisermos que Deus deposite em nossas mãos uma confiança maior, precisamos cuidar bem daquilo que Ele já nos tem confiado. Isto é mordomia!
Se não formos fiéis no pouco, jamais Deus nos colocará no muito. Se não conseguirmos administrar algo pequeno, como poderemos administrar algo maior?
Um exemplo clássico disso é a pessoa que deseja fazer a obra de Deus, sem conseguir governar a sua própria casa. Paulo afirma que o pastor deve governar bem a sua própria casa, tendo seus filhos sob disciplina, com todo o respeito “pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” (1 Tm.3:5).
Não podemos nos esquecer que, quanto maior a confiança que Deus depositar em nós, maior a nossa responsabilidade diante dos Seus olhos. Jesus disse:
“A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá.” Lucas 12:48b.
Jamais nos esqueçamos de que haverá um dia em que todos terão que prestar contas perante o Tribunal de Cristo (2 Co.5:10). “De modo que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm.14:12).
11 - A Comunhão entre os Discípulos
Nossa vida espiritual é profundamente afetada pelo tipo de sentimento que nutrimos acerca das pessoas com quem nos relacionamos. A vida emocional do ser humano é sobremodo complexa, e por isso mesmo, deve ser tratada com cuidados redobrados.
Se não tivermos uma vida emocional bem alicerçada na Palavra, nossos relacionamentos serão afetados, impossibilitando-nos de cultivar amizades dura-douras e uma vida espiritual plena.
Há uma palavra chave na Bíblia para compreendermos melhor tudo isso. Trata-se do termo COMUNHÃO ( Koinonia ).
O que é comunhão, afinal? É aquilo que une duas ou mais pessoas diferentes. Ter comunhão é o mesmo que ter algo em comum. Apesar das diferenças que temos, somos chamados à comunhão. E o que temos em comum? A fé em Cristo Jesus. E Paulo vai ainda mais longe, abrindo-nos o leque daquilo que é o fundamento da nossa comunhão. Ele diz que devemos procurar “guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz”. E isto, porque “há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef.4:3-6).
Não importa a criação que tenhamos recebido de nossos progenitores, ou o nível cultural que temos ou ainda a classe social a que pertencemos. O que nos une é infinitamente mais forte do que o que nos difere. Isso é comunhão.
· COMUNHÃO VERTICAL E HORIZONTAL
Existem dois tipos de comunhão apresentadas na Bíblia: a Comunhão Vertical e a Comunhão Horizontal, simbolizadas na Cruz de Cristo. A primeira é aquela que devemos ter com Deus, através de Seu Filho Jesus. A segunda é a que devemos ter com os nossos irmãos na fé. Na verdade, uma depende da outra.
Paulo afirma que Deus nos chamou “para a comunhão de Seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (1 Co.1:9). Isso é comunhão vertical. No versículo seguinte ele diz: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões, para que sejais unidos no mesmo sentido e no mesmo parecer” (v.10). Veja que para Paulo, nossa comunhão com Deus estaria estreitamente ligada à nossa comunhão com os outros. Para ele, nossa comunhão com os irmãos não era apenas uma questão de fé. Por terem a mesma fé, deveriam também ter a mesma disposição mental, o mesmo parecer, caminhando na mesma direção.
João também faz um paralelo importante entre a comunhão com Deus, e a comunhão com os irmãos. Ele escreve:
“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo (...) Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, TEMOS COMUNHÃO UNS COM OS OUTROS, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” 1 JOÃO 1:3, 6-7.
Para que a nossa comunhão seja autêntica, devemos nos dispor a partilhar o que temos recebido de Deus. Tudo o que Deus nos dá, é visando o bem comum de toda a família da fé. Se falharmos em comunicar (compartilhar) aquilo que Deus nos confiou, estaremos dando as costas ao Corpo de Cristo, e negando-lhe o suprimento necessário.
Imagine se os olhos se negassem a enxergar, o que seria de todo o corpo? E se a boca se negasse a abrir para ingerir o alimento, o que seria do resto do organismo? Assim como há uma interde-pendência entre os mais diversos membros e órgãos do corpo humano, há também uma interde-pendência entre os membros do Corpo de Cristo. Ninguém poderá receber a energia que provém de Cristo para viver, se não estiver devidamente ligado ao Seu Corpo, que é a Igreja. Qualquer um que se afaste da Igreja, está fora da comunhão, e por isso, a vida de Cristo já não pode fluir através dele. É como um membro amputado, cujo fim é apodrecer-se.
Há uma iteração entre os membros do corpo. Cada um con-tribui para o bem estar do resto do corpo, desempenhando o seu papel. Cada um dá, e ao mesmo tempo, recebe. Isso é comunhão! Numa bela exposição deste assunto, Paulo diz que Deus nos colocou no Corpo de Cristo, e que cada membro deve ser honrado, “para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (1 Co.12:25-26). Desta maneira, servimos e honramos uns aos outros em amor.
Quando vivemos esta comu-nhão, o sangue de Jesus flui em nós, purificando-nos de todo o pecado. Somos participantes de Sua natureza, de Sua vida, de Sua energia vital. Mas se nos separamos do Corpo, perdemos tudo isso, e aos poucos, morremos.
A Igreja primitiva entendia isso perfeitamente, e buscava viver essa unidade. Era, realmente, uma comunidade cristã. Em Atos encontramos um testemunho disso. Ali lemos que “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum”(At.2:44).
E mais:
“Era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.” ATOS 4:32.
Não era à toa que Paula chamava a Igreja de FAMÍLIA DA FÉ. Não era algo forçado, mas produzido pelo Espírito Santo no coração daqueles que tinham comunhão com Cristo Jesus.
Hoje em dia, as pessoas estão totalmente voltadas para si mesmas, e não conseguem compreender o que seja a comunhão entre irmãos. Até mesmo dentro das famílias não há mais união. Isto tudo é produzido pelo espírito do mundo, que leva as pessoas a viverem só para si mesmas, sem se importarem com ninguém mais. E este tipo de postura tem produzido uma sociedade cínica, sem es-crúpulos, e sobretudo, sem amor.
Não devemos pensar que este egoísmo que predomina no mundo seja algo recente. Ele é inerente ao próprio ser humano. O homem é egoísta por natureza. Já no tempo de Paulo havia este tipo de postura, como podemos notar na seguinte denúncia feita pelo apóstolo:
“A ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuido do vosso bem-estar. Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.” FILIPENSES 2:20-21.
O espírito do mundo ainda é o mesmo. Ninguém está preocupado com o bem-estar de quem quer que seja. A menos que seja por interesse próprio. Como diz o adágio popular, é cada um por si, e Deus por todos.
Porém Deus não pode ser por uma sociedade onde cada um é por si. A bênção do Senhor só se manifesta plenamente onde há união e comunhão (ver Salmo 133).
Escrevendo ainda aos Filipenses, o apóstolo diz:
“Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma COMUNHÃO NO ESPÍRITO, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai a minha alegria, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa.” FILIPENSES 2: 1-2.
O que há em Cristo é pra ser compartilhado entre os irmãos. Se há conforto em Cristo, ele deve ser usufruído por toda a família da fé. Se há consolação de amor, ela deve ser partilhada entre nós. E isso só é possível quando temos o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, o mesmo ânimo, a mesma fé, o mesmo Espírito.
Quando vivemos esta comunhão, já não fazemos nada motivados por contenda, como quem deseja provar alguma coisa a outrem. Por isso Paulo complementa: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo” (v.3). Nossas motivações são outras, entre as quais, o bem comum. E mais: “Não atente cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (v.4). Aqui, Paulo diferiu um golpe no egoísmo predominante no mundo.
Diante de tudo o que lemos até aqui, deveríamos fazer uma avaliação sincera de nossa postura para com a Igreja de Cristo. Será que temos vivemos este tipo de comunhão? Ou será que estamos na Igreja por motivos egoístas.
Sabe por quê muita gente vem a Igreja, recebe uma bênção, e vai embora? Porque não integrou-se à comunhão dos santos. Estava na Igreja apenas visando o seu próprio bem-estar.
Quando uma pessoa não busca comungar com os irmãos, ela se torna uma pessoa vazia, oca, e fraca.
Nossa força espiritual depende muito da comunhão que desen-volvemos com Cristo, através da comunhão que temos com o Seu Corpo.
Por isso, o escritor sagrado insiste em que não deixemos de “congregar-nos, como é costume de alguns” (Hb.10:25).
O que deve nos motivar a vir à Igreja não é a busca por solução de problemas, e sim a comunhão com os nossos irmãos. Desta maneira, compreendemos que Deus nos chama a dar, a oferecer, e não apenas a receber. Devemos vir à Igreja com o intuito de oferecer o que temos recebido de Deus. Se assim o fizermos, Deus sempre terá prazer em nos dar mais e mais.
Se não tivermos uma vida emocional bem alicerçada na Palavra, nossos relacionamentos serão afetados, impossibilitando-nos de cultivar amizades dura-douras e uma vida espiritual plena.
Há uma palavra chave na Bíblia para compreendermos melhor tudo isso. Trata-se do termo COMUNHÃO ( Koinonia ).
O que é comunhão, afinal? É aquilo que une duas ou mais pessoas diferentes. Ter comunhão é o mesmo que ter algo em comum. Apesar das diferenças que temos, somos chamados à comunhão. E o que temos em comum? A fé em Cristo Jesus. E Paulo vai ainda mais longe, abrindo-nos o leque daquilo que é o fundamento da nossa comunhão. Ele diz que devemos procurar “guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz”. E isto, porque “há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef.4:3-6).
Não importa a criação que tenhamos recebido de nossos progenitores, ou o nível cultural que temos ou ainda a classe social a que pertencemos. O que nos une é infinitamente mais forte do que o que nos difere. Isso é comunhão.
· COMUNHÃO VERTICAL E HORIZONTAL
Existem dois tipos de comunhão apresentadas na Bíblia: a Comunhão Vertical e a Comunhão Horizontal, simbolizadas na Cruz de Cristo. A primeira é aquela que devemos ter com Deus, através de Seu Filho Jesus. A segunda é a que devemos ter com os nossos irmãos na fé. Na verdade, uma depende da outra.
Paulo afirma que Deus nos chamou “para a comunhão de Seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (1 Co.1:9). Isso é comunhão vertical. No versículo seguinte ele diz: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões, para que sejais unidos no mesmo sentido e no mesmo parecer” (v.10). Veja que para Paulo, nossa comunhão com Deus estaria estreitamente ligada à nossa comunhão com os outros. Para ele, nossa comunhão com os irmãos não era apenas uma questão de fé. Por terem a mesma fé, deveriam também ter a mesma disposição mental, o mesmo parecer, caminhando na mesma direção.
João também faz um paralelo importante entre a comunhão com Deus, e a comunhão com os irmãos. Ele escreve:
“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo (...) Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, TEMOS COMUNHÃO UNS COM OS OUTROS, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” 1 JOÃO 1:3, 6-7.
Para que a nossa comunhão seja autêntica, devemos nos dispor a partilhar o que temos recebido de Deus. Tudo o que Deus nos dá, é visando o bem comum de toda a família da fé. Se falharmos em comunicar (compartilhar) aquilo que Deus nos confiou, estaremos dando as costas ao Corpo de Cristo, e negando-lhe o suprimento necessário.
Imagine se os olhos se negassem a enxergar, o que seria de todo o corpo? E se a boca se negasse a abrir para ingerir o alimento, o que seria do resto do organismo? Assim como há uma interde-pendência entre os mais diversos membros e órgãos do corpo humano, há também uma interde-pendência entre os membros do Corpo de Cristo. Ninguém poderá receber a energia que provém de Cristo para viver, se não estiver devidamente ligado ao Seu Corpo, que é a Igreja. Qualquer um que se afaste da Igreja, está fora da comunhão, e por isso, a vida de Cristo já não pode fluir através dele. É como um membro amputado, cujo fim é apodrecer-se.
Há uma iteração entre os membros do corpo. Cada um con-tribui para o bem estar do resto do corpo, desempenhando o seu papel. Cada um dá, e ao mesmo tempo, recebe. Isso é comunhão! Numa bela exposição deste assunto, Paulo diz que Deus nos colocou no Corpo de Cristo, e que cada membro deve ser honrado, “para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (1 Co.12:25-26). Desta maneira, servimos e honramos uns aos outros em amor.
Quando vivemos esta comu-nhão, o sangue de Jesus flui em nós, purificando-nos de todo o pecado. Somos participantes de Sua natureza, de Sua vida, de Sua energia vital. Mas se nos separamos do Corpo, perdemos tudo isso, e aos poucos, morremos.
A Igreja primitiva entendia isso perfeitamente, e buscava viver essa unidade. Era, realmente, uma comunidade cristã. Em Atos encontramos um testemunho disso. Ali lemos que “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum”(At.2:44).
E mais:
“Era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.” ATOS 4:32.
Não era à toa que Paula chamava a Igreja de FAMÍLIA DA FÉ. Não era algo forçado, mas produzido pelo Espírito Santo no coração daqueles que tinham comunhão com Cristo Jesus.
Hoje em dia, as pessoas estão totalmente voltadas para si mesmas, e não conseguem compreender o que seja a comunhão entre irmãos. Até mesmo dentro das famílias não há mais união. Isto tudo é produzido pelo espírito do mundo, que leva as pessoas a viverem só para si mesmas, sem se importarem com ninguém mais. E este tipo de postura tem produzido uma sociedade cínica, sem es-crúpulos, e sobretudo, sem amor.
Não devemos pensar que este egoísmo que predomina no mundo seja algo recente. Ele é inerente ao próprio ser humano. O homem é egoísta por natureza. Já no tempo de Paulo havia este tipo de postura, como podemos notar na seguinte denúncia feita pelo apóstolo:
“A ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuido do vosso bem-estar. Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.” FILIPENSES 2:20-21.
O espírito do mundo ainda é o mesmo. Ninguém está preocupado com o bem-estar de quem quer que seja. A menos que seja por interesse próprio. Como diz o adágio popular, é cada um por si, e Deus por todos.
Porém Deus não pode ser por uma sociedade onde cada um é por si. A bênção do Senhor só se manifesta plenamente onde há união e comunhão (ver Salmo 133).
Escrevendo ainda aos Filipenses, o apóstolo diz:
“Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma COMUNHÃO NO ESPÍRITO, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai a minha alegria, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa.” FILIPENSES 2: 1-2.
O que há em Cristo é pra ser compartilhado entre os irmãos. Se há conforto em Cristo, ele deve ser usufruído por toda a família da fé. Se há consolação de amor, ela deve ser partilhada entre nós. E isso só é possível quando temos o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, o mesmo ânimo, a mesma fé, o mesmo Espírito.
Quando vivemos esta comunhão, já não fazemos nada motivados por contenda, como quem deseja provar alguma coisa a outrem. Por isso Paulo complementa: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo” (v.3). Nossas motivações são outras, entre as quais, o bem comum. E mais: “Não atente cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (v.4). Aqui, Paulo diferiu um golpe no egoísmo predominante no mundo.
Diante de tudo o que lemos até aqui, deveríamos fazer uma avaliação sincera de nossa postura para com a Igreja de Cristo. Será que temos vivemos este tipo de comunhão? Ou será que estamos na Igreja por motivos egoístas.
Sabe por quê muita gente vem a Igreja, recebe uma bênção, e vai embora? Porque não integrou-se à comunhão dos santos. Estava na Igreja apenas visando o seu próprio bem-estar.
Quando uma pessoa não busca comungar com os irmãos, ela se torna uma pessoa vazia, oca, e fraca.
Nossa força espiritual depende muito da comunhão que desen-volvemos com Cristo, através da comunhão que temos com o Seu Corpo.
Por isso, o escritor sagrado insiste em que não deixemos de “congregar-nos, como é costume de alguns” (Hb.10:25).
O que deve nos motivar a vir à Igreja não é a busca por solução de problemas, e sim a comunhão com os nossos irmãos. Desta maneira, compreendemos que Deus nos chama a dar, a oferecer, e não apenas a receber. Devemos vir à Igreja com o intuito de oferecer o que temos recebido de Deus. Se assim o fizermos, Deus sempre terá prazer em nos dar mais e mais.
10 - O Andar do Discípulo
Aquele que está em Cristo deve viver em amor, manifestando o fruto resultante de sua comunhão com o Espírito Santo. Entretanto, ainda estamos habitando em um corpo carnal, e por isso, estamos “sujeitos às mesmas paixões”. Em nosso espírito reside o mais puro amor derramado pelo Espírito que nos foi dado, mas em nossa carne habita outros tipos de sentimentos e impulsos com os quais precisamos aprender a lidar.
É de Paulo a declaração: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm.7:18a). Se há algum bem em nós, este bem está em nosso espírito, e não em nossa carne.
De acordo com a Escritura, “o que se une ao Senhor é um só espírito com Ele” (1 Co.6:17). Portanto, nosso espírito está perfeito, completo, não havendo nada para ser feito nele. Pelo simples fato de estarmos em Cristo, estamos completos! “Recebestes a plenitude em Cristo”, afirma Paulo em outra passagem (Col. 2:10). Porém, tudo isso é realidade na esfera do espírito.
Nosso espírito tornou-se receptáculo do amor de Deus, derramado profusamente em nossos corações (Rm.5:5).
A obra que Deus tinha para fazer em nosso espírito, foi feita na Cruz, quando “com uma só oferta aperfeiçoou para sempre os que estão sempre santificados” (Hb. 10:14). Ao nos unirmos a Ele no momento em que nos convertemos, aquela obra passa a ser real em nossa vida. Portanto, nada há que possamos fazer para melhorar o que já está completo.
A despeito disto, temos que aprender a lidar com os impulsos latentes em nossa carne. Entre a carne e o Espírito há um árbitro: nossa própria alma. Se nossa alma (psiquê) aliar-se à carne, fatalmente seremos levados a atender aos seus apelos pecaminosos. Porém, se nossa alma aliar-se ao Espírito, nossa carne se renderá.
O que significa “andar em Espírito”, e “andar na carne”? Quando a Bíblia fala “no Espírito”, está falando da Natureza Divina que nos é infundida pelo Espírito Santo de Deus. Andar no Espírito eqüivale a atender aos impulsos gerados por esta Natureza Divina.
Pedro afirma que somos “participantes da Natureza Divina” (2 Pe.1:4). É a própria vida de Deus que está pulsando dentro de nós. Se atendemos aos seus impulsos, andamos de acordo com Deus, reproduzindo a vida de Jesus.
Não podemos confundir os termos. “Estar no Espírito” é uma coisa, “andar no Espírito” é outra coisa. Pode-se estar no Espírito, sem necessariamente andar n’Ele.
Nós estamos no Espírito desde o dia em que nos convertemos a Cristo. A partir daí, fomos tirados de Adão, e enxertados em Cristo. Portanto, estar em Cristo é o mesmo que estar no Espírito.
Já “andar no Espírito” são outros quinhentos. Estamos no Espírito porque recebemos a Cristo pela fé. Andamos no Espírito porque fizemos desta fé a prática da nossa vida. Vivemos em conformidade com esta fé. Paulo argumenta: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl.5:25). Estar no Espírito é uma questão de fé, enquanto que, andar no Espírito é uma questão de prática.
João nos oferece um argumento bem semelhante ao de Paulo: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 Jo. 2:60). Há muitos que, embora estejam em Cristo, insistem em andar na carne. Isso é um contra-senso. Temos que andar de forma digna da vocação com que fomos chamados (Ef.4:1). A vida de Deus que flui através de nós precisa ser manifestada em nossa conduta. Paulo dava muito valor a isto. Segundo ele, o “mais importante”, é que devemos nos portar “dignamente conforme o evangelho de Cristo” (Fp.1:27).
Se a minha fé não afetar o meu andar cotidiano, eu estarei vivendo uma espiritualidade falsa, e não o verdadeiro cristianismo.
Uma vez que Cristo vive em nós, já não nos é impossível reproduzir Sua vida em nossa caminhada diária. Por isso, Paulo nos instruiu: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor...” ( Ef.5:1-2a). Ora, andar em amor é o mesmo que andar em Espírito:
“Ninguém jamais viu a Deus; mas se amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é aperfeiçoado o seu amor. Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós: por ele nos ter dado do seu Espírito (...) E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. DEUS É AMOR. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele." 1 João 4:12-13, 16.
Nossa comunhão com Deus deve ditar a nossa conduta neste mundo. Se de fato vivemos n’Ele, recebendo d’Ele Sua Natureza, devemos agir como Ele, amando, perdoando, e interagindo com o nosso semelhante da maneira como Cristo faria.
Somente os que estão em Adão vivem na carne. Porém, quanto a andar na carne, mesmo cristãos sinceros podem fazê-lo, caso não busquem no Espírito o poder para vencê-la.
Por isso Paulo não se cansava de exortar aos seus leitores a que não dessem lugar a carne: “Os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. A inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz. A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”(Rm.8:5-9).
Quem ainda não foi removido de Adão não tem a menor chance de vencer as inclinações da carne. Pode até receber uma educação refinada, porém, quando menos se espera, a natureza adâmica se manifesta. Ademais, a carne jamais se converte. Daí a importância de andarmos constantemente no Espírito. “Andai no Espírito” insiste o apóstolo, “e não satisfareis à concupiscência da carne” (Gl.5:16).
E quem decide se vamos andar no Espírito ou na carne? A nossa alma. Se a nossa mente estiver renovada pela Palavra de Deus, ela sempre se aliará ao Espírito, e com isso, a carne com seus impulsos será sempre vencida.
Paulo diz que “a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl.5:17). Veja que neste texto há três elementos: o Espírito, a Carne, e o nosso “eu”, referindo-se aí à nossa alma, que é o centro de nossa vontade. Temos que dar ouvidos ao Espírito, e aliar-nos a Ele no combate à nossa natureza pecaminosa. É pelo Espírito que mortificamos as obras do corpo (Rm.8:13).
Enquanto a nossa mente (alma) não for renovada pela Palavra, a nossa carne predominará. Não podemos nos esquecer de que o Espírito trabalha em conjunto com a Palavra. Por mais que o Espírito nos tenha sido derramado, Sua obra em nossa vida vai ficar restrita ao conhecimento que tivermos da Sua Palavra. À medida que a alma vai absorvendo as verdades da Palavra, o Espírito vai transformando-nos à imagem de Deus, e sujeitando a nossa carne à servidão. “Portanto”, escreve Paulo, “rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...”(Rm.12:1-2a).
Uma coisa está estreitamente ligada à outra. Não podemos apresentar os nossos corpos ao serviço do Senhor, sem antes termos a nossa mente renovada. Caso isso não aconteça, estaremos nos conformando a este mundo, isto é, adotando os seus padrões de comportamento, e não nos adequando à imagem de Jesus.
É de Paulo a declaração: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm.7:18a). Se há algum bem em nós, este bem está em nosso espírito, e não em nossa carne.
De acordo com a Escritura, “o que se une ao Senhor é um só espírito com Ele” (1 Co.6:17). Portanto, nosso espírito está perfeito, completo, não havendo nada para ser feito nele. Pelo simples fato de estarmos em Cristo, estamos completos! “Recebestes a plenitude em Cristo”, afirma Paulo em outra passagem (Col. 2:10). Porém, tudo isso é realidade na esfera do espírito.
Nosso espírito tornou-se receptáculo do amor de Deus, derramado profusamente em nossos corações (Rm.5:5).
A obra que Deus tinha para fazer em nosso espírito, foi feita na Cruz, quando “com uma só oferta aperfeiçoou para sempre os que estão sempre santificados” (Hb. 10:14). Ao nos unirmos a Ele no momento em que nos convertemos, aquela obra passa a ser real em nossa vida. Portanto, nada há que possamos fazer para melhorar o que já está completo.
A despeito disto, temos que aprender a lidar com os impulsos latentes em nossa carne. Entre a carne e o Espírito há um árbitro: nossa própria alma. Se nossa alma (psiquê) aliar-se à carne, fatalmente seremos levados a atender aos seus apelos pecaminosos. Porém, se nossa alma aliar-se ao Espírito, nossa carne se renderá.
O que significa “andar em Espírito”, e “andar na carne”? Quando a Bíblia fala “no Espírito”, está falando da Natureza Divina que nos é infundida pelo Espírito Santo de Deus. Andar no Espírito eqüivale a atender aos impulsos gerados por esta Natureza Divina.
Pedro afirma que somos “participantes da Natureza Divina” (2 Pe.1:4). É a própria vida de Deus que está pulsando dentro de nós. Se atendemos aos seus impulsos, andamos de acordo com Deus, reproduzindo a vida de Jesus.
Não podemos confundir os termos. “Estar no Espírito” é uma coisa, “andar no Espírito” é outra coisa. Pode-se estar no Espírito, sem necessariamente andar n’Ele.
Nós estamos no Espírito desde o dia em que nos convertemos a Cristo. A partir daí, fomos tirados de Adão, e enxertados em Cristo. Portanto, estar em Cristo é o mesmo que estar no Espírito.
Já “andar no Espírito” são outros quinhentos. Estamos no Espírito porque recebemos a Cristo pela fé. Andamos no Espírito porque fizemos desta fé a prática da nossa vida. Vivemos em conformidade com esta fé. Paulo argumenta: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl.5:25). Estar no Espírito é uma questão de fé, enquanto que, andar no Espírito é uma questão de prática.
João nos oferece um argumento bem semelhante ao de Paulo: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 Jo. 2:60). Há muitos que, embora estejam em Cristo, insistem em andar na carne. Isso é um contra-senso. Temos que andar de forma digna da vocação com que fomos chamados (Ef.4:1). A vida de Deus que flui através de nós precisa ser manifestada em nossa conduta. Paulo dava muito valor a isto. Segundo ele, o “mais importante”, é que devemos nos portar “dignamente conforme o evangelho de Cristo” (Fp.1:27).
Se a minha fé não afetar o meu andar cotidiano, eu estarei vivendo uma espiritualidade falsa, e não o verdadeiro cristianismo.
Uma vez que Cristo vive em nós, já não nos é impossível reproduzir Sua vida em nossa caminhada diária. Por isso, Paulo nos instruiu: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor...” ( Ef.5:1-2a). Ora, andar em amor é o mesmo que andar em Espírito:
“Ninguém jamais viu a Deus; mas se amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é aperfeiçoado o seu amor. Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós: por ele nos ter dado do seu Espírito (...) E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. DEUS É AMOR. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele." 1 João 4:12-13, 16.
Nossa comunhão com Deus deve ditar a nossa conduta neste mundo. Se de fato vivemos n’Ele, recebendo d’Ele Sua Natureza, devemos agir como Ele, amando, perdoando, e interagindo com o nosso semelhante da maneira como Cristo faria.
Somente os que estão em Adão vivem na carne. Porém, quanto a andar na carne, mesmo cristãos sinceros podem fazê-lo, caso não busquem no Espírito o poder para vencê-la.
Por isso Paulo não se cansava de exortar aos seus leitores a que não dessem lugar a carne: “Os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. A inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz. A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”(Rm.8:5-9).
Quem ainda não foi removido de Adão não tem a menor chance de vencer as inclinações da carne. Pode até receber uma educação refinada, porém, quando menos se espera, a natureza adâmica se manifesta. Ademais, a carne jamais se converte. Daí a importância de andarmos constantemente no Espírito. “Andai no Espírito” insiste o apóstolo, “e não satisfareis à concupiscência da carne” (Gl.5:16).
E quem decide se vamos andar no Espírito ou na carne? A nossa alma. Se a nossa mente estiver renovada pela Palavra de Deus, ela sempre se aliará ao Espírito, e com isso, a carne com seus impulsos será sempre vencida.
Paulo diz que “a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl.5:17). Veja que neste texto há três elementos: o Espírito, a Carne, e o nosso “eu”, referindo-se aí à nossa alma, que é o centro de nossa vontade. Temos que dar ouvidos ao Espírito, e aliar-nos a Ele no combate à nossa natureza pecaminosa. É pelo Espírito que mortificamos as obras do corpo (Rm.8:13).
Enquanto a nossa mente (alma) não for renovada pela Palavra, a nossa carne predominará. Não podemos nos esquecer de que o Espírito trabalha em conjunto com a Palavra. Por mais que o Espírito nos tenha sido derramado, Sua obra em nossa vida vai ficar restrita ao conhecimento que tivermos da Sua Palavra. À medida que a alma vai absorvendo as verdades da Palavra, o Espírito vai transformando-nos à imagem de Deus, e sujeitando a nossa carne à servidão. “Portanto”, escreve Paulo, “rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...”(Rm.12:1-2a).
Uma coisa está estreitamente ligada à outra. Não podemos apresentar os nossos corpos ao serviço do Senhor, sem antes termos a nossa mente renovada. Caso isso não aconteça, estaremos nos conformando a este mundo, isto é, adotando os seus padrões de comportamento, e não nos adequando à imagem de Jesus.
9 - As Marcas do Genuíno Amor - Continuação
8. O Amor Não Se Irrita - Quem ama não perde a compostura quando vê os seus direitos ameaçados. Ninguém há que possa provocar àquele que vive em amor. Esse não revida, não se irrita, antes, segue as pisadas de Cristo, que “quando foi injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava. Antes, entregava-se àquele que julga justamente” (1 Pe.2:23). Aquele que anda em amor, procura manter a calma, mesmo nos momentos de provocação, de escárnio, de zombaria.
9. O Amor Não Suspeita Mal - Há muita gente que enxerga o mal onde ele não existe. Tais pessoas se vangloriam de ter um faro aguçado para perceber quando alguém está intentando fazer-lhes mal. Vivem em busca de indicações, indícios, pistas para desmascarar quem lhe esteja tramando uma emboscada. Porém, aquele que é dotado de amor verdadeiro está sempre atento ao lado bom das pessoas, procurando realçá-lo, em vez de enxergar somente o seu lado ruim. Embora estejamos cientes de que ninguém é perfeito, devemos procurar enxergar os traços que cada pessoa conserva da imagem e semelhança de Deus. Ainda que o pecado tenha maculado a imagem de Deus nos homens, eles possuem algum traço divino que a graça divina manteve intacto. É esse traço divino que deve ser realçado quando nos relacionamos com as pessoas. Ele é como uma assi-natura deixada por Deus em uma obra Sua. Se enfatizarmos os defeitos uns dos outros, estaremos sempre esperando o pior do nosso semelhante, e isso não condiz com o amor que devemos dispensar uns aos outros. Suspeitar mal é esperar somente o pior de alguém. Mesmo quando a pessoa já tenha dado motivo para isso, devemos relevar, passando uma borracha no que passou, permitindo que na folha corrida do nosso coração nada conste contra ela.
10. Não Se Regozija Com A Injustiça, Mas Se Regozija Com A Verdade - O amor jamais se dá por satisfeito vendo alguém sendo injustiçado, ou comento alguma injustiça. Quem é movido pelo amor se sente chocado diante de um quadro de injustiça. Ver nosso semelhante passando fome, escravizado, caído, deveria fazer com que nos sentíssemos incomodados. Infelizmente, nossa sociedade perdeu o hábito de chocar-se diante das injustiças. Os jornais sensacionalistas fizeram com que a mais brutal das violências se tornasse algo banal. E o pior de tudo é que tem gente que aprecia esse tipo de coisa. Porém, os que praticam o Novo Mandamento de Deus não se acostumam com nada disso. Pelo contrário, aprecia o que Deus aprecia, e detesta o que Deus detesta. “Vós, que amais ao Senhor, detestai o mal” exorta Davi (Sl.97:10a). E Paulo diz: “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal, e apegai-vos ao bem” (Rm.12:9). Quem diz que tem o amor de Deus e não detesta o que é mal aos Seus olhos, está vivendo uma farsa religiosa, um amor fingido. “Pois eu, o Senhor, amo a justiça; odeio o roubo e a iniqüidade”(Is.61:8a). Alegrar-se diante do que é errado é contrariar o coração de Deus. Nosso coração precisa bater no compasso do coração de Cristo. O que Ele ama, deve ser o que nós amamos. O que Ele abomina, deve ser o que nós abominamos. Quando experimentamos isso, a promessa de Deus para Cristo é estendida a nós também. Eis a promessa: “Amaste a justiça, e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” (Hb.1:9). E como devemos agir para com aqueles que praticam coisas abomináveis a Deus? Devemos amá-los, porém, reprovando e detestando o seu pecado. Muitos cristãos se sentem bem por não praticarem alguns pecados. Entretanto, o simples fato de apreciarem tais práticas (ainda que não as pratiquem), os faz cúmplices daqueles que as cometem. Paulo nos aconselha a não sermos cúmplices das obras infrutuosas das trevas, antes porém, devemos condená-las (Ef. 5:11). Deveríamos sentir nojo de tudo aquilo que desagrada ao nosso Pai Eterno. Ao mesmo tempo, deveríamos desejar e amar a tudo quanto trás alegria ao coração de Deus.
11. O Amor Tudo Sofre - A palavra traduzida neste texto por “sofre” deriva de um termo grego que significa “telhado”. Pra que serve o telhado? Para cobrir, proteger, suportar a tempestade, promovendo o bem-estar de quem se acolhe no interior da casa. É nesse sentido que o amor se dispõe a sofrer todas as coisas. Não se trata aqui de sofrer por sofrer. O amor não é masoquista! Trata-se sim da disposição de quem ama em, se necessário, dar sua própria vida pela pessoa amada. O importante é oferecer cobertura à pessoa amada, a fim de poupar-lhe do sofrimento. Preferimos ser atingidos a ver nosso semelhante atingido. Isso nada mais é do que amor.
12. O Amor Tudo Crê - Ao invés de nutrir qualquer desconfiança acerca do seu semelhante, quem ama prefere arriscar, e confiar, ainda que as evidências sejam desfavoráveis. As pessoas que nos cercam têm defeitos, assim como nós. Porém, para que suas qualidades sejam manifestadas, elas precisam de encorajamento, através de alguém que ouse crer em seu potencial. Nada é mais estimulante do que saber que há alguém torcendo por nós, e crendo no nosso êxito. É sobre isso que o escritor de Hebreus fala aos seus leitores: “Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb.10:24).
13. O Amor Tudo Espera - E quando a pessoa em quem acreditamos não corresponde às nossas expectativas, e nos decepciona? A resposta é: O amor tudo espera. A certeza acerca da obra que Deus está por concluir na vida de alguém, é que nos mantém esperançosos. Paulo escreve aos Filipenses: “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus” (1:6). Portanto, vale a pena esperar. A Bíblia diz que há um tempo para todo o propósito debaixo dos céus. Não precisamos ficar afobados, ansiosos e inquietos. Se toda a expectativa que investimos em quem amamos não for correspondida agora, não devemos simplesmente desistir de amá-lo, mas continuar esperando que o propósito de Deus se cumpra em sua vida.
14. O Amor Tudo Suporta - O amor nunca cede lugar a qualquer outro sentimento. Ele resiste até o fim, suportando as afrontas, os deslizes, as falhas humanas. Ele tolera as perseguições, e até o martírio, se necessário. Como diz o sábio Salomão: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo” (Cant.8:7).
15. O Amor Jamais Acaba - É realmente uma fonte inesgotável. Todas as coisas chegam ao fim um dia, porém, o amor existirá enquanto Deus existir. Ele é co-eterno com Deus. Afinal, “Deus é amor”. Até as manifestações dos dons espirituais hão de cessar um dia. “Havendo profecias, cessarão; havendo línguas, desaparecerão; havendo ciência, passará”. Tudo é transitório, com exceção do amor. “Agora” conclui o apóstolo, “permanecem estes três: a fé, a esperança e o amor, mais o maior destes é o amor” (1 Co.13:13). Esse é o caminho mais excelente que Paulo se propusera a mostrar-nos. Nada supera o amor; nem mesmo a fé, ou qualquer outro dom. Quando tudo houver chegado ao fim, o amor prevalecerá.
9. O Amor Não Suspeita Mal - Há muita gente que enxerga o mal onde ele não existe. Tais pessoas se vangloriam de ter um faro aguçado para perceber quando alguém está intentando fazer-lhes mal. Vivem em busca de indicações, indícios, pistas para desmascarar quem lhe esteja tramando uma emboscada. Porém, aquele que é dotado de amor verdadeiro está sempre atento ao lado bom das pessoas, procurando realçá-lo, em vez de enxergar somente o seu lado ruim. Embora estejamos cientes de que ninguém é perfeito, devemos procurar enxergar os traços que cada pessoa conserva da imagem e semelhança de Deus. Ainda que o pecado tenha maculado a imagem de Deus nos homens, eles possuem algum traço divino que a graça divina manteve intacto. É esse traço divino que deve ser realçado quando nos relacionamos com as pessoas. Ele é como uma assi-natura deixada por Deus em uma obra Sua. Se enfatizarmos os defeitos uns dos outros, estaremos sempre esperando o pior do nosso semelhante, e isso não condiz com o amor que devemos dispensar uns aos outros. Suspeitar mal é esperar somente o pior de alguém. Mesmo quando a pessoa já tenha dado motivo para isso, devemos relevar, passando uma borracha no que passou, permitindo que na folha corrida do nosso coração nada conste contra ela.
10. Não Se Regozija Com A Injustiça, Mas Se Regozija Com A Verdade - O amor jamais se dá por satisfeito vendo alguém sendo injustiçado, ou comento alguma injustiça. Quem é movido pelo amor se sente chocado diante de um quadro de injustiça. Ver nosso semelhante passando fome, escravizado, caído, deveria fazer com que nos sentíssemos incomodados. Infelizmente, nossa sociedade perdeu o hábito de chocar-se diante das injustiças. Os jornais sensacionalistas fizeram com que a mais brutal das violências se tornasse algo banal. E o pior de tudo é que tem gente que aprecia esse tipo de coisa. Porém, os que praticam o Novo Mandamento de Deus não se acostumam com nada disso. Pelo contrário, aprecia o que Deus aprecia, e detesta o que Deus detesta. “Vós, que amais ao Senhor, detestai o mal” exorta Davi (Sl.97:10a). E Paulo diz: “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal, e apegai-vos ao bem” (Rm.12:9). Quem diz que tem o amor de Deus e não detesta o que é mal aos Seus olhos, está vivendo uma farsa religiosa, um amor fingido. “Pois eu, o Senhor, amo a justiça; odeio o roubo e a iniqüidade”(Is.61:8a). Alegrar-se diante do que é errado é contrariar o coração de Deus. Nosso coração precisa bater no compasso do coração de Cristo. O que Ele ama, deve ser o que nós amamos. O que Ele abomina, deve ser o que nós abominamos. Quando experimentamos isso, a promessa de Deus para Cristo é estendida a nós também. Eis a promessa: “Amaste a justiça, e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” (Hb.1:9). E como devemos agir para com aqueles que praticam coisas abomináveis a Deus? Devemos amá-los, porém, reprovando e detestando o seu pecado. Muitos cristãos se sentem bem por não praticarem alguns pecados. Entretanto, o simples fato de apreciarem tais práticas (ainda que não as pratiquem), os faz cúmplices daqueles que as cometem. Paulo nos aconselha a não sermos cúmplices das obras infrutuosas das trevas, antes porém, devemos condená-las (Ef. 5:11). Deveríamos sentir nojo de tudo aquilo que desagrada ao nosso Pai Eterno. Ao mesmo tempo, deveríamos desejar e amar a tudo quanto trás alegria ao coração de Deus.
11. O Amor Tudo Sofre - A palavra traduzida neste texto por “sofre” deriva de um termo grego que significa “telhado”. Pra que serve o telhado? Para cobrir, proteger, suportar a tempestade, promovendo o bem-estar de quem se acolhe no interior da casa. É nesse sentido que o amor se dispõe a sofrer todas as coisas. Não se trata aqui de sofrer por sofrer. O amor não é masoquista! Trata-se sim da disposição de quem ama em, se necessário, dar sua própria vida pela pessoa amada. O importante é oferecer cobertura à pessoa amada, a fim de poupar-lhe do sofrimento. Preferimos ser atingidos a ver nosso semelhante atingido. Isso nada mais é do que amor.
12. O Amor Tudo Crê - Ao invés de nutrir qualquer desconfiança acerca do seu semelhante, quem ama prefere arriscar, e confiar, ainda que as evidências sejam desfavoráveis. As pessoas que nos cercam têm defeitos, assim como nós. Porém, para que suas qualidades sejam manifestadas, elas precisam de encorajamento, através de alguém que ouse crer em seu potencial. Nada é mais estimulante do que saber que há alguém torcendo por nós, e crendo no nosso êxito. É sobre isso que o escritor de Hebreus fala aos seus leitores: “Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb.10:24).
13. O Amor Tudo Espera - E quando a pessoa em quem acreditamos não corresponde às nossas expectativas, e nos decepciona? A resposta é: O amor tudo espera. A certeza acerca da obra que Deus está por concluir na vida de alguém, é que nos mantém esperançosos. Paulo escreve aos Filipenses: “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus” (1:6). Portanto, vale a pena esperar. A Bíblia diz que há um tempo para todo o propósito debaixo dos céus. Não precisamos ficar afobados, ansiosos e inquietos. Se toda a expectativa que investimos em quem amamos não for correspondida agora, não devemos simplesmente desistir de amá-lo, mas continuar esperando que o propósito de Deus se cumpra em sua vida.
14. O Amor Tudo Suporta - O amor nunca cede lugar a qualquer outro sentimento. Ele resiste até o fim, suportando as afrontas, os deslizes, as falhas humanas. Ele tolera as perseguições, e até o martírio, se necessário. Como diz o sábio Salomão: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo” (Cant.8:7).
15. O Amor Jamais Acaba - É realmente uma fonte inesgotável. Todas as coisas chegam ao fim um dia, porém, o amor existirá enquanto Deus existir. Ele é co-eterno com Deus. Afinal, “Deus é amor”. Até as manifestações dos dons espirituais hão de cessar um dia. “Havendo profecias, cessarão; havendo línguas, desaparecerão; havendo ciência, passará”. Tudo é transitório, com exceção do amor. “Agora” conclui o apóstolo, “permanecem estes três: a fé, a esperança e o amor, mais o maior destes é o amor” (1 Co.13:13). Esse é o caminho mais excelente que Paulo se propusera a mostrar-nos. Nada supera o amor; nem mesmo a fé, ou qualquer outro dom. Quando tudo houver chegado ao fim, o amor prevalecerá.
8 - As Marcas do Genuíno Amor
Como é difícil definir o amor! É tão difícil quanto definir Deus, e isso, porque Deus é Amor. A melhor maneira de entendê-lo seria enumerar as suas características. E é isso que Paulo faz em 1 Coríntios 13. Ele escreve:
“O amor é paciente, é benigno. O amor não inveja, não se vangloria, não se ensoberbece. Não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.” I AOS CORÍNTIOS 13:4-8a
Após demonstrar o valor do amor, Paulo nos aponta algumas caracte-rísticas que vêm autenticar o amor verdadeiro. Neste estudo, nós vamos examiná-las uma a uma.
1. O Amor é Paciente - A palavra usada aqui pode significar “constância”, “tolerância” ou “longanimidade”. Quando dizemos que o amor é constante, estamos descrevendo-o como um sentimento que não está propenso a altos e baixos. Ele é tolerante porque se dispõe a suportar muitos deslizes da pessoa amada. Ele é longânimo tendo em vista o fato de ele ser lento em irar-se. O amor sabe esperar; sabe refrear a ira na hora em que ela está prestes a despontar.
2. O Amor é Benigno - O vocábulo grego usado aqui significa “gentil”, e aponta para o fato de que o amor está sempre disposto a ser demonstrado. O amor não apenas aproveita as oportunidades para fazer o bem, como também as busca. Quem ama não teme demonstrar o que sente. Podemos afirmar que a bondade é a evidência da presença do amor no coração do cristão. Enquanto ser paciente denota uma atitude passiva, ser benigno denota uma atitude ativa. Enquanto esperamos pacientemente, nos dispomos a agir em favor daquele a quem amamos.
3. O Amor não tem inveja - Uma vez que o amor nos faz favoráveis ao próximo, jamais poderíamos nos sentir incomodados com o sucesso e a felicidade alheias. Pelo contrário, ver um irmão em uma situação melhor do que a nossa, deverá suscitar em nós um sentimento de gratidão a Deus. Uma pessoa despeitada não está vivendo em amor. Não devemos invejar cargos, posições, bens materiais, dons espirituais ou qualquer outra coisa. A inveja faz mais mal ao invejoso do que ao invejado. Não cremos que a inveja em si possa prejudicar quem quer que seja, pois não possui poder algum. O problema da inveja são as atitudes que ela pode produzir por parte de quem a nutre.
4. O Amor não se vangloria - Quem ama não se deixa levar pela vanglória, por um motivo muito simples: reconhece que não possui nada que não tenha recebido de outrem. Vangloriar-se é se auto-exaltar, achando que possui algum bem cuja origem é seu próprio ser. Vangloriar-se é achar-se diferente dos demais, gozando de privilégios a que nenhum outro tem direito. Alguns se vangloriam no que têm, e outros no que fazem. Paulo escreve aos Coríntios: “Pois quem tem faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras re-cebido?” (1 Co.4:7). Quem ama não se vangloria nem do amor que possui, pois sabe que a origem desse amor é Deus, e não o seu próprio ser. Ao invés de vangloriar-se, quem vive em amor gloria-se no Senhor. Isto é, reconhece-O como a fonte de todo o bem. No dizer de Paulo, “aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Co.1:31).
5. O Amor não se ensoberbece - No original, ensoberbecer-se significa literalmente “inchar-se”, e tem a conotação de atribuir grande importância a si mesmo. Ao invés disse, as Escrituras nos instruem a considerarmos os outros superiores a nós mesmos (Fp.2:3). Quem está cheio de amor próprio, só se preocupa em se auto-afirmar, em provar o seu valor aos outros. Toda pessoa soberba vive fazendo propaganda de si mesmo. Paulo, ainda que fosse o maior dos apóstolos, não se ufanava disso. Ele mesmo escreveu aos Coríntios: “...que ninguém pense de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve” (2 Co.12:6). Quem ama está preocupado em valorizar o próximo, e não a si mesmo.
6. O Amor não se porta inconvenientemente - Em outras palavras, o amor preza pelas boas maneiras. Cada atitude a ser tomada, deve ser pautada pelo bom senso. Jamais se deve agir de maneira arrogante, ferindo ou incomodando a outros. Aquele que não vive em amor, não se importa com o incômodo que suas ações poderão produzir ao próximo. Quando se vive em amor, preocupa-se com o decoro, com a decência, com os bons modos. Ainda que tenhamos que sacrificar a nossa liberdade, não podemos visar o nosso próprio bem-estar. É isso que dita a nossa conduta. Escrevendo aos Romanos, Paulo diz: “Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come, e o que come não julgue o que come, pois Deus o recebeu por seu (...) quem come, para o Senhor come, pois dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Pois nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor (...) Portanto, não nos julguemos mais uns aos outros. Antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão (...) Se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu (...) Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Não destruas por causa da comida a obra de Deus (...) Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça (...) Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Pois também Cristo não agradou a si mesmo...” (Rm.14:2-3,6-8,13,15,19-20a,21; 15:1-3a).
7. O Amor não busca seus próprios interesses - Numa outra tradução, o amor não insiste sobre os seus próprios direitos. Os que vivem em amor não buscam tirar vantagem em cima dos outros. “Que lucro essa pessoa pode me dar? Como posso usá-la para meus próprios benefícios?” Perguntas como estas surgem na mente de quem não sabe o que é o amor. Quem vive o amor de Deus pergunta a si mesmo: “Como posso beneficiar o meu irmão?” Ainda que isso signifique sofrer algum prejuízo. Um exemplo disso, encontramos na epístola de Paulo a Filemon. Este era um homem proeminente na sociedade, e havia se convertido à fé cristã. Quando Paulo estava preso, conheceu na prisão um homem chamado Onésimo, que havia sido escravo de Filemon, mas tinha fugido, dando prejuízo ao seu senhor. Paulo o evangelizou, e o conduziu a Cristo. Logo após, Onésimo foi solto. Paulo, então, escrevendo ao a Filemon, pede que este o receba como se estivesse recebendo o próprio apóstolo, “não já como escravo, antes mais do que escravo, como irmão amado (...) Portanto” roga Paulo, “se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, lança-a na minha conta. Eu, Paulo, escrevo de meu próprio punho, o pagarei” (Fm.16-19a). Assim age quem ama. Ainda que se tenha de sacrificar em favor de seu semelhante.
“O amor é paciente, é benigno. O amor não inveja, não se vangloria, não se ensoberbece. Não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.” I AOS CORÍNTIOS 13:4-8a
Após demonstrar o valor do amor, Paulo nos aponta algumas caracte-rísticas que vêm autenticar o amor verdadeiro. Neste estudo, nós vamos examiná-las uma a uma.
1. O Amor é Paciente - A palavra usada aqui pode significar “constância”, “tolerância” ou “longanimidade”. Quando dizemos que o amor é constante, estamos descrevendo-o como um sentimento que não está propenso a altos e baixos. Ele é tolerante porque se dispõe a suportar muitos deslizes da pessoa amada. Ele é longânimo tendo em vista o fato de ele ser lento em irar-se. O amor sabe esperar; sabe refrear a ira na hora em que ela está prestes a despontar.
2. O Amor é Benigno - O vocábulo grego usado aqui significa “gentil”, e aponta para o fato de que o amor está sempre disposto a ser demonstrado. O amor não apenas aproveita as oportunidades para fazer o bem, como também as busca. Quem ama não teme demonstrar o que sente. Podemos afirmar que a bondade é a evidência da presença do amor no coração do cristão. Enquanto ser paciente denota uma atitude passiva, ser benigno denota uma atitude ativa. Enquanto esperamos pacientemente, nos dispomos a agir em favor daquele a quem amamos.
3. O Amor não tem inveja - Uma vez que o amor nos faz favoráveis ao próximo, jamais poderíamos nos sentir incomodados com o sucesso e a felicidade alheias. Pelo contrário, ver um irmão em uma situação melhor do que a nossa, deverá suscitar em nós um sentimento de gratidão a Deus. Uma pessoa despeitada não está vivendo em amor. Não devemos invejar cargos, posições, bens materiais, dons espirituais ou qualquer outra coisa. A inveja faz mais mal ao invejoso do que ao invejado. Não cremos que a inveja em si possa prejudicar quem quer que seja, pois não possui poder algum. O problema da inveja são as atitudes que ela pode produzir por parte de quem a nutre.
4. O Amor não se vangloria - Quem ama não se deixa levar pela vanglória, por um motivo muito simples: reconhece que não possui nada que não tenha recebido de outrem. Vangloriar-se é se auto-exaltar, achando que possui algum bem cuja origem é seu próprio ser. Vangloriar-se é achar-se diferente dos demais, gozando de privilégios a que nenhum outro tem direito. Alguns se vangloriam no que têm, e outros no que fazem. Paulo escreve aos Coríntios: “Pois quem tem faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras re-cebido?” (1 Co.4:7). Quem ama não se vangloria nem do amor que possui, pois sabe que a origem desse amor é Deus, e não o seu próprio ser. Ao invés de vangloriar-se, quem vive em amor gloria-se no Senhor. Isto é, reconhece-O como a fonte de todo o bem. No dizer de Paulo, “aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Co.1:31).
5. O Amor não se ensoberbece - No original, ensoberbecer-se significa literalmente “inchar-se”, e tem a conotação de atribuir grande importância a si mesmo. Ao invés disse, as Escrituras nos instruem a considerarmos os outros superiores a nós mesmos (Fp.2:3). Quem está cheio de amor próprio, só se preocupa em se auto-afirmar, em provar o seu valor aos outros. Toda pessoa soberba vive fazendo propaganda de si mesmo. Paulo, ainda que fosse o maior dos apóstolos, não se ufanava disso. Ele mesmo escreveu aos Coríntios: “...que ninguém pense de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve” (2 Co.12:6). Quem ama está preocupado em valorizar o próximo, e não a si mesmo.
6. O Amor não se porta inconvenientemente - Em outras palavras, o amor preza pelas boas maneiras. Cada atitude a ser tomada, deve ser pautada pelo bom senso. Jamais se deve agir de maneira arrogante, ferindo ou incomodando a outros. Aquele que não vive em amor, não se importa com o incômodo que suas ações poderão produzir ao próximo. Quando se vive em amor, preocupa-se com o decoro, com a decência, com os bons modos. Ainda que tenhamos que sacrificar a nossa liberdade, não podemos visar o nosso próprio bem-estar. É isso que dita a nossa conduta. Escrevendo aos Romanos, Paulo diz: “Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come, e o que come não julgue o que come, pois Deus o recebeu por seu (...) quem come, para o Senhor come, pois dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Pois nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor (...) Portanto, não nos julguemos mais uns aos outros. Antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão (...) Se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu (...) Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Não destruas por causa da comida a obra de Deus (...) Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça (...) Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Pois também Cristo não agradou a si mesmo...” (Rm.14:2-3,6-8,13,15,19-20a,21; 15:1-3a).
7. O Amor não busca seus próprios interesses - Numa outra tradução, o amor não insiste sobre os seus próprios direitos. Os que vivem em amor não buscam tirar vantagem em cima dos outros. “Que lucro essa pessoa pode me dar? Como posso usá-la para meus próprios benefícios?” Perguntas como estas surgem na mente de quem não sabe o que é o amor. Quem vive o amor de Deus pergunta a si mesmo: “Como posso beneficiar o meu irmão?” Ainda que isso signifique sofrer algum prejuízo. Um exemplo disso, encontramos na epístola de Paulo a Filemon. Este era um homem proeminente na sociedade, e havia se convertido à fé cristã. Quando Paulo estava preso, conheceu na prisão um homem chamado Onésimo, que havia sido escravo de Filemon, mas tinha fugido, dando prejuízo ao seu senhor. Paulo o evangelizou, e o conduziu a Cristo. Logo após, Onésimo foi solto. Paulo, então, escrevendo ao a Filemon, pede que este o receba como se estivesse recebendo o próprio apóstolo, “não já como escravo, antes mais do que escravo, como irmão amado (...) Portanto” roga Paulo, “se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, lança-a na minha conta. Eu, Paulo, escrevo de meu próprio punho, o pagarei” (Fm.16-19a). Assim age quem ama. Ainda que se tenha de sacrificar em favor de seu semelhante.
7 - A Prática do Amor
Não é difícil dizer que se ama alguém mais do que a própria vida. Difícil é demonstrar esse amor de forma prática.
Em sua primeira epístola, João, conhecido como apóstolo do amor, nos aconselha:
“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.”
I JOÃO 3:18.
O amor que Deus tem derramado em nosso coração, não deve ser ocultado. Este amor precisa ser expressado, e não só com palavras, mas também com atitudes. Qualquer sentimento que não nos leve à ação, pode ser chamado de tudo, menos de amor. O amor não é retórico, é prático.
Logo após ter dito que devemos dar a vida pelos irmãos, João nos oferece um exemplo do que seja isso. Ele diz: “Quem tiver bens no mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o seu coração, como estará nele o amor de Deus?” (v.17). Tiago faz semelhante comentário, ao perguntar: “Se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz; aquentai-vos e fartai-vos, mas não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?” (Tg.2:15-16).
Quem ama se dá. Quem ama se expõe. Quem ama age em favor da pessoa amada. Jesus diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que DEU o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16).
O amor que temos pelos irmãos é o eco do amor de Deus por nós. Ele nos amou a ponto de Se dar por nós; nós devemos amar a ponto de nos dar por eles.
Escrevendo aos Coríntios, Paulo dá testemunho do amor que os Macedônios demonstraram a ele, e aos seus companheiros. Ele testifica: “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus” (2 Co.8:5).
De acordo com o testemunho do apóstolo, as igrejas da Macedônia estavam em aperto, passando por uma dura tribulação. Porém isso não as impediu de demonstrar o seu amor pela causa do mestre, enviando ofertas para o ministério de Paulo e para os cristãos de Jerusalém que estavam em maior aperto que eles. Isso sim é amor! Amor que dá ao invés de reter. Amor que se expõe ao invés de escusar-se. Amor que visa o bem de outrem, ao invés de visar o seu próprio bem.
· Amor Real versus Pseudo-amor
O amor próprio às vezes se camufla tão bem, que se faz passar por amor cristão. É preciso que estejamos atentos a isso.
O amor próprio pode produzir obras tais que venham iludir-nos. Por exemplo: Paulo diz em seu famoso capítulo 13 de 1 Coríntios, que é possível manifestar “dons espirituais” sem com isso ter amor. A carne é capaz de imitar muitas manifestações espirituais. Falar em línguas, por exemplo, não é o verdadeiro sinal de que alguém tenha recebido o Espírito Santo. O sinal real que comprova a presença do Espírito Santo em alguém é o amor. Se não houver amor, as línguas não vão passar de barulho. Nada mais serão do que palavras desconexas, fluindo “como o metal que soa, ou como o sino que tine” (v.1). Profetizar, conhecer os mistérios, aprofundar-se na ciência, tudo isso é acessório. O essencial é o amor ! Profecia sem amor não cumpre o seu papel, pois só exorta, mas não edifica, não consola. Tudo que o profeta quer é ser visto, ser notado. O outro é apenas o ouvinte. O profeta sim é que o “importante” ! Ele é o portador da mensagem divina! Isso tudo é vaidade! Quando há amor, o profeta entende que ele é apenas veículo de Deus, que visa o bem do outro. Conhecer os mistérios sem amor não passa de gnosticismo. Quando somos movidos pelo amor, queremos conhecer os mistérios para compartilhá-los, e não para deleitar-nos, ou sentir-nos superiores aos demais.
E o que dizer da fé? E se tivermos toda a fé do mundo, a ponto de transportarmos os montes? Paulo diz que se não tivéssemos amor, nada sería-mos. Isso quer dizer que fé sem amor não é nada. É puro sensacionalismo ! É truque. Ou talvez, força da mente. “O que importa” diz Paulo, “é a fé que opera pelo amor” (Gl.5:6). O que passar disso é exibicionismo.
· FILANTROPIA SEM AMOR
Paulo vai mais longe ainda. Ele desmascara o amor próprio que se faz passar por amor verdadeiro. Ele diz que é possível que o indivíduo distribua toda a sua fortuna para os pobres sem ser movido pelo amor. Nós estamos cansados de ver isso na época de política. Muita gente sai por aí distribuindo comida, roupa, e até dinheiro, apenas para se promover. Isso não é amor, é marketing ! Amor é uma coisa, auto-promoção é outra totalmente diferente. Tanto é verdade que, o nome de tais indivíduos sempre vai estampado nos caminhões, nas camisetas e etc. A verdadeira filantropia é aquela que Jesus apresenta, quando diz: “Guardai-vos de praticar vossos atos de justiça diante dos homens, para serdes vistos por eles. Se o fizerdes, não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus. Portanto, quando deres esmolas, não façais tocar trombeta diante de ti, como os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas quando tu deres esmola, não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola seja dada secretamente. Então teu Pai, que vêm em secreto, te recompensará” (Mt.6:1-4).
· MÁRTIR ou HERÓI ?
Paulo também diz que é possível entregar-se para ser queimado como um mártir sem ser movido por amor. Infelizmente há pessoas que amam mais o seu nome do que a sua própria vida. Isso também é uma variação do amor próprio. Por isso, desejosos de terem seus nomes na história, são capazes de atos heróicos, como morrer por uma causa. As páginas dos livros de História estão cheia de exemplos disso. O verdadeiro mártir é aquele que morrer por amor ao seu semelhante, ou por amor à causa do Mestre, e não em função de uma posição política, ou ideológica. Uns dizem: - Morro, mas não abro mão das minhas idéias, dos meus sonhos. Isso também não passa de amor próprio. O verdadeiro mártir é aquele que morre desejando a salvação dos seus semelhantes. Até na hora da morte, seu foco está direcionado em seus semelhantes. Um exemplo clássico disso foi a morte de Estêvão. Enquanto estava sendo apedrejado, “pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu” (At.7:60). Com o coração tomado pelo amor de Deus, podemos afirmar que na hora de sua morte, houve em Estêvão o mesmo sentimento que houve em Cristo. Foi em Jesus que Estêvão inspirou-se para fazer aquela oração. Do alto da cruz, esvaindo-Se em sangue, Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc.23:34). Isso é que é amor ! Amor de verdade é aquele que perdoa. Amor real é aquele que nos faz esquecer de nosso próprio sofrimento, para preocupar-nos com o sofrimento alheio.
Em sua primeira epístola, João, conhecido como apóstolo do amor, nos aconselha:
“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.”
I JOÃO 3:18.
O amor que Deus tem derramado em nosso coração, não deve ser ocultado. Este amor precisa ser expressado, e não só com palavras, mas também com atitudes. Qualquer sentimento que não nos leve à ação, pode ser chamado de tudo, menos de amor. O amor não é retórico, é prático.
Logo após ter dito que devemos dar a vida pelos irmãos, João nos oferece um exemplo do que seja isso. Ele diz: “Quem tiver bens no mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o seu coração, como estará nele o amor de Deus?” (v.17). Tiago faz semelhante comentário, ao perguntar: “Se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz; aquentai-vos e fartai-vos, mas não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?” (Tg.2:15-16).
Quem ama se dá. Quem ama se expõe. Quem ama age em favor da pessoa amada. Jesus diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que DEU o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16).
O amor que temos pelos irmãos é o eco do amor de Deus por nós. Ele nos amou a ponto de Se dar por nós; nós devemos amar a ponto de nos dar por eles.
Escrevendo aos Coríntios, Paulo dá testemunho do amor que os Macedônios demonstraram a ele, e aos seus companheiros. Ele testifica: “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus” (2 Co.8:5).
De acordo com o testemunho do apóstolo, as igrejas da Macedônia estavam em aperto, passando por uma dura tribulação. Porém isso não as impediu de demonstrar o seu amor pela causa do mestre, enviando ofertas para o ministério de Paulo e para os cristãos de Jerusalém que estavam em maior aperto que eles. Isso sim é amor! Amor que dá ao invés de reter. Amor que se expõe ao invés de escusar-se. Amor que visa o bem de outrem, ao invés de visar o seu próprio bem.
· Amor Real versus Pseudo-amor
O amor próprio às vezes se camufla tão bem, que se faz passar por amor cristão. É preciso que estejamos atentos a isso.
O amor próprio pode produzir obras tais que venham iludir-nos. Por exemplo: Paulo diz em seu famoso capítulo 13 de 1 Coríntios, que é possível manifestar “dons espirituais” sem com isso ter amor. A carne é capaz de imitar muitas manifestações espirituais. Falar em línguas, por exemplo, não é o verdadeiro sinal de que alguém tenha recebido o Espírito Santo. O sinal real que comprova a presença do Espírito Santo em alguém é o amor. Se não houver amor, as línguas não vão passar de barulho. Nada mais serão do que palavras desconexas, fluindo “como o metal que soa, ou como o sino que tine” (v.1). Profetizar, conhecer os mistérios, aprofundar-se na ciência, tudo isso é acessório. O essencial é o amor ! Profecia sem amor não cumpre o seu papel, pois só exorta, mas não edifica, não consola. Tudo que o profeta quer é ser visto, ser notado. O outro é apenas o ouvinte. O profeta sim é que o “importante” ! Ele é o portador da mensagem divina! Isso tudo é vaidade! Quando há amor, o profeta entende que ele é apenas veículo de Deus, que visa o bem do outro. Conhecer os mistérios sem amor não passa de gnosticismo. Quando somos movidos pelo amor, queremos conhecer os mistérios para compartilhá-los, e não para deleitar-nos, ou sentir-nos superiores aos demais.
E o que dizer da fé? E se tivermos toda a fé do mundo, a ponto de transportarmos os montes? Paulo diz que se não tivéssemos amor, nada sería-mos. Isso quer dizer que fé sem amor não é nada. É puro sensacionalismo ! É truque. Ou talvez, força da mente. “O que importa” diz Paulo, “é a fé que opera pelo amor” (Gl.5:6). O que passar disso é exibicionismo.
· FILANTROPIA SEM AMOR
Paulo vai mais longe ainda. Ele desmascara o amor próprio que se faz passar por amor verdadeiro. Ele diz que é possível que o indivíduo distribua toda a sua fortuna para os pobres sem ser movido pelo amor. Nós estamos cansados de ver isso na época de política. Muita gente sai por aí distribuindo comida, roupa, e até dinheiro, apenas para se promover. Isso não é amor, é marketing ! Amor é uma coisa, auto-promoção é outra totalmente diferente. Tanto é verdade que, o nome de tais indivíduos sempre vai estampado nos caminhões, nas camisetas e etc. A verdadeira filantropia é aquela que Jesus apresenta, quando diz: “Guardai-vos de praticar vossos atos de justiça diante dos homens, para serdes vistos por eles. Se o fizerdes, não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus. Portanto, quando deres esmolas, não façais tocar trombeta diante de ti, como os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas quando tu deres esmola, não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola seja dada secretamente. Então teu Pai, que vêm em secreto, te recompensará” (Mt.6:1-4).
· MÁRTIR ou HERÓI ?
Paulo também diz que é possível entregar-se para ser queimado como um mártir sem ser movido por amor. Infelizmente há pessoas que amam mais o seu nome do que a sua própria vida. Isso também é uma variação do amor próprio. Por isso, desejosos de terem seus nomes na história, são capazes de atos heróicos, como morrer por uma causa. As páginas dos livros de História estão cheia de exemplos disso. O verdadeiro mártir é aquele que morrer por amor ao seu semelhante, ou por amor à causa do Mestre, e não em função de uma posição política, ou ideológica. Uns dizem: - Morro, mas não abro mão das minhas idéias, dos meus sonhos. Isso também não passa de amor próprio. O verdadeiro mártir é aquele que morre desejando a salvação dos seus semelhantes. Até na hora da morte, seu foco está direcionado em seus semelhantes. Um exemplo clássico disso foi a morte de Estêvão. Enquanto estava sendo apedrejado, “pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu” (At.7:60). Com o coração tomado pelo amor de Deus, podemos afirmar que na hora de sua morte, houve em Estêvão o mesmo sentimento que houve em Cristo. Foi em Jesus que Estêvão inspirou-se para fazer aquela oração. Do alto da cruz, esvaindo-Se em sangue, Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc.23:34). Isso é que é amor ! Amor de verdade é aquele que perdoa. Amor real é aquele que nos faz esquecer de nosso próprio sofrimento, para preocupar-nos com o sofrimento alheio.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
6 - Um Novo Mandamento
Estamos entrando na parte prática de nosso discipulado. A pergunta é: Como devemos lidar com as questões práticas do nosso cotidiano? Áreas como os relacionamentos familiares, conduta profissional, submissão às autoridades constituídas, amizades e muitas outras estarão sendo tratadas nesta nova fase de nosso estudo.
Não podemos nos esquecer de que agora somos novas criaturas, cidadãos do Reino de Deus, e que não devemos mais andar como antes.
Em sua epístola aos Efésios, Paulo entra no aspecto prático da vida cristã dizendo:
“Não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade do seu pensamento, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração”.
Efésios 4:17-19.
E como andam os outros gentios? Na vaidade do seu pensamento. A vida de quem não conhece a Deus é centrada em seu próprio “eu”. Paulo diz que o “deus” deles é o seu ventre (Fp.3:19). Em outras palavras, eles estão voltados para o seu próprio umbigo. “Os tais” afirma o apóstolo, “não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre” (Rm.16:18). Por isso, sua conduta é ditada pela sua própria vaidade.
Pessoas assim se justificam do erro que cometem dizendo: - Eu me sinto bem, assim. Não quero mudar. Eu só quero é ser feliz e me sentir bem comigo mesmo.
Porém nós, ao nos convertermos a Cristo, convertemo-nos também ao nosso próximo, de forma que nossa conduta é ditada por aquilo que vai ou não agradar a Deus, ou ferir o nosso próximo. Entendemos que Cristo morreu por nós, para que não vivamos mais para nós mesmos (2 Co.5:15).
Quem realmente deseja tornar-se discípulo de Jesus, precisa experimentar a morte do seu ego. Se isso não acontecer, ele jamais vai compreender o novo mandamento de nosso Senhor Jesus Cristo.
· O NOVO MANDAMENTO
Na Antiga Aliança, o mandamento de Deus acerca do amor que deveríamos dispensar ao nosso próximo era: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv.19:18).
Para que o ser humano compreendesse o que era amor, Deus estabeleceu como parâmetro o “amor próprio”, isto é, o amor que cada pessoa tem por si mesma. Se alguém perguntasse: Como devo amar ao meu próximo? Deus responderia: Como você ama si mesmo.
Depois da Queda, o homem encheu-se de amor próprio, fruto do seu orgulho, e da quebra de sua comunhão com Deus. O homem morreu espiritualmente. Nesse estado, ele não tinha condição sequer de amar a Deus, quanto mais ao seu próximo. Então, por que Deus exigiu do homem algo que ele não poderia fazer? Para que o homem aprendesse a depender da graça e da misericórdia divinas. Através da Lei, Deus quis mostrar ao homem a sua total inabilidade em alcançar o grau de retidão exigido por Deus, para que sua comunhão com Ele fosse reatada. Entretanto, Deus prometeu que um dia isso mudaria, quando o Seu Espírito fosse derramado sobre o homem, possibilitando-o de cumprir os Seus mandamentos. Ele disse:
“O Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração dos teus descendentes, a fim de ames ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda alma, para que vivas.”
DEUTERONÔMIO 30:6.
Como até aquele momento, a maior referência de amor de que dis-punha era o amor próprio, Deus o utilizou como parâmetro, para que o homem pudesse ter uma vaga idéia do que era o amor.
Quando Jesus veio a este mundo, Ele nos revelou a vontade de Deus de forma muito clara ao estabelecer um Novo Mandamento.
Primeiro, Ele afirmou que “quem ama a sua vida, perdê-la-á, mas quem odeia a sua vida neste mundo, guardá-la-á para a vida eterna” (Jo.12:25). Esse foi o primeiro golpe diferido por Jesus no amor próprio. A partir daí, os discípulos já puderam compreender que o que Deus queria não era que eles amassem os outros como a si mesmos, pelo simples motivo de que, eles já não deveriam amar a sua própria vida. E agora? Que tipo de amor eles deveriam dispensar ao seu semelhante? Afinal, até aquele momento, eles não conheciam nenhum outro tipo de amor, senão aquele.
Após ter lavado os pés dos Seus discípulos, Jesus lhes disse:
“Novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei a vós, assim também deveis amar uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
JOÃO 13:34-35.
Antes de proferir estas palavras, Jesus deu uma pequena demonstração do que era o Seu amor. Ele não estava preocupado com o que as pessoas iriam pensar d’Ele, vendo-O ajoelhado perante os Seus subalternos, lavando os seus pés. Sua preocupação era revelar-lhes o mais profundo sentido do Amor. A partir da Nova Aliança, o amor próprio já não nos serve de parâmetro do amor que devemos dispensar aos outros. O novo parâmetro é o amor de Deus por nós. Devemos amar ao semelhante assim como Ele nos amou.
Alguém poderá relutar: - Mas se nós não temos sequer condição de amar ao próximo como a nós mesmos, quanto mais amá-lo como Deus nos amou! Realmente, não temos condição de amar como Deus nos amou. É por isso que temos que experimentar a morte do “eu”, para que, então, Cristo possa viver Sua vida através de nós, amando, perdoando e aceitando as pessoas de uma maneira como nós jamais conseguiríamos fazê-lo.
O apóstolo Paulo chegou à conclusão que era simplesmente impossível alcançar o nível de retidão e santidade exigido por Deus. Foi então que ele descobriu que só havia uma saída. Ele a expressou da seguinte maneira:
“Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” GÁLATAS 2:20.
Que descoberta tremenda! Enquanto as pessoas teimarem em tentar alcançar esse nível de amor por esforços próprios, elas se frustrarão. É importante que o homem admita a sua incapacidade, e reconheça que o seu velho “eu” não merece outra punição senão a cruz. A conclusão de Paulo é que se Cristo “morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu” (2 Co.5:14-15).
Quando reconhecemos “que o nosso velho homem foi com ele crucificado”, e passamos a nos considera como mortos para o pecado, a vida de Cristo passa a fluir através de nós (Rm.6:6,11). Desta maneira, passamos a amar como Ele amou. Já não vivemos para nós mesmos. Nosso “deus” não é mais o nosso ventre. Tudo o que fizermos, a partir daí, terá como propósito a glória de Deus, e o bem-estar de nosso semelhante.
É na morte do “eu” que experimentamos a verdadeira vida abundante. João afirma que o meio pelo qual sabemos que já passamos da morte para vida é o fato de amarmos os irmãos. “Quem não ama” adverte o apóstolo, “permanece na morte (...) Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 Jo.3:14,16).
O quê? Dar vida pelos irmãos? Será que Deus está nos convidando ao martírio? É claro que não! Dar a vida pelos irmãos é viver em função do seu próximo, e não em função do seu próprio bem-estar.
Foi assim que Cristo agiu. Ele não pensou em Si mesmo em momento algum. Antes, Ele dispôs-Se a morrer por nós; não por merecermos Seu amor, e sim, porque Ele mesmo é amor.
A Bíblia diz que deve haver em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fp.2:5). Se tivermos que morrer por alguém, não nos negaremos a fazê-lo. É este tipo de amor que nos faz vencer a contínua oposição de Satanás. Em Apocalipse 12:11 lemos que nós o vencemos por causa de três fatores:
Primeiro - Por causa do sangue do Cordeiro. Isto é, o fato de haver Cristo nos amado a ponto de dar Sua vida por nós, torna-nos mais que vencedores. Paulo disse que nós somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou (Rm.8: 37).
Segundo - Nós vencemos o diabo por causa da palavra do nosso testemunho. Quando confessamos Jesus como nosso Senhor e Salvador, esse testemunho nos faz imunes às acusações de Satanás.
Terceiro - Nós o vencemos por não amarmos a nossa vida até a morte! O fato de termos a disposição de morrermos por nosso Senhor, e pelo nosso semelhante nos coloca em vantagem contra o diabo. Enquanto ele encontrar em nós algum resquício de amor próprio, ele terá um ponto de apoio para atuar em nossa vida. O amor próprio constitui-se a base de operação para o adversário. Quando nos consideramos mortos, e vivemos em função do reino de Deus, as fortalezas usadas pelo inimigo são dinamitadas, e em seu lugar, é erigido um altar de adoração a Deus.
É bom frisar que a obediência ao Novo Mandamento de Jesus não depende de nosso esforço pessoal. É Cristo habitando em nós pelo Seu Espírito que produz em nós esse nível de amor. Paulo diz que “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm.5:5). Portanto, não se trata de um produto humano, mas divino. Antes de partir deste mundo, Jesus orou ao Pai, pedindo para que o amor com que o Pai O amou estivesse em Seus discípulos, através de Sua presença neles (Jo.17:26).
Não podemos nos esquecer de que agora somos novas criaturas, cidadãos do Reino de Deus, e que não devemos mais andar como antes.
Em sua epístola aos Efésios, Paulo entra no aspecto prático da vida cristã dizendo:
“Não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade do seu pensamento, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração”.
Efésios 4:17-19.
E como andam os outros gentios? Na vaidade do seu pensamento. A vida de quem não conhece a Deus é centrada em seu próprio “eu”. Paulo diz que o “deus” deles é o seu ventre (Fp.3:19). Em outras palavras, eles estão voltados para o seu próprio umbigo. “Os tais” afirma o apóstolo, “não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre” (Rm.16:18). Por isso, sua conduta é ditada pela sua própria vaidade.
Pessoas assim se justificam do erro que cometem dizendo: - Eu me sinto bem, assim. Não quero mudar. Eu só quero é ser feliz e me sentir bem comigo mesmo.
Porém nós, ao nos convertermos a Cristo, convertemo-nos também ao nosso próximo, de forma que nossa conduta é ditada por aquilo que vai ou não agradar a Deus, ou ferir o nosso próximo. Entendemos que Cristo morreu por nós, para que não vivamos mais para nós mesmos (2 Co.5:15).
Quem realmente deseja tornar-se discípulo de Jesus, precisa experimentar a morte do seu ego. Se isso não acontecer, ele jamais vai compreender o novo mandamento de nosso Senhor Jesus Cristo.
· O NOVO MANDAMENTO
Na Antiga Aliança, o mandamento de Deus acerca do amor que deveríamos dispensar ao nosso próximo era: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv.19:18).
Para que o ser humano compreendesse o que era amor, Deus estabeleceu como parâmetro o “amor próprio”, isto é, o amor que cada pessoa tem por si mesma. Se alguém perguntasse: Como devo amar ao meu próximo? Deus responderia: Como você ama si mesmo.
Depois da Queda, o homem encheu-se de amor próprio, fruto do seu orgulho, e da quebra de sua comunhão com Deus. O homem morreu espiritualmente. Nesse estado, ele não tinha condição sequer de amar a Deus, quanto mais ao seu próximo. Então, por que Deus exigiu do homem algo que ele não poderia fazer? Para que o homem aprendesse a depender da graça e da misericórdia divinas. Através da Lei, Deus quis mostrar ao homem a sua total inabilidade em alcançar o grau de retidão exigido por Deus, para que sua comunhão com Ele fosse reatada. Entretanto, Deus prometeu que um dia isso mudaria, quando o Seu Espírito fosse derramado sobre o homem, possibilitando-o de cumprir os Seus mandamentos. Ele disse:
“O Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração dos teus descendentes, a fim de ames ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda alma, para que vivas.”
DEUTERONÔMIO 30:6.
Como até aquele momento, a maior referência de amor de que dis-punha era o amor próprio, Deus o utilizou como parâmetro, para que o homem pudesse ter uma vaga idéia do que era o amor.
Quando Jesus veio a este mundo, Ele nos revelou a vontade de Deus de forma muito clara ao estabelecer um Novo Mandamento.
Primeiro, Ele afirmou que “quem ama a sua vida, perdê-la-á, mas quem odeia a sua vida neste mundo, guardá-la-á para a vida eterna” (Jo.12:25). Esse foi o primeiro golpe diferido por Jesus no amor próprio. A partir daí, os discípulos já puderam compreender que o que Deus queria não era que eles amassem os outros como a si mesmos, pelo simples motivo de que, eles já não deveriam amar a sua própria vida. E agora? Que tipo de amor eles deveriam dispensar ao seu semelhante? Afinal, até aquele momento, eles não conheciam nenhum outro tipo de amor, senão aquele.
Após ter lavado os pés dos Seus discípulos, Jesus lhes disse:
“Novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei a vós, assim também deveis amar uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
JOÃO 13:34-35.
Antes de proferir estas palavras, Jesus deu uma pequena demonstração do que era o Seu amor. Ele não estava preocupado com o que as pessoas iriam pensar d’Ele, vendo-O ajoelhado perante os Seus subalternos, lavando os seus pés. Sua preocupação era revelar-lhes o mais profundo sentido do Amor. A partir da Nova Aliança, o amor próprio já não nos serve de parâmetro do amor que devemos dispensar aos outros. O novo parâmetro é o amor de Deus por nós. Devemos amar ao semelhante assim como Ele nos amou.
Alguém poderá relutar: - Mas se nós não temos sequer condição de amar ao próximo como a nós mesmos, quanto mais amá-lo como Deus nos amou! Realmente, não temos condição de amar como Deus nos amou. É por isso que temos que experimentar a morte do “eu”, para que, então, Cristo possa viver Sua vida através de nós, amando, perdoando e aceitando as pessoas de uma maneira como nós jamais conseguiríamos fazê-lo.
O apóstolo Paulo chegou à conclusão que era simplesmente impossível alcançar o nível de retidão e santidade exigido por Deus. Foi então que ele descobriu que só havia uma saída. Ele a expressou da seguinte maneira:
“Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” GÁLATAS 2:20.
Que descoberta tremenda! Enquanto as pessoas teimarem em tentar alcançar esse nível de amor por esforços próprios, elas se frustrarão. É importante que o homem admita a sua incapacidade, e reconheça que o seu velho “eu” não merece outra punição senão a cruz. A conclusão de Paulo é que se Cristo “morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu” (2 Co.5:14-15).
Quando reconhecemos “que o nosso velho homem foi com ele crucificado”, e passamos a nos considera como mortos para o pecado, a vida de Cristo passa a fluir através de nós (Rm.6:6,11). Desta maneira, passamos a amar como Ele amou. Já não vivemos para nós mesmos. Nosso “deus” não é mais o nosso ventre. Tudo o que fizermos, a partir daí, terá como propósito a glória de Deus, e o bem-estar de nosso semelhante.
É na morte do “eu” que experimentamos a verdadeira vida abundante. João afirma que o meio pelo qual sabemos que já passamos da morte para vida é o fato de amarmos os irmãos. “Quem não ama” adverte o apóstolo, “permanece na morte (...) Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 Jo.3:14,16).
O quê? Dar vida pelos irmãos? Será que Deus está nos convidando ao martírio? É claro que não! Dar a vida pelos irmãos é viver em função do seu próximo, e não em função do seu próprio bem-estar.
Foi assim que Cristo agiu. Ele não pensou em Si mesmo em momento algum. Antes, Ele dispôs-Se a morrer por nós; não por merecermos Seu amor, e sim, porque Ele mesmo é amor.
A Bíblia diz que deve haver em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fp.2:5). Se tivermos que morrer por alguém, não nos negaremos a fazê-lo. É este tipo de amor que nos faz vencer a contínua oposição de Satanás. Em Apocalipse 12:11 lemos que nós o vencemos por causa de três fatores:
Primeiro - Por causa do sangue do Cordeiro. Isto é, o fato de haver Cristo nos amado a ponto de dar Sua vida por nós, torna-nos mais que vencedores. Paulo disse que nós somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou (Rm.8: 37).
Segundo - Nós vencemos o diabo por causa da palavra do nosso testemunho. Quando confessamos Jesus como nosso Senhor e Salvador, esse testemunho nos faz imunes às acusações de Satanás.
Terceiro - Nós o vencemos por não amarmos a nossa vida até a morte! O fato de termos a disposição de morrermos por nosso Senhor, e pelo nosso semelhante nos coloca em vantagem contra o diabo. Enquanto ele encontrar em nós algum resquício de amor próprio, ele terá um ponto de apoio para atuar em nossa vida. O amor próprio constitui-se a base de operação para o adversário. Quando nos consideramos mortos, e vivemos em função do reino de Deus, as fortalezas usadas pelo inimigo são dinamitadas, e em seu lugar, é erigido um altar de adoração a Deus.
É bom frisar que a obediência ao Novo Mandamento de Jesus não depende de nosso esforço pessoal. É Cristo habitando em nós pelo Seu Espírito que produz em nós esse nível de amor. Paulo diz que “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm.5:5). Portanto, não se trata de um produto humano, mas divino. Antes de partir deste mundo, Jesus orou ao Pai, pedindo para que o amor com que o Pai O amou estivesse em Seus discípulos, através de Sua presença neles (Jo.17:26).
5 - A Recompensa do Discípulo
Não podemos nos esquecer de que há uma recompensa reservada para aqueles que O seguirem. Um dia, Pedro resolveu desabafar-se com Jesus, dizendo:
“Nós tudo deixamos, e te seguimos. Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, JÁ NO PRESENTE, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida eterna.”
MARCOS 10:28-30.
Esta é uma promessa ainda válida para os dias de hoje! Embora o preço pago por um discípulo seja alto, a recompensa é ainda maior. Portanto, vale a pena seguir a Jesus.
O fato é que aquele que segue a Jesus, tem sua vida assumida por Ele.
Ao enviar, de uma só vez, setenta discípulos ao campo missionário, Jesus lhes orientou a não levarem bolsa, bagagem, dinheiro ou qualquer outra provisão. A princípio, os discípulos podem não ter compreendido aquela instrução. Porém, mais tarde, Jesus lhes perguntou:
“Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou sandálias, faltou-vos alguma coisa? Responderam eles: NADA.”
LUCAS 22:35.
Que lição Jesus queria dar aos Seus discípulos, afinal? Ele queria demonstrar-lhes que Deus os havia assumido, a fim de poupar-lhes de toda e qualquer preocupação com sua subsistência.
Quando Deus exige que coloquemos n’Ele todo o nosso coração, é para que não sejamos consumidos pela ansiedade. Assim como não deixou faltar absolutamente nada àqueles setenta, Ele jamais vai permitir que falte qualquer coisa àqueles que, obstinadamente, deixaram tudo para segui-lO. A promessa é que receberemos cem vezes mais daquilo que deixamos para nos tornarmos discípulos de Jesus.
· BÊNÇÃO PARA OS OUTROS
Não somos chamados apenas para sermos abençoados, mas para sermos bênçãos para aqueles que nos cercam.Tornamo-nos herdeiros da bênção de Abraão, o primeiro a deixar tudo para trás para seguir a orientação de Deus. Nesse sentido, podemos dizer que Abraão foi o primeiro discípulo, mesmo tendo vivido milhares de anos antes do nascimento do Filho de Deus.
Quando Deus o chamou, Ele ordenou que Abraão deixasse a sua terra, sua parentela e seus pais. Este foi o preço que Abraão teve que pagar. Porém, Deus prometeu que ele haveria de ser uma bênção. O Senhor Deus lhe disse:
“Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.”
Gênesis 12:3a
Todo crente em Jesus é um abençoado, mas somente os discípulos são uma bênção.
Esta é a bênção de Abraão, da qual todo discípulo de Cristo é herdeiro. Paulo diz que Cristo nos resgatou para que a bênção de Abraão pudesse chegar a nós (Gl.3:14).
Todo cristão é um abençoado, porém, somente os verdadeiros discípulos podem dizer que são uma bênção. E o que é ser uma bênção? É ser um veículo para abençoar a outros.
Qualquer pessoa que nos abençoar, será abençoada. Isto quer dizer que, qualquer que nos beneficiar, será beneficiado. Foi o próprio Jesus quem disse que “quem der a beber ainda que seja um copo d’água fria a um destes pequeninos, POR SER MEU DISCÍPULO, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão” (Mt. 10:42).
E quanto aos que nos perseguem? Serão eles amaldiçoados?
Embora isso fizesse parte da promessa de Deus a Abraão, não podemos nos esquecer de que vivemos numa Nova Aliança, onde o interesse de Deus é abençoar, e não amaldiçoar. Até porque, muitos dos que nos perseguem hoje, poderão se converter amanhã, tornando-se também uma bênção. Que o diga Paulo!
Pedro nos aconselha, dizendo:
“Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria. Pelo contrário, abençoai, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênçãos por herança.”
I Pedro 3:9.
Por isso, não podemos sair por aí amaldiçoando a quem quer seja. Paulo que havia sido um perseguidor da Igreja antes de se converter, nos admoesta:
“Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis.”
Romanos 12:14.
Devemos encarar isso como um mandamento de Deus para nós. Veja ainda o que diz Tiago, irmão carnal do Senhor Jesus:
“Com ela ( a língua ) bendizemos ao Senhor e Pai, e também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja assim.”
TIAGO 3:9-10.
Portanto, fica claro que devemos buscar beneficiar a todos os homens, até mesmo àqueles que procuram prejudicar-nos. Deixemos que Deus julgue a nossa causa, e dê aos nossos inimigos o que Ele achar justo. “Se for possível” diz Paulo, “quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber (...) Não te deixes vencer do mal, mas VENCE O MAL COM O BEM” (Rm.12:18-21).
· A PRINCIPAL RECOMPENSA
A principal recompensa que o discípulo recebe é ter a certeza da presença de Cristo. O discípulo compreende que, mediante a comunhão do Espírito e da Palavra, ele está em Cristo, e Cristo está nele. É por estar em Cristo, que, onde quer que Cristo esteja, lá está o Seu discípulo. Jesus expressou a Sua vontade quanto a isso, quando disse em oração:
“Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade (...) Pai, quero que onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória, a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo.”
JOÃO 17:23a, 24.
Esta unidade perfeita já é real para nós, pois, de acordo com Paulo, estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus, tendo-nos tornado um só espírito com Ele (Ef.2:6 e 1 Co.6:17).
João teve uma visão gloriosa acerca disso. Segundo o relato encontrado em Apocalipse 14:1,4b-5, João viu “o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai (...) Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o Cordeiro. Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis.”
É claro que o número 144.000 é figurativo, e simboliza a totalidade daqueles em cujas vidas cumpriu-se o eterno propósito de Deus. Veja que João diz que eles são irrepreensíveis. São de fato, discípulos do Senhor Jesus. Portanto, onde quer que o Senhor esteja, ali também estarão eles.
Um dia teremos o privilégio de vê-lO tal qual Ele é. Sua presença será usufruída em toda a Sua plenitude, e teremos toda a eternidade para admi-rarmos a formosura do nosso Rei. Quando isso acontecer, teremos a certeza de que terá valido a pena toda a renúncia que fizemos a fim de segui-lO. Esse, de fato, há de ser o maior de todos os galardões.
“Nós tudo deixamos, e te seguimos. Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, JÁ NO PRESENTE, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida eterna.”
MARCOS 10:28-30.
Esta é uma promessa ainda válida para os dias de hoje! Embora o preço pago por um discípulo seja alto, a recompensa é ainda maior. Portanto, vale a pena seguir a Jesus.
O fato é que aquele que segue a Jesus, tem sua vida assumida por Ele.
Ao enviar, de uma só vez, setenta discípulos ao campo missionário, Jesus lhes orientou a não levarem bolsa, bagagem, dinheiro ou qualquer outra provisão. A princípio, os discípulos podem não ter compreendido aquela instrução. Porém, mais tarde, Jesus lhes perguntou:
“Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou sandálias, faltou-vos alguma coisa? Responderam eles: NADA.”
LUCAS 22:35.
Que lição Jesus queria dar aos Seus discípulos, afinal? Ele queria demonstrar-lhes que Deus os havia assumido, a fim de poupar-lhes de toda e qualquer preocupação com sua subsistência.
Quando Deus exige que coloquemos n’Ele todo o nosso coração, é para que não sejamos consumidos pela ansiedade. Assim como não deixou faltar absolutamente nada àqueles setenta, Ele jamais vai permitir que falte qualquer coisa àqueles que, obstinadamente, deixaram tudo para segui-lO. A promessa é que receberemos cem vezes mais daquilo que deixamos para nos tornarmos discípulos de Jesus.
· BÊNÇÃO PARA OS OUTROS
Não somos chamados apenas para sermos abençoados, mas para sermos bênçãos para aqueles que nos cercam.Tornamo-nos herdeiros da bênção de Abraão, o primeiro a deixar tudo para trás para seguir a orientação de Deus. Nesse sentido, podemos dizer que Abraão foi o primeiro discípulo, mesmo tendo vivido milhares de anos antes do nascimento do Filho de Deus.
Quando Deus o chamou, Ele ordenou que Abraão deixasse a sua terra, sua parentela e seus pais. Este foi o preço que Abraão teve que pagar. Porém, Deus prometeu que ele haveria de ser uma bênção. O Senhor Deus lhe disse:
“Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.”
Gênesis 12:3a
Todo crente em Jesus é um abençoado, mas somente os discípulos são uma bênção.
Esta é a bênção de Abraão, da qual todo discípulo de Cristo é herdeiro. Paulo diz que Cristo nos resgatou para que a bênção de Abraão pudesse chegar a nós (Gl.3:14).
Todo cristão é um abençoado, porém, somente os verdadeiros discípulos podem dizer que são uma bênção. E o que é ser uma bênção? É ser um veículo para abençoar a outros.
Qualquer pessoa que nos abençoar, será abençoada. Isto quer dizer que, qualquer que nos beneficiar, será beneficiado. Foi o próprio Jesus quem disse que “quem der a beber ainda que seja um copo d’água fria a um destes pequeninos, POR SER MEU DISCÍPULO, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão” (Mt. 10:42).
E quanto aos que nos perseguem? Serão eles amaldiçoados?
Embora isso fizesse parte da promessa de Deus a Abraão, não podemos nos esquecer de que vivemos numa Nova Aliança, onde o interesse de Deus é abençoar, e não amaldiçoar. Até porque, muitos dos que nos perseguem hoje, poderão se converter amanhã, tornando-se também uma bênção. Que o diga Paulo!
Pedro nos aconselha, dizendo:
“Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria. Pelo contrário, abençoai, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênçãos por herança.”
I Pedro 3:9.
Por isso, não podemos sair por aí amaldiçoando a quem quer seja. Paulo que havia sido um perseguidor da Igreja antes de se converter, nos admoesta:
“Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis.”
Romanos 12:14.
Devemos encarar isso como um mandamento de Deus para nós. Veja ainda o que diz Tiago, irmão carnal do Senhor Jesus:
“Com ela ( a língua ) bendizemos ao Senhor e Pai, e também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja assim.”
TIAGO 3:9-10.
Portanto, fica claro que devemos buscar beneficiar a todos os homens, até mesmo àqueles que procuram prejudicar-nos. Deixemos que Deus julgue a nossa causa, e dê aos nossos inimigos o que Ele achar justo. “Se for possível” diz Paulo, “quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber (...) Não te deixes vencer do mal, mas VENCE O MAL COM O BEM” (Rm.12:18-21).
· A PRINCIPAL RECOMPENSA
A principal recompensa que o discípulo recebe é ter a certeza da presença de Cristo. O discípulo compreende que, mediante a comunhão do Espírito e da Palavra, ele está em Cristo, e Cristo está nele. É por estar em Cristo, que, onde quer que Cristo esteja, lá está o Seu discípulo. Jesus expressou a Sua vontade quanto a isso, quando disse em oração:
“Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade (...) Pai, quero que onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória, a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo.”
JOÃO 17:23a, 24.
Esta unidade perfeita já é real para nós, pois, de acordo com Paulo, estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus, tendo-nos tornado um só espírito com Ele (Ef.2:6 e 1 Co.6:17).
João teve uma visão gloriosa acerca disso. Segundo o relato encontrado em Apocalipse 14:1,4b-5, João viu “o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai (...) Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o Cordeiro. Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis.”
É claro que o número 144.000 é figurativo, e simboliza a totalidade daqueles em cujas vidas cumpriu-se o eterno propósito de Deus. Veja que João diz que eles são irrepreensíveis. São de fato, discípulos do Senhor Jesus. Portanto, onde quer que o Senhor esteja, ali também estarão eles.
Um dia teremos o privilégio de vê-lO tal qual Ele é. Sua presença será usufruída em toda a Sua plenitude, e teremos toda a eternidade para admi-rarmos a formosura do nosso Rei. Quando isso acontecer, teremos a certeza de que terá valido a pena toda a renúncia que fizemos a fim de segui-lO. Esse, de fato, há de ser o maior de todos os galardões.
4 - As Marcas do Discípulo II
· VIDA FRUTÍFERA
A terceira característica do discípulo é a vida frutífera. Foi Jesus quem afirmou que o Pai é glorificado quando damos “muito fruto”, e assim nos tornamos Seus discípulos (Jo.15:8). E que frutos são estes? São as boas obras que produzimos através do Espírito Santo. O discípulo compreende que as suas boas obras não são a causa da sua salvação, mas são a conseqüência dela. Por estarmos em Cristo, enxertados na Videira Verdadeira, devemos dar muitos frutos. É nossa comunhão com Deus, por meio do Seu Espírito, que vai gerar tais frutos. Eles não resultam da nossa própria natureza caída e pecaminosa, mas da natureza divina da qual somos participantes (2 Pe.1:4)
Paulo escreve aos Colossenses:
“E oramos para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, FRUTIFICANDO em toda a boa obra...”
Colossenses 1:10a.
Estes frutos, repito, não são a causa da nossa salvação. Por isso, são chamados frutos. Nós, de nós mesmos, não temos condição de darmos frutos para Deus. Somente quem está enxertado na Videira, que é Cristo, pode frutificar para Deus. Paulo diz que desejava que os seus discípulos de Filipos fossem “cheios do fruto da justiça, o qual vem POR MEIO de Jesus Cristo” ( Fp.1:11a).
Já o escritor de Hebreus termina a sua epístola orando para que os seus discípulos fossem aperfeiçoados em toda a boa obra, a fim de fazerem a vontade de Deus, que operaria neles o que perante Ele é agradável por meio de Jesus Cristo (Hb.13:21).
O verdadeiro discípulo do Senhor Jesus tem prazer de dar frutos que glorifiquem a Deus. Ele não entende isso como dever apenas, e sim, como seu maior prazer!
Suas boas obras não têm como pretensão fazê-lo merecedor de coisa alguma da parte de Deus, pois ele entende que tudo quanto Deus nos dá é pela graça, e não por seus méritos. Entretanto, suas boas obras têm como objetivo agradar a Deus, e render glórias ao Seu nome.
Quando estamos em comunhão com Cristo, através do Seu Espírito Santo, os frutos aparecem naturalmente, ou melhor, sobrenaturalmente. Podemos dizer que os frutos vêm de uma forma naturalmente sobrenatural. E o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade (inclusive nos dízimos), mansidão, domínio próprio (Gl.5:22-23). Repara que o Espírito Santo produz um único fruto em nós, mas que está dividido em diversos gomos. Esse único fruto do Espírito é multiplicado através dos nossos atos. Cabe ao Espírito fazer-nos par-ticipantes da seiva da Videira Verdadeira, produzindo em nós a capacidade de frutificar. Porém, cabe a nós aproveitar cada oportunidade que se nos apresente para manifestarmos esses frutos, agradando a Deus, e levando os homens a glorificá-lO.
Afinal, foi para isso que Ele nos escolheu e nos designou:
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda. Isto vos ordeno: Amai-vos uns aos outros”.
João 15:16-17.
· DESPRENDIMENTO
Além de “aluno”, “aprendiz”, a palavra discípulo também traz o significado de “seguidor”. Seguir Jesus implica em uma postura de desprendimento. Podemos perceber isto nitidamente nas passagens que narram a chamada dos primeiros discípulos de Jesus.
Em Mateus lemos que “andando Jesus junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. IMEDIATAMENTE ELES DEIXARAM AS REDE, E O SEGUIRAM. Indo um pouco mais longe, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Estavam num barco em companhia de seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou, e eles, deixando o barco e seu pai, imediatamente o seguiram” (Mt.4:18-22).
Se quisermos ser discípulos qualificados para seguirmos o Mestre, não podemos estar presos a nada desta vida. Temos que estar sempre disponíveis a atender ao Seu chamado.
Deus não tem tempo a perder! Se não nos dispusermos a atender ao Seu chamado de imediato, estaremos correndo o risco de sermos repreendidos, ou até reprovados.
Paulo diz que não devemos embaraçar-nos com os negócios desta vida, a fim de agradar àquele que nos alistou (2 Tm.2:4).
Lucas relata que certo dia aproximou-se de Jesus um homem que queria tornar-se Seu discípulo. Eufórico, aquele homem disse: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc.9:57-58). Não sabemos se aquele homem desistiu daquela idéia após ter ouvido tal declaração. Sou tentado a achar que sim. Não havia sido Jesus Quem o chamara; ele mesmo se havia oferecido para seguí-lO.
Quando Jesus desejava recrutar novos discípulos, Ele mesmo os chamava. Toda vez que alguém se oferecia, Ele logo advertia ao pretendente quanto ao alto preço que deveria ser pago. Desta forma, a maioria daqueles que se ofereciam desistia no meio do caminho.
Segundo Lucas, assim que Jesus mostrou àquele homem que segui-lO requeria desprendimento, Ele disse a outro: “Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá enterrar meu pai. Respondeu Jesus: Deixa os mortos o enterrar os seus mortos, porém tu vai e anuncia o reino de Deus. Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me primeiro despedir dos que estão em minha casa. Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lc.9:59-62).
É interessante notarmos que dos três, apenas um foi chamado por Jesus a segui-lO, os outros dois se ofereceram. No primeiro e no terceiro caso, Jesus não insistiu que eles O acompanhassem, pois sabia que não estariam dispostos a pagarem o preço do desprendimento e da renúncia. Porém, o segundo, embora tenha pedido que fosse enterrar seu pai antes de segui-lO, Jesus ordenou que ele fosse e anunciasse o reino de Deus. Veja que Jesus não o impediu de ir ao enterro do seu pai. O que Jesus pretendia era mostrar-lhe que, muito mais importante do que enterrar um ente querido, era anunciar o reino de Deus aos que estavam vivos.
A prova dos nove para que saibamos se fomos ou não chamados por Cristo a segui-lO é verificarmos onde está o nosso coração. Se não estivermos dispostos a abrir mão de qualquer coisa para segui-lO, então, provavelmente não compreendemos o chamado do discipulado, e talvez, nem ao menos tenhamos sido chamados.
E quem são os chamados? Os que foram escolhidos. Não fomos nós que O escolhemos, e sim, Ele escolheu-nos, conforme lemos em João 15:16. Diz o Apóstolo Paulo: “Aos que predestinou, a estes também chamou” (Rm.8:30).
Se o seu coração está em Jesus, e não se prende a coisa alguma, então, você pode considerar-se um escolhido e chamado por Deus a seguir o Mestre.
A terceira característica do discípulo é a vida frutífera. Foi Jesus quem afirmou que o Pai é glorificado quando damos “muito fruto”, e assim nos tornamos Seus discípulos (Jo.15:8). E que frutos são estes? São as boas obras que produzimos através do Espírito Santo. O discípulo compreende que as suas boas obras não são a causa da sua salvação, mas são a conseqüência dela. Por estarmos em Cristo, enxertados na Videira Verdadeira, devemos dar muitos frutos. É nossa comunhão com Deus, por meio do Seu Espírito, que vai gerar tais frutos. Eles não resultam da nossa própria natureza caída e pecaminosa, mas da natureza divina da qual somos participantes (2 Pe.1:4)
Paulo escreve aos Colossenses:
“E oramos para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, FRUTIFICANDO em toda a boa obra...”
Colossenses 1:10a.
Estes frutos, repito, não são a causa da nossa salvação. Por isso, são chamados frutos. Nós, de nós mesmos, não temos condição de darmos frutos para Deus. Somente quem está enxertado na Videira, que é Cristo, pode frutificar para Deus. Paulo diz que desejava que os seus discípulos de Filipos fossem “cheios do fruto da justiça, o qual vem POR MEIO de Jesus Cristo” ( Fp.1:11a).
Já o escritor de Hebreus termina a sua epístola orando para que os seus discípulos fossem aperfeiçoados em toda a boa obra, a fim de fazerem a vontade de Deus, que operaria neles o que perante Ele é agradável por meio de Jesus Cristo (Hb.13:21).
O verdadeiro discípulo do Senhor Jesus tem prazer de dar frutos que glorifiquem a Deus. Ele não entende isso como dever apenas, e sim, como seu maior prazer!
Suas boas obras não têm como pretensão fazê-lo merecedor de coisa alguma da parte de Deus, pois ele entende que tudo quanto Deus nos dá é pela graça, e não por seus méritos. Entretanto, suas boas obras têm como objetivo agradar a Deus, e render glórias ao Seu nome.
Quando estamos em comunhão com Cristo, através do Seu Espírito Santo, os frutos aparecem naturalmente, ou melhor, sobrenaturalmente. Podemos dizer que os frutos vêm de uma forma naturalmente sobrenatural. E o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade (inclusive nos dízimos), mansidão, domínio próprio (Gl.5:22-23). Repara que o Espírito Santo produz um único fruto em nós, mas que está dividido em diversos gomos. Esse único fruto do Espírito é multiplicado através dos nossos atos. Cabe ao Espírito fazer-nos par-ticipantes da seiva da Videira Verdadeira, produzindo em nós a capacidade de frutificar. Porém, cabe a nós aproveitar cada oportunidade que se nos apresente para manifestarmos esses frutos, agradando a Deus, e levando os homens a glorificá-lO.
Afinal, foi para isso que Ele nos escolheu e nos designou:
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda. Isto vos ordeno: Amai-vos uns aos outros”.
João 15:16-17.
· DESPRENDIMENTO
Além de “aluno”, “aprendiz”, a palavra discípulo também traz o significado de “seguidor”. Seguir Jesus implica em uma postura de desprendimento. Podemos perceber isto nitidamente nas passagens que narram a chamada dos primeiros discípulos de Jesus.
Em Mateus lemos que “andando Jesus junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. IMEDIATAMENTE ELES DEIXARAM AS REDE, E O SEGUIRAM. Indo um pouco mais longe, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Estavam num barco em companhia de seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou, e eles, deixando o barco e seu pai, imediatamente o seguiram” (Mt.4:18-22).
Se quisermos ser discípulos qualificados para seguirmos o Mestre, não podemos estar presos a nada desta vida. Temos que estar sempre disponíveis a atender ao Seu chamado.
Deus não tem tempo a perder! Se não nos dispusermos a atender ao Seu chamado de imediato, estaremos correndo o risco de sermos repreendidos, ou até reprovados.
Paulo diz que não devemos embaraçar-nos com os negócios desta vida, a fim de agradar àquele que nos alistou (2 Tm.2:4).
Lucas relata que certo dia aproximou-se de Jesus um homem que queria tornar-se Seu discípulo. Eufórico, aquele homem disse: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc.9:57-58). Não sabemos se aquele homem desistiu daquela idéia após ter ouvido tal declaração. Sou tentado a achar que sim. Não havia sido Jesus Quem o chamara; ele mesmo se havia oferecido para seguí-lO.
Quando Jesus desejava recrutar novos discípulos, Ele mesmo os chamava. Toda vez que alguém se oferecia, Ele logo advertia ao pretendente quanto ao alto preço que deveria ser pago. Desta forma, a maioria daqueles que se ofereciam desistia no meio do caminho.
Segundo Lucas, assim que Jesus mostrou àquele homem que segui-lO requeria desprendimento, Ele disse a outro: “Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá enterrar meu pai. Respondeu Jesus: Deixa os mortos o enterrar os seus mortos, porém tu vai e anuncia o reino de Deus. Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me primeiro despedir dos que estão em minha casa. Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lc.9:59-62).
É interessante notarmos que dos três, apenas um foi chamado por Jesus a segui-lO, os outros dois se ofereceram. No primeiro e no terceiro caso, Jesus não insistiu que eles O acompanhassem, pois sabia que não estariam dispostos a pagarem o preço do desprendimento e da renúncia. Porém, o segundo, embora tenha pedido que fosse enterrar seu pai antes de segui-lO, Jesus ordenou que ele fosse e anunciasse o reino de Deus. Veja que Jesus não o impediu de ir ao enterro do seu pai. O que Jesus pretendia era mostrar-lhe que, muito mais importante do que enterrar um ente querido, era anunciar o reino de Deus aos que estavam vivos.
A prova dos nove para que saibamos se fomos ou não chamados por Cristo a segui-lO é verificarmos onde está o nosso coração. Se não estivermos dispostos a abrir mão de qualquer coisa para segui-lO, então, provavelmente não compreendemos o chamado do discipulado, e talvez, nem ao menos tenhamos sido chamados.
E quem são os chamados? Os que foram escolhidos. Não fomos nós que O escolhemos, e sim, Ele escolheu-nos, conforme lemos em João 15:16. Diz o Apóstolo Paulo: “Aos que predestinou, a estes também chamou” (Rm.8:30).
Se o seu coração está em Jesus, e não se prende a coisa alguma, então, você pode considerar-se um escolhido e chamado por Deus a seguir o Mestre.
3 - As Marcas do Discípulo I
Como podemos reconhecer um autêntico discípulo de Jesus? Vivemos em um tempo difícil, quando muitos se introduzem no meio da igreja com fins malignos e interesseiros. Será que há uma maneira pela qual possamos reco-nhecer os verdadeiros seguidores de Cristo? Que características os fazem destinguir dos demais?
· Relacionamento Com Deus
A primeira característica que gostaríamos de ressaltar é o profundo relacionamento que o discípulo tem com o seu Senhor, por meio da Sua Palavra e de uma vida de oração.
Jesus disse aos judeus que haviam crido nEle:
“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.”
João 8:31.
O genuíno discípulo é aquele que ama a Palavra do Seu Mestre. Ela é a sua regra de fé e de vida. Ele nada faz sem consultá-la antes.
Há muitos que até gostam de ouvir a Palavra, porém, não permanecem nela. Eles a ouvem como puro entretenimento. Acham-na interessante, porém, não a praticam.
Tiago nos aconselha a recebermos com mansidão a palavra em nós implantada, pois ela é poderosa para salvar as nossas almas (Tg.1:21).
Nem sempre a Palavra que ouvimos vai de encontro àquilo que acreditamos ser o certo. Muitas vezes acontece exatamente o contrário: ouvimos algo que vai contra tudo o que imaginávamos ser correto. Neste momento, precisamos acatar com mansidão a Palavra, pois ela nos é dirigida visando o bem de nossa alma.
Quando recebemos a Cristo, nosso espírito renasceu, e fomos salvos. Porém, nossa mente trouxe uma série de pensamentos que não coadunam com a verdade do Evangelho. Paulo diz que muitos desses pensamentos formam verdadeiras fortalezas espirituais que necessitam ser destruídas. A Palavra de Deus é a dinamite usada pelo Espírito Santo para derrubar tais fortalezas. Paulo declara que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas. Derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co. 10:4-5).
Muito daquilo que recebemos da tradição religiosa dos nossos pais constitui-se em verdadeiras fortalezas contra o conhecimento de Deus. Muitos dizem: Mas foi assim que eu aprendi, e não estou disposto a abrir mão disso! Quem pensa assim não está apto a ser discípulo de Jesus.
Jamais podemos ouvir a Palavra de Deus com um espírito armado. Temos que recebê-la com mansidão. Qualquer raciocínio que se levantar contra a Palavra deve ser levado cativo à obediência de Cristo.
Tiago também nos admoesta, dizendo:
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.
Tiago 1:22.
Isto é o que significa permanecer na Palavra. Ouvir é bom demais, porém, cumprir é melhor ainda. Qualquer que ouve, mas não cumpre, Jesus o compara ao homem que constrói sua casa sobre a areia; logo que vem o vento, a chuva, sua casa cai. Mas aquele que ouve e cumpre a Palavra de Deus é como o homem que constrói sua casa sobre bases firmes. Pode vir a tempestade que ele não se atemorizará, pois sua casa foi edificada sobre a rocha !
Além de firmar-se na Palavra, o discípulo precisa cultivar uma vida de oração. Aliás, uma coisa está estreitamente ligada a outra. Se a Palavra está em nós, ele deseja ser expressada. Quando oramos, temos a oportunidade de expressar diante de Deus aquilo que a Sua Palavra imprimiu em nós. Através da oração, a Palavra proferida pela boca de Deus ecoa em nossos lábios. Desta forma, demonstramos que estamos em perfeita sintonia com a vontade revelada por Deus. Fica patente que, de fato, a Palavra está em nós, e nós estamos nela. João diz que se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos fará (1 Jo.5:14). E onde é que a vontade de Deus está revelada? Na Palavra, é claro. Jesus diz que se a Palavra estiver em nós, podemos pedir o que quisermos, que Ele nos atende.
A Palavra nos aponta os parâmetros para que saibamos pedir como convém. Desta forma, nossa comunhão com Deus se torna estreita e íntima. Além de Seus discípulos, tornamo-nos também Seus amigos ( Jo.15:15).
· O AMOR
A segunda característica pela qual se destingue o verdadeiro discípulo é o amor.
Jesus disse:
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
João 13:35
Esta é, sem dúvida, a principal marca de um discípulo de Cristo.
Não estamos falando de um amor carnal, ou de amor só de palavras, mas do verdadeiro amor. O Apóstolo João recomenda:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E DEVEMOS DAR A NOSSA VIDA PELOS IRMÃOS. Quem tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. Nisto conheceremos que somos da verdade”
I João 3:16-19a
Não somos reconhecidos pelos dons que temos, ou pela roupa que usamos, ou pelo uso de jargões e chavões religiosos; somos reconhecidos pelo amor que dispensamos uns aos outros.
· Conhecimento X Amor
Ainda que tenhamos um profundo conhecimento da Palavra, se não tivermos amor, todo o conhecimento que tivermos será vão. Paulo afirma que o conhecimento incha, mas o amor edifica (1 Co.8:1). Conhecimento sem amor só serve para manter o homem preso por seu próprio orgulho e vaidade.
Quem ama deseja estar sempre ao lado da pessoa amada. Quem ama, não evita. Portanto, o verdadeiro discípulo deseja estar sempre à companhia de outros discípulos. Não há amor onde não há comunhão, companheirismo e afeto.
O escritor sagrado nos exorta, dizendo:
“Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns”.
Hebreus 10:24-25a.
Portanto, deixemos de lado o amor retórico, e comecemos a amar de fato e de verdade, estimulando-nos e considerando-nos mutuamente.
· Relacionamento Com Deus
A primeira característica que gostaríamos de ressaltar é o profundo relacionamento que o discípulo tem com o seu Senhor, por meio da Sua Palavra e de uma vida de oração.
Jesus disse aos judeus que haviam crido nEle:
“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.”
João 8:31.
O genuíno discípulo é aquele que ama a Palavra do Seu Mestre. Ela é a sua regra de fé e de vida. Ele nada faz sem consultá-la antes.
Há muitos que até gostam de ouvir a Palavra, porém, não permanecem nela. Eles a ouvem como puro entretenimento. Acham-na interessante, porém, não a praticam.
Tiago nos aconselha a recebermos com mansidão a palavra em nós implantada, pois ela é poderosa para salvar as nossas almas (Tg.1:21).
Nem sempre a Palavra que ouvimos vai de encontro àquilo que acreditamos ser o certo. Muitas vezes acontece exatamente o contrário: ouvimos algo que vai contra tudo o que imaginávamos ser correto. Neste momento, precisamos acatar com mansidão a Palavra, pois ela nos é dirigida visando o bem de nossa alma.
Quando recebemos a Cristo, nosso espírito renasceu, e fomos salvos. Porém, nossa mente trouxe uma série de pensamentos que não coadunam com a verdade do Evangelho. Paulo diz que muitos desses pensamentos formam verdadeiras fortalezas espirituais que necessitam ser destruídas. A Palavra de Deus é a dinamite usada pelo Espírito Santo para derrubar tais fortalezas. Paulo declara que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas. Derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co. 10:4-5).
Muito daquilo que recebemos da tradição religiosa dos nossos pais constitui-se em verdadeiras fortalezas contra o conhecimento de Deus. Muitos dizem: Mas foi assim que eu aprendi, e não estou disposto a abrir mão disso! Quem pensa assim não está apto a ser discípulo de Jesus.
Jamais podemos ouvir a Palavra de Deus com um espírito armado. Temos que recebê-la com mansidão. Qualquer raciocínio que se levantar contra a Palavra deve ser levado cativo à obediência de Cristo.
Tiago também nos admoesta, dizendo:
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.
Tiago 1:22.
Isto é o que significa permanecer na Palavra. Ouvir é bom demais, porém, cumprir é melhor ainda. Qualquer que ouve, mas não cumpre, Jesus o compara ao homem que constrói sua casa sobre a areia; logo que vem o vento, a chuva, sua casa cai. Mas aquele que ouve e cumpre a Palavra de Deus é como o homem que constrói sua casa sobre bases firmes. Pode vir a tempestade que ele não se atemorizará, pois sua casa foi edificada sobre a rocha !
Além de firmar-se na Palavra, o discípulo precisa cultivar uma vida de oração. Aliás, uma coisa está estreitamente ligada a outra. Se a Palavra está em nós, ele deseja ser expressada. Quando oramos, temos a oportunidade de expressar diante de Deus aquilo que a Sua Palavra imprimiu em nós. Através da oração, a Palavra proferida pela boca de Deus ecoa em nossos lábios. Desta forma, demonstramos que estamos em perfeita sintonia com a vontade revelada por Deus. Fica patente que, de fato, a Palavra está em nós, e nós estamos nela. João diz que se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos fará (1 Jo.5:14). E onde é que a vontade de Deus está revelada? Na Palavra, é claro. Jesus diz que se a Palavra estiver em nós, podemos pedir o que quisermos, que Ele nos atende.
A Palavra nos aponta os parâmetros para que saibamos pedir como convém. Desta forma, nossa comunhão com Deus se torna estreita e íntima. Além de Seus discípulos, tornamo-nos também Seus amigos ( Jo.15:15).
· O AMOR
A segunda característica pela qual se destingue o verdadeiro discípulo é o amor.
Jesus disse:
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
João 13:35
Esta é, sem dúvida, a principal marca de um discípulo de Cristo.
Não estamos falando de um amor carnal, ou de amor só de palavras, mas do verdadeiro amor. O Apóstolo João recomenda:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E DEVEMOS DAR A NOSSA VIDA PELOS IRMÃOS. Quem tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. Nisto conheceremos que somos da verdade”
I João 3:16-19a
Não somos reconhecidos pelos dons que temos, ou pela roupa que usamos, ou pelo uso de jargões e chavões religiosos; somos reconhecidos pelo amor que dispensamos uns aos outros.
· Conhecimento X Amor
Ainda que tenhamos um profundo conhecimento da Palavra, se não tivermos amor, todo o conhecimento que tivermos será vão. Paulo afirma que o conhecimento incha, mas o amor edifica (1 Co.8:1). Conhecimento sem amor só serve para manter o homem preso por seu próprio orgulho e vaidade.
Quem ama deseja estar sempre ao lado da pessoa amada. Quem ama, não evita. Portanto, o verdadeiro discípulo deseja estar sempre à companhia de outros discípulos. Não há amor onde não há comunhão, companheirismo e afeto.
O escritor sagrado nos exorta, dizendo:
“Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns”.
Hebreus 10:24-25a.
Portanto, deixemos de lado o amor retórico, e comecemos a amar de fato e de verdade, estimulando-nos e considerando-nos mutuamente.
quinta-feira, novembro 23, 2006
2 - O Preço do Discipulado
Embora a salvação da nossa alma seja inteiramente gratuita, o discipulado tem seu custo.
É relativamente fácil aceitar a oferta de salvação feita por Jesus, desde que a mesma não requeira nada do homem, senão crer. Porém, tornar-se discípulo é um verdadeiro desafio, e somente aqueles que converteram-se inteiramente ao Senhor são capazes de aceitá-lo.
Quando aceitamos a oferta da salvação, recebemos a Cristo como nosso Salvador pessoal. A partir daí, nossa entrada na Eternidade está garantida pelo sacrifício feito por Jesus na cruz. Sua cruz foi o preço pago pelo nosso ingresso no Reino Eterno de Deus.
Deus, entretanto, deseja ser visto, não apenas como Salvador, mas também como Senhor.
A palavra grega traduzida como “Senhor” em nossa língua é Kírios. Infelizmente, em nosso idioma a palavra “senhor’ não tem o mesmo peso que em outras línguas.
Para nós, “senhor” lembra um ancião, ou o tratamento que devemos dispensar aos mais velhos. Porém, “Senhor” na Bíblia tem um sentido muito mais forte. Quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o Senhor, ela quer dizer que Ele tem o direito de governar todas as coisas, e exercer completo domínio sobre elas.
Quando chamamos Deus de “Pai”, estamos afirmando que ocupamos a posição de filhos em relação a Ele. Quando O chamamos de “Salvador”, afirmamos que somos pecadores carentes de salvação. Quando O chamamos de “Senhor”, estamos nos posicionando como servos, sujeitando-nos à Sua vontade, em detrimento da nossa.
Como filhos, nós O amamos. Como pecadores, somos gratos a Ele por Sua salvação. Como servos, colocamos nossa vida inteira a Seu dispor.
Não é fácil abdicar-se da própria vontade, em favor da vontade de Deus.
Este é o preço do discipulado! Se não estivermos dispostos a pagá-lo, não veremos o propósito eterno de Deus cumprido em nossa vida.
Repare bem nas palavras de Jesus:
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Qualquer que não tomar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Se algum de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar... Da mesma forma, qualquer de vós que não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.”
LUCAS 14:26-33 .
Eis a “prova dos nove”. Se não houver, por parte do cristão, a disposição de renunciar a tudo, ele não estará apto a ser discipulado.
O preço do discipulado é a renúncia.
Renunciar, aqui, significa “abrir mão do que possui”, “não fazer questão de nada”.
Quando Jesus falava acerca do preço do discipulado, muitos O abandonavam. Aquele tipo de mensagem era um verdadeiro filtro, uma espécie de triagem. Quem estava apenas interessado nas bênçãos, logo batia em retirada. Porém, quem desejava uma vida aos pés de Deus continuava a seguí-lO.
Hoje em dia, há um anti-evangelho sendo pregado por aí. Um evangelho que coloca Deus a serviço do homem. Segundo este “evangelho”, ao homem cabe ordenar, decretar, cobrar de Deus, “colocá-lO na parede”. Enquanto que a Deus cabe trabalhar incessantemente pela satisfação pessoal dos Seus filhos. E ai d’Ele se não provar que realmente é Deus! Há quem se dispõe a rasgar sua Bíblia!
O verdadeiro evangelho coloca o homem a serviço de Deus.
É claro que Deus deseja a satisfação dos Seus filhos. Não é disto que descordamos. O que não aceitamos é colocar Deus na posição de servo, e o homem na posição de “Senhor”.
Através do discipulado aprendemos que o homem é chamado para o serviço de Deus. E para serví-lO, o homem deve ser capaz de abrir mão de tudo.
Jesus diz que o discípulo deve ser capaz de aborrecer a sua família, e até a sua própria vida para seguí-lO. Se não houver esta disposição, ele estará desqualificado.
Quando Jesus emprega o verbo “aborrecer”, Seu objetivo é enfatizar, reforçar o sentido da frase. Não se trata aqui de aborrecer por aborrecer, e sim, aborrecer devido à opção feita por seguir a Jesus. Ele queria deixar bem claro que a decisão por seguí-lO poderia causar enormes perdas aos Seus discípulos. Até mesmo laços familiares poderiam ser momentaneamente quebrados, caso a família não compreendesse a opção feita pelo discípulo.
Talvez alguém ache tudo isso muito radical. E na verdade é.
Optar pelo discipulado é correr o risco de ser mal interpretado, criticado e até escarnecido.
Jesus nunca intencionou enganar os Seus seguidores. Eles precisavam saber que havia um preço, e que este preço deveria ser calculado.
Felizmente, muitos aceitaram o desafio. E foi por causa desses que o evangelho chegou a nós. Veja o exemplo de Paulo. Ele abriu mão de toda uma reputação, por amor a Cristo. E isso ele fazia com alegria. Ele mesmo confessou:
“Mas em nada tenho minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.”
ATOS 20:24.
Em outra passagem Paulo diz: “Mas o que para mim era lucro, considerei-o perda por causa de Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo.” (Fp. 3:7-8).
Será que vale a pena renunciar a todas as coisas por Cristo?
Não é tão difícil renunciar a algo que nos é prejudicial. Por exemplo: renunciar a um vício. Desde que o Espírito Santo nos mostra o quão prejudicial nos é manter um vício, torna-se mais fácil abandoná-lo.
Agora, abrir mão de algo que nos é lucrativo parece bem mais difícil.
Somente o Espírito Santo pode capacitar-nos a agir assim.
Lembre-se que o eterno propósito de Deus para nossa vida é que nos assemelhemos a Cristo. E o que Cristo fez? Ele renunciou a Sua própria vida.
Paulo escreve:
“NÃO ATENTE cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”
FILIPENSES 2:4-8.
Renunciar a tudo que tem não é fazer voto de pobreza, ou dar tudo para uma instituição de caridade ou uma igreja. Renunciar é não atentar mais para aquilo possui. O foco de sua vida não é mais os seus bens, sua reputação. O foco da sua vida agora é Cristo. Não se trata de deixar de possuir bens materiais, e sim, de não mais viver em função deles, ou não deixar-se possuir por eles.
O cristianismo pregado em muitos púlpitos não passa de uma pálida imitação do verdadeiro cristianismo. Não há verdadeiro cristianismo se não houver cruz, renúncia, morte do “eu”.
Desde aquela época, já se pregava um cristianismo “água com açúcar”. Paulo mesmo reclama disso, quando diz: “Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”(Fp.2:21).
Porém, o verdadeiro evangelho propõe uma mudança radical na forma de pensar e agir do indivíduo.
Paulo expressa esta mudança ao dizer que “o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu.” (II Co. 5:14- 15).
Esta é a essência do discipulado: viver para Deus!
É relativamente fácil aceitar a oferta de salvação feita por Jesus, desde que a mesma não requeira nada do homem, senão crer. Porém, tornar-se discípulo é um verdadeiro desafio, e somente aqueles que converteram-se inteiramente ao Senhor são capazes de aceitá-lo.
Quando aceitamos a oferta da salvação, recebemos a Cristo como nosso Salvador pessoal. A partir daí, nossa entrada na Eternidade está garantida pelo sacrifício feito por Jesus na cruz. Sua cruz foi o preço pago pelo nosso ingresso no Reino Eterno de Deus.
Deus, entretanto, deseja ser visto, não apenas como Salvador, mas também como Senhor.
A palavra grega traduzida como “Senhor” em nossa língua é Kírios. Infelizmente, em nosso idioma a palavra “senhor’ não tem o mesmo peso que em outras línguas.
Para nós, “senhor” lembra um ancião, ou o tratamento que devemos dispensar aos mais velhos. Porém, “Senhor” na Bíblia tem um sentido muito mais forte. Quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o Senhor, ela quer dizer que Ele tem o direito de governar todas as coisas, e exercer completo domínio sobre elas.
Quando chamamos Deus de “Pai”, estamos afirmando que ocupamos a posição de filhos em relação a Ele. Quando O chamamos de “Salvador”, afirmamos que somos pecadores carentes de salvação. Quando O chamamos de “Senhor”, estamos nos posicionando como servos, sujeitando-nos à Sua vontade, em detrimento da nossa.
Como filhos, nós O amamos. Como pecadores, somos gratos a Ele por Sua salvação. Como servos, colocamos nossa vida inteira a Seu dispor.
Não é fácil abdicar-se da própria vontade, em favor da vontade de Deus.
Este é o preço do discipulado! Se não estivermos dispostos a pagá-lo, não veremos o propósito eterno de Deus cumprido em nossa vida.
Repare bem nas palavras de Jesus:
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Qualquer que não tomar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Se algum de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar... Da mesma forma, qualquer de vós que não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.”
LUCAS 14:26-33 .
Eis a “prova dos nove”. Se não houver, por parte do cristão, a disposição de renunciar a tudo, ele não estará apto a ser discipulado.
O preço do discipulado é a renúncia.
Renunciar, aqui, significa “abrir mão do que possui”, “não fazer questão de nada”.
Quando Jesus falava acerca do preço do discipulado, muitos O abandonavam. Aquele tipo de mensagem era um verdadeiro filtro, uma espécie de triagem. Quem estava apenas interessado nas bênçãos, logo batia em retirada. Porém, quem desejava uma vida aos pés de Deus continuava a seguí-lO.
Hoje em dia, há um anti-evangelho sendo pregado por aí. Um evangelho que coloca Deus a serviço do homem. Segundo este “evangelho”, ao homem cabe ordenar, decretar, cobrar de Deus, “colocá-lO na parede”. Enquanto que a Deus cabe trabalhar incessantemente pela satisfação pessoal dos Seus filhos. E ai d’Ele se não provar que realmente é Deus! Há quem se dispõe a rasgar sua Bíblia!
O verdadeiro evangelho coloca o homem a serviço de Deus.
É claro que Deus deseja a satisfação dos Seus filhos. Não é disto que descordamos. O que não aceitamos é colocar Deus na posição de servo, e o homem na posição de “Senhor”.
Através do discipulado aprendemos que o homem é chamado para o serviço de Deus. E para serví-lO, o homem deve ser capaz de abrir mão de tudo.
Jesus diz que o discípulo deve ser capaz de aborrecer a sua família, e até a sua própria vida para seguí-lO. Se não houver esta disposição, ele estará desqualificado.
Quando Jesus emprega o verbo “aborrecer”, Seu objetivo é enfatizar, reforçar o sentido da frase. Não se trata aqui de aborrecer por aborrecer, e sim, aborrecer devido à opção feita por seguir a Jesus. Ele queria deixar bem claro que a decisão por seguí-lO poderia causar enormes perdas aos Seus discípulos. Até mesmo laços familiares poderiam ser momentaneamente quebrados, caso a família não compreendesse a opção feita pelo discípulo.
Talvez alguém ache tudo isso muito radical. E na verdade é.
Optar pelo discipulado é correr o risco de ser mal interpretado, criticado e até escarnecido.
Jesus nunca intencionou enganar os Seus seguidores. Eles precisavam saber que havia um preço, e que este preço deveria ser calculado.
Felizmente, muitos aceitaram o desafio. E foi por causa desses que o evangelho chegou a nós. Veja o exemplo de Paulo. Ele abriu mão de toda uma reputação, por amor a Cristo. E isso ele fazia com alegria. Ele mesmo confessou:
“Mas em nada tenho minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.”
ATOS 20:24.
Em outra passagem Paulo diz: “Mas o que para mim era lucro, considerei-o perda por causa de Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo.” (Fp. 3:7-8).
Será que vale a pena renunciar a todas as coisas por Cristo?
Não é tão difícil renunciar a algo que nos é prejudicial. Por exemplo: renunciar a um vício. Desde que o Espírito Santo nos mostra o quão prejudicial nos é manter um vício, torna-se mais fácil abandoná-lo.
Agora, abrir mão de algo que nos é lucrativo parece bem mais difícil.
Somente o Espírito Santo pode capacitar-nos a agir assim.
Lembre-se que o eterno propósito de Deus para nossa vida é que nos assemelhemos a Cristo. E o que Cristo fez? Ele renunciou a Sua própria vida.
Paulo escreve:
“NÃO ATENTE cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”
FILIPENSES 2:4-8.
Renunciar a tudo que tem não é fazer voto de pobreza, ou dar tudo para uma instituição de caridade ou uma igreja. Renunciar é não atentar mais para aquilo possui. O foco de sua vida não é mais os seus bens, sua reputação. O foco da sua vida agora é Cristo. Não se trata de deixar de possuir bens materiais, e sim, de não mais viver em função deles, ou não deixar-se possuir por eles.
O cristianismo pregado em muitos púlpitos não passa de uma pálida imitação do verdadeiro cristianismo. Não há verdadeiro cristianismo se não houver cruz, renúncia, morte do “eu”.
Desde aquela época, já se pregava um cristianismo “água com açúcar”. Paulo mesmo reclama disso, quando diz: “Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”(Fp.2:21).
Porém, o verdadeiro evangelho propõe uma mudança radical na forma de pensar e agir do indivíduo.
Paulo expressa esta mudança ao dizer que “o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu.” (II Co. 5:14- 15).
Esta é a essência do discipulado: viver para Deus!
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